Repercussões de Sintomas, Práticas e Estilos Parentais nos Sintomas Emocionais e Comportamentais dos Filhos
Repercussions of Symptoms, Practices and Parenting Styles on Children’s Emotional and Behavioral Symptoms
Repercusiones de Síntomas, Prácticas y Estilos Parentales en Síntomas Emocionales y Conductuales de los Niños
Marina Heinen
Joana Alvares
Eduarda Dalpaz
Universidade Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
Marcela Nunes Penna
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Denise Falcke
Universidade Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
Resumo
Introdução: A infância é um período sensível à influência de variáveis parentais. Objetivou-se analisar a associação entre os sintomas, as práticas, os estilos parentais e os sintomas emocionais e comportamentais nas crianças. Método: Participaram 196 pais de crianças entre 4 e 12 anos que preencheram os instrumentos: Depression Anxiety Stress Scale, Escala de Atitudes Frente à Punição Corporal em Crianças, Escala de Estilos Educativos, Parenting and Family Adjustment Scale e Strengths and Difficulties Questionnaire. Resultado s: Houve associação positiva entre sintomas emocionais dos pais, as práticas punitivas, o estilo permissivo e os sintomas emocionais e problemas de conduta nas crianças. A variável prática parental coercitiva apresentou maior poder explicativo para os sintomas das crianças. Discussão: Nota-se a importância de identificar as repercussões de variáveis parentais nas crianças. Conclusão: Intervir diretamente nessas variáveis pode ser um caminho para promover relações familiares saudáveis.
Palavras-chave: criança, desenvolvimento infantil, sintomas emocionais, relações pais-filhos
Abstract
Introduction: Childhood is a sensitive period to the influence of parents’ variables. The objective was to analyze the association between symptoms, practices, parenting styles and children’s emotional and behavioral symptoms. Method: Participants were 196 parents of children aged between 4 and 12 years who completed the instruments: Depression Anxiety Stress Scale, Escala de Atitudes Frente à Punição Corporal em Crianças, Escala de Estilos Educativos, Parenting and Family Adjustment Scale and Strengths and Difficulties Questionnaire. Result: There was a positive association between parents’ emotional symptoms, punitive practices, permissive style and emotional symptoms and conduct problems in children. The coercive parental practice variable presented greater explanatory power for the children's symptoms. Discussion: It’s important to identify the repercussions of parental variables on children. Conclusion: Intervening directly in these variables can promote healthy family relationships.
Keywords: child, child development, affective symptoms, parent-child relations
Resumen
Introducción: La infancia es sensible a la influencia de variables parentales. El objetivo fue analizar la asociación entre síntomas, practicas y estilos paentales y los síntomas emocionales y conductuales en los niños. Método: Participó 196 padres de niños con edades entre 4 y 12 años que completaron los instrumentos: Depression Anxiety Stress Scale, Escala de Atitudes Frente à Punição Corporal em Crianças, Escala de Estilos Educativos, Parenting and Family Adjustment Scale y Strengths and Difficulties Questionnaire. Resultado: Asociación positiva entre síntomas emocionales de los padres, practicas punitivas, estilo permisivo y síntomas emocionales y problemas de conducta en los niños. Practicas parental coercitiva presentó mayor poder explicativo para los síntomas de los niños. Discusión: Importante identificar las repercusiones de las variables parentales en los hijos. Conclusión: Intervenir directamente en estas variables puede promover relaciones familiares saludables.
Palabras clave: niño, desarrollo infantil, síntomas emocionales, relaciones padres-hijo
Introdução
A infância é um período muito sensível à influência do contexto em que a criança está inserida (Black et al., 2017). No que diz respeito à família, há fatores de risco que potencializam as chances para o desenvolvimento de sintomas psicológicos nas crianças, tais como a má resolução de conflito conjugal (Bolsoni-Silva & Loureiro, 2020; Mosmann et al., 2018), a presença de sintomas emocionais nos pais (Bolsoni-Silva & Loureiro, 2020; Heinen et al., 2020; Pietikäinen et al., 2020) e elevados níveis de estresse (Mikolajczak et al., 2019). Esses fatores de risco podem apresentar associação entre si, potencializando os prejuízos emocionais e comportamentais nas crianças e aumentando as chances de os pais utilizarem práticas parentais punitivas (Gershoff & Grogan-Kaylor, 2016; Vafaeenejad et al., 2018; Xiao et al., 2018; Zhang et al., 2020).
As práticas parentais são consideradas estratégias que os pais utilizam para educar e interagir com seus filhos (Gomide, 2006; Lawrenz et al., 2020). Essas práticas podem ser classificadas como positivas, quando incluem atenção, demonstração de afetos, comportamento moral e monitoria positiva, ou negativas, também chamadas de coercitivas, que são representadas por atitudes de punições inconsistentes, negligência, excesso de monitoramento e até mesmo abuso físico (Gomide, 2006).
Esse conjunto de práticas parentais é classificado em três estilos parentais, que são nomeados como: autoritativo, autoritário e permissivo (Baumrind, 1966). O estilo autoritativo, também chamado de cooperativo, envolve respeito dos pais com relação à liberdade dos filhos, equilíbrio entre o controle e a autonomia da criança, encorajamento de expressão e clareza na demonstração de afeto. Já o autoritário é caracterizado por imposição de regras e punições rígidas, falta de receptividade aos sentimentos dos filhos e desencorajamento do diálogo. Em contrapartida, o estilo permissivo é marcado pela ausência de regras e controle, evitação de conflitos e falta de clareza com relação às expectativas (Baumrind, 1966; Prativa & Deeba, 2019).
O emprego de uma prática e adoção de um estilo parental em detrimento de outro é influenciado por diferentes variáveis individuais e relacionais. A forma de cuidado que os pais receberam também pode influenciar em sua saúde mental já na vida adulta, o que também impacta a forma com que eles cuidam de seus filhos (Plant et al., 2018). Corroborando esse dado, a literatura aponta que a presença de transtornos mentais nos pais, que diz respeito ao desajustamento emocional, é um fator que pode se vincular ao uso de práticas parentais negativas, através de estratégias violentas, menor utilização de expressividade emocional e maior controle ou proteção dos filhos (Vafaeenejad et al., 2018). Além disso, os desafios relacionados ao exercício da parentalidade e o contexto em que cada família se insere podem se relacionar com maiores níveis de estresse, sintomas emocionais e dificuldade de regular as emoções, o que impacta os recursos que o indivíduo tem para cuidar de seu filho de forma funcional e saudável (Miragoli et al., 2020; Rodriguez et al., 2018; Xiao et al., 2018; Zhang et al., 2020).
Assim, entende-se que essas práticas podem funcionar como fatores de risco ou proteção para o desenvolvimento das crianças (Patias et al., 2013). A depender das práticas parentais, pode haver a exacerbação ou proteção para o desenvolvimento de problemas emocionais e de comportamento nas crianças. O emprego de práticas positivas se associa a um nível maior de bem-estar nas crianças, ao passo que o uso frequente de práticas punitivas pode contribuir para elevar a vulnerabilidade a consequências danosas na infância (Lawrenz et al., 2020). Quando as práticas parentais são tidas como negativas, as crianças podem manifestar condutas que demandam atenção, revelando-se como socialmente retraídas, com dificuldade no manejo emocional, demonstrando comportamentos internalizantes ou externalizantes e com menores níveis de competências sociais (Cardoso & Veríssimo, 2013; Patias et al., 2013; Reis & Landim, 2021).
Em conformidade com o exposto, uma pesquisa longitudinal com 731 crianças e mães identificou que a utilização prioritariamente de práticas positivas aos dois anos de idade da criança relaciona-se a menores níveis de problemas externalizantes cinco anos após (Waller et al., 2014). No mesmo sentido, mas em contexto brasileiro, um estudo longitudinal no Sul do Brasil com uma coorte de 4.231 crianças identificou a relação entre a utilização de práticas negativas, como disciplina severa, aos seis anos da criança e o surgimento de problemas de comportamento aos 11 anos (Bauer et al., 2021).
Um estudo recente de De Souza e Crepaldi (2019) entrevistou 50 mães cujos filhos frequentavam acompanhamento psicológico na rede de cuidado público. Ele teve por objetivo identificar a associação entre as variáveis de funcionamento familiar, a relação conjugal e a coparentalidade em famílias e os problemas comportamentais e emocionais nas crianças. Evidenciou-se que o funcionamento familiar se correlaciona com sintomas de hiperatividade e problemas de conduta e relacionamento interpessoal nas crianças, enquanto uma boa relação pais e filhos correlaciona-se negativamente com tais sintomas. Além disso, as práticas educativas negativas se relacionam de forma positiva com problemas de comportamento, emocionais e sintomas de hiperatividade nos filhos (De Souza & Crepaldi, 2019).
Ao mesmo tempo que as pesquisas apontam os prejuízos do uso de práticas negativas para o desenvolvimento emocional e comportamental das crianças (Gershoff & Grogan-Kaylor, 2016), ainda se percebe a legitimação do emprego delas como uma forma de educação (Clemens et al., 2019; Global Initiative to End All Corporal Punishment of Children, 2018; Lawrenz et al., 2020). Dados do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes sobre notificações de violência contra crianças registradas em serviços públicos no Brasil foram analisados em um estudo científico, em que se observou alto índice de violência, sendo que 73,6% dos casos ocorreram no ambiente familiar e 43,6% referiam-se à violência de repetição (Rates et al., 2015). Assim, especificamente no contexto brasileiro, é importante compreender as repercussões do uso de práticas parentais negativas e dos estilos educativos nos sintomas emocionais das crianças, a fim de que se possa intervir diretamente nessas variáveis e promover relações familiares saudáveis.
Diante do exposto, esse estudo teve como objetivo analisar a associação entre os sintomas emocionais dos pais, as práticas parentais punitivas, o estilo parental e os sintomas emocionais e comportamentais nas crianças. Além disso, como objetivo secundário, visou identificar quais variáveis dos pais mais explicam os sintomas das crianças. Neste estudo, a palavra pais será utilizada para se referir a pais e mães. Destaca-se que os sintomas das crianças foram avaliados a partir da percepção dos pais.
Método
Delineamento
Esse é um estudo quantitativo, de delineamento transversal correlacional e explicativo.
Participantes
Os participantes foram recrutados pela estratégia bola de neve (Sampieri et al., 2013). A amostra foi constituída por 196 pais e mães de crianças na faixa etária entre 4 e 12 anos. Inclui-se participantes que consentiram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e preencheram os instrumentos de forma integral. Para as análises dos dados, foram excluídos os participantes que apresentaram dados incompletos no preenchimento dos instrumentos.
A maior parte dos participantes são pais biológicos (95,9%), com idade média de 38,71(±6,68) anos e do gênero feminino (88,3%). A maioria tem entre um e dois filhos (92,2%) e é casada com o pai ou a mãe do filho (79,6%). Em relação à escolaridade, a maior porcentagem foi identificada em pais com pós-graduação (55,8%), seguido de ensino superior (26,9%). A maioria dos participantes mora no estado do Rio Grande do Sul e está classificada na classe econômica A e B (74%). Em relação às crianças, a idade média é de 7,47(±2,64) anos, e a maior porcentagem é do gênero masculino (54,4%).
Instrumentos
Foi criado um questionário com perguntas fechadas, tais como: idade, escolaridade, estado civil, estado, parentesco com a criança, número de filhos, entre outros. Foi utilizado o s, sendo sete itens cada fator. O resultado final é obtido pela soma das pontuações dos itens de cada subescala, apresentando a classificação dos sintomas separadamente. Os sintomas emocionais dos pais também foram mensurados pelo fator ajustamento parental da escala PAFAS (Sanders et al., 2014), instrumento a ser detalhado na sequência.
Já para avaliar os sintomas emocionais e comportamentais das crianças, foi utilizado o Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) (Goodman, 1997). Esse questionário foi traduzido e validado para uso no Brasil por Fleitlich et al., 2000, e apresenta consistência interna em torno de 0,80 (Woerner et al., 2004). Os participantes responderam as afirmativas em relação à criança, a partir de uma escala de três pontos (0=falso a 2=verdadeiro). Essa escala contém cinco subescalas: sintomas emocionais, problemas de conduta, hiperatividade, relacionamento com colegas e comportamento pró-social, com cinco itens cada. O resultado é a soma da pontuação. Além disso, o SDQ contém uma subescala denominada ‘total de dificuldades’, que é gerada pela soma de todas as subescalas, exceto a de comportamento pró-social.
A Escala de Atitudes Frente à Punição Corporal em Crianças (EAPCC) (Paiva et al., 2017) foi escolhida com o objetivo de avaliar as percepções e atitudes dos pais diante das práticas punitivas. Essa escala é composta por três fatores: Punição Leve e Moderada, Punição Severa e Formas de Intervenção, os quais apresentam consistência interna de, respectivamente: 0,96 , 0,84 e 0,83. Os participantes leram a sentença e preencheram uma escala de resposta (1=discordo totalmente a 5=concordo totalmente) sobre o quanto concordam com a afirmativa. O resultado é obtido pela soma e após divisão pelo número de itens de cada fator. A partir disso, é possível avaliar o percentual de concordância ou discordância da amostra.
A Escala de Estilos Educativos (Fraguela & Torres, 2005 foi utilizada para avaliar três estilos parentais: autoritário, permissivo e cooperativo, tendo consistência interna de, respectivamente: 0,34, 0,60 e 0,73. Os participantes leram as sentenças e responderam, em uma escala de cinco pontos (1=nunca a 5=sempre), o quanto as afirmativas são verdadeiras em relação aos comportamentos dos pais na educação das crianças. Essa escala contém 12 itens, sendo três do estilo autoritário, três do permissivo e seis do cooperativo. A pontuação da escala se dá pelo somatório dos itens que correspondem a cada estilo parental e a divisão pelo número de itens de cada escala.
Para avaliar as práticas parentais e o ajustamento parental, a escala Parenting and Family Adjustment Scale (PAFAS) (Sanders, et al., 2014) foi utilizada. No contexto brasileiro, foi traduzida e adaptada por Santana (2018); no presente estudo, foi encontrada a consistência interna de 0,60. O fator ‘práticas parentais’ contém os domínios: consistência parental, parentalidade coercitiva, incentivo positivo e relação pai-filho, e o fator ajustamento parental apresenta os domínios de ajustamento emocional parental, relações familiares e trabalho parental em equipe. Os participantes leram as sentenças e classificaram até que ponto são verdadeiras, em uma escala de quatro pontos (0=nada verdadeiro a 3=muito verdadeiro). Para cada subescala, a pontuação dos itens deve ser somada, e o escore total dos fatores varia a depender do número de itens, e quanto maior o escore, mais disfuncionalidade em cada domínio.
Procedimentos de Coleta e Análise de Dados
Este estudo faz parte de um projeto maior, o qual tem parecer favorável emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa de uma instituição de ensino superior (CAAE: 46087121.2.0000.5344). Após o parecer de aceite do comitê de ética, a pesquisa foi divulgada em redes sociais. Os participantes acessaram um link para preencher a pesquisa de forma on-line, por meio de um formulário no Google Forms. Para responder a pesquisa, os participantes consentiram com o TCLE e foram direcionados para preencher os instrumentos. Para isso, os participantes preencheram os instrumentos avaliando a si mesmo e as crianças. O tempo médio de preenchimento foi de 30 minutos e, ao final, os participantes eram convidados a enviar a pesquisa para outros potenciais participantes.
Os dados foram analisados no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS Inc., Chicago, IL, USA, 2008) para Windows. Para critérios de decisão estatística, foi adotado o nível de significância de 5%. Foi realizada estatística descritiva para caracterização amostral (média, desvio padrão, frequências e percentuais), assim como das variáveis analisadas. Para avaliar a distribuição de dados das variáveis contínuas, foi realizado o teste de Kolmogorov Smirnov. Para a análise de correlação, foi realizada correlação de Spearman, devido à distribuição assimétrica dos dados. A correlação foi conduzida considerando variáveis relativas aos participantes, obtidas pelas escalas DASS-21, PAFAS, EAPCC e Estilos Educativos, e os sintomas emocionais e de comportamento das crianças medidos pela escala SDQ. Também se realizou análise de regressão linear, pelo método stepwise, para compreender quais variáveis independentes relacionadas aos pais (sintomas, desajustamento emocional, práticas parentais e estilo parental) explicam a variável dependente ‘sintomas emocionais e comportamentais das crianças’, mensurada pela dimensão ‘total de dificuldades’ das crianças, do SDQ. Foi adotado o d de Cohen para avaliar o tamanho de efeito das análises. Os coeficientes foram classificados como de: correlação bem fraca |0,000| a |0,199|; correlação fraca |0,200| a |0,399|; correlação moderada |0,400| a |0,699|; correlação forte |0,700| a |0,899|; e correlação muito forte |0,900| a |1,00| (Cohen, 1988).
Resultados
Na Tabela 1, encontra-se a análise descritiva das variáveis analisadas. Na Tabela 2, é possível observar os resultados da correlação entre as variáveis dos pais (coluna) e das crianças (linhas). Foram encontradas correlações estatisticamente significativas positivas e negativas entre essas variáveis.
Tabela 1
Análise Descritiva das Variáveis Parentais e Sintomas das Crianças
Mínimo |
Máximo |
Média |
Desvio Padrão |
|
Ansiedade |
0 |
14 |
5,67 |
3,91 |
Depressão |
0 |
16 |
3,38 |
3,35 |
Estresse |
0 |
18 |
6,13 |
4,33 |
Desajustamento emocional |
0 |
14 |
4,22 |
2,45 |
Punição leve |
1 |
4,47 |
1,95 |
,783 |
Punição severa |
1 |
2,50 |
1,08 |
,193 |
Ausência do uso de punição |
1,67 |
5 |
4,52 |
,589 |
Prática coercitiva |
0 |
13 |
5,19 |
2,48 |
EP autoritário |
1 |
5 |
3,36 |
,772 |
EP cooperativo |
3,25 |
7,50 |
6,12 |
,895 |
EP permissivo |
1 |
4,33 |
1,98 |
,636 |
Sintomas emocionais |
0 |
9 |
2,59 |
1,97 |
Problemas de conduta |
0 |
9 |
1,68 |
1,67 |
Hiperatividade |
0 |
10 |
3,67 |
2,46 |
Problemas com colegas |
0 |
9 |
1,45 |
1,64 |
Total de dificuldades |
0 |
30 |
9,39 |
5,55 |
Comportamento pró-social |
2 |
10 |
8,47 |
1,85 |
Tabela 2
Correlação Entre as Variáveis Relativas aos Pais e Variáveis Referentes às Crianças
Variável |
Ansiedade |
Depressão |
Estresse |
Desajustamento emocional |
Punição leve |
Punição severa |
Ausência do uso de punição |
Prática coercitiva |
EP autoritário |
EP cooperativo |
EP permissivo |
Total de dificuldades |
,179** |
,226** |
,151* |
,353** |
,273** |
,192** |
-,160* |
,385** |
-0,023 |
-,262** |
,234** |
Sintomas emocionais |
0,119 |
,189* |
0,128 |
,174* |
,268** |
,160* |
-,184* |
,262** |
0,025 |
-,177* |
,253** |
Problemas de conduta |
,196** |
,191** |
,175* |
,345** |
0,117 |
0,139 |
0,031 |
,298** |
-0,097 |
-,158* |
,152* |
Hiperatividade |
0,080 |
,157* |
-0,012 |
,313** |
,200** |
,170* |
-,206** |
,318** |
-0,027 |
-,242** |
,177* |
Problemas com colegas |
,159* |
0,126 |
,170* |
0,137 |
0,137 |
0,130 |
-0,063 |
,174* |
0,013 |
-,142* |
0,093 |
Comportamento pró-social |
-0,097 |
-0,108 |
-0,049 |
-,246** |
-0,098 |
-0,128 |
0,111 |
-,217** |
0,016 |
,219** |
-0,015 |
Nota. EP=Estilo parental; *=p≤0,05; **=p≤0,01
A análise de regressão linear identificou um modelo de três variáveis que melhor explicam a variável dependente total de dificuldades nas crianças. O modelo foi formado por, em primeiro lugar, práticas coercitivas; em segundo, desajustamento emocional dos pais; e em terceiro, de forma negativa, o estilo cooperativo. Esses resultados podem ser conferidos na Tabela 3.
Tabela 3
Modelo de Regressão Linear
Variável |
Coeficientes não padronizados |
Coeficientes padronizados |
t |
Sig. |
|
B |
Erro |
Beta |
|||
Prática coercitiva |
,702 |
,168 |
,306 |
4,175 |
,000 |
Desajustamento emocional parental |
,392 |
,188 |
,163 |
2,085 |
,039 |
Estilo cooperativo |
-1,012 |
,488 |
-,154 |
-2,075 |
,040 |
Nota. R=,457; R quadrado=,209; R quadrado ajustado=,195; Erro de padrão de estimativa=5,078
Discussão
Esse estudo teve como objetivo analisar a associação entre os sintomas dos pais, as práticas parentais punitivas, o estilo parental e os sintomas emocionais e comportamentais das crianças. A partir desses resultados, visou identificar quais dessas variáveis dos pais mais explicam o total de dificuldade das crianças. Para isso, os participantes preencheram os instrumentos avaliando a si mesmo e as crianças.
Em concordância com a literatura (Bolsoni-Silva & Loureiro, 2020; Middeldorp et al., 2016), os achados deste estudo confirmam a relação entre os sintomas emocionais e comportamentais das crianças com a presença de sintomas dos pais. Essa associação está em consonância ao que já foi evidenciado na literatura, internacional e nacional, sobre a correlação entre a presença de sintomas emocionais dos cuidadores e a existência dos mesmos sintomas nas crianças (Heinen et al., 2020; Pietikäinen et al., 2020).
Outro fator que se relacionou com sintomas nos filhos foi o estilo e a prática parental utilizada. O estilo permissivo se associou significativamente à presença de sintomas nas crianças, tanto emocionais quanto de conduta, hiperatividade e problemas com colegas. Pode-se explicar esse resultado relacionando com o estudo de Falcke, Rosa e Steigleder (2012), o qual identificou que maior permissividade pode indicar um estilo parental de risco, sendo considerado, então, um estilo de risco para a relação pais e filhos e o desenvolvimento emocional da criança.
Diferentemente do que a literatura aponta (Rezende et al., 2019), neste estudo, o estilo autoritário não apresentou correlações com as dimensões relativas às crianças. Levanta-se a hipótese de que esse dado pode ter sido evidenciado devido à forma de mensuração da escala, que avalia mais a autoridade do que o estilo autoritário em si, por exemplo, na afirmativa “na minha casa, sou eu quem coloco as regras”. Além disso, itens dessa dimensão apresentam dupla negativa (ex. item 3 “não permito que meu filho(a) questione o que eu mando”), o que pode ter dificultado a compreensão dos pais, levando a um baixo alpha (0,34) nessa dimensão. Sugere-se que futuros estudos dediquem-se a avaliar de forma mais específica os impactos do estilo autoritário nos sintomas das crianças.
A associação negativa entre estilo cooperativo e os sintomas emocionais e comportamentais nas crianças pode ser compreendida pela utilização de práticas positivas resultar em menor repercussão danosa na saúde mental dos filhos (Lawrenz et al., 2020). Da mesma forma, a utilização de práticas positivas pode estimular interações saudáveis com os pares (Maial & Soares, 2019), conforme identificado na associação negativa com a variável ‘problemas com colegas’ e positiva com a variável ‘comportamento pró-social’ deste estudo. Esse dado pode ser explicado pela exposição da criança aos comportamentos que denotam práticas parentais positivas, podendo acarretar, para a criança, a aprendizagem desses comportamentos.
Reforçando esse achado, já foi evidenciada na literatura científica a correlação entre práticas positivas e o desenvolvimento de empatia (Motta et al., 2006), de elevados níveis de competência social (Bolsoni-Silva & Loureiro, 2011) e de estratégias de enfrentamento positivas (Gulliford et al., 2015) nas crianças. Diante disso, compreende-se que o ambiente familiar é um ambiente para as crianças aprenderem sobre comportamentos, sejam eles associados às práticas coercitivas, sejam eles associados às práticas positivas. Assim, entende-se que investir no desenvolvimento de práticas educativas positivas é um caminho promissor para gerar oportunidades de aprendizagem de comportamentos sociais positivos para as crianças.
Entre as variáveis relativas aos pais, as que tiveram maior poder explicativo para os sintomas emocionais e de comportamento das crianças foram as práticas parentais coercitivas, desajustamento emocional e, de forma negativa, o estilo cooperativo. Esse modelo de regressão corrobora dados da literatura, na medida que há um crescente nas pesquisas que apontam os prejuízos que o emprego de práticas coercitivas pode acarretar nas crianças (Gershoff & Grogan-Kaylor, 2016; Gershoff et al., 2017) e a influência do estado emocional dos pais no emprego de uma prática em detrimento de outra (Vafaeenejad et al., 2018).
Ainda reforçando o modelo explicativo, estudos longitudinais apresentam associação entre o uso de práticas coercitivas e problemas de comportamento das crianças ao longo do desenvolvimento (Bauer et al., 2021; Waller et al., 2014). Assim, diante desse modelo, é evidenciada a necessidade de ofertar apoio aos pais, o que pode ser feito através da implementação de programas educativos parentais. Através de intervenções, há a possibilidade de trabalhar com diferentes fatores individuais relativos aos pais e relacionais, com a proposta de aprimorar práticas educativas parentais, promovendo, assim, relacionamentos saudáveis entre pais e filhos e menores índices de sintomas emocionais e comportamentais nas crianças.
Em se tratando do período da infância, é fundamental considerarmos a complexidade de fatores individuais, familiares e relacionais associados à presença de sintomas emocionais e comportamentais e a interação entre eles. Neste estudo, encontrou-se relação entre os sintomas de ansiedade, depressão e estresse dos pais e a prática parental coercitiva, sintomas emocionais, problemas de conduta, hiperatividade, problemas com colegas e total de dificuldades das crianças. Dentre esses resultados, destaca-se o modelo explicativo dos sintomas das crianças, sendo o poder explicativo maior na variável ‘práticas coercitivas’.
Apesar dos resultados contribuírem para a literatura, esse artigo apresenta limitações. A primeira diz respeito à maior prevalência de participantes do gênero feminino e a inexistência de um outro cuidador avaliando a criança, o qual poderia apresentar diferentes percepções sobre o funcionamento da criança avaliada. Além disso, identifica-se como limitação a não avaliação direta das crianças, visto que a avaliação se deu através da percepção dos pais sobre os comportamentos dos filhos. Apesar dos estudos nacionais e internacionais apresentarem correlações similares às encontradas neste estudo, destaca-se que esses dados se referem a uma amostra de uma região específica do Brasil, prioritariamente do Rio Grande do Sul, e de classe econômica A/B.
Diante dos achados, sugere-se o investimento em pesquisas empíricas que possam avaliar os efeitos de intervenções destinadas aos pais em variáveis individuais e relacionais. Destaca-se o foco nos fatores que podem funcionar como fator de risco para o desenvolvimento infantil, tais como a presença de sintomatologia nos pais e o uso de práticas parentais negativas, além da importância de reforçar os fatores protetivos, como a adoção de um estilo cooperativo e o cuidado com a saúde mental dos pais.
Referências
Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. (2018). Critério de Classificação econômica Brasil (CCEB). https://www.abep.org/criterio-brasil
Bauer, A., Fairchild, G., Halligan, S. L., Hammerton, G., Murray, J., Santos, I. S., Munhoz, T. N., Barros, A., & Matijasevich, A. (2021). Harsh parenting and child conduct and emotional problems: Parent- and child-effects in the 2004 Pelotas Birth Cohort. European child & adolescent psychiatry, 31(8), 1–11. https://doi.org/10.1007/s00787-021-01759-w
Baumrind, D. (1966). Effects of Authoritative Parental Control on Child Behavior. Child Development, 37(4), 887–907. https://doi.org/10.2307/1126611
Black, M. M., Walker, S. P., Fernald, L. C., Andersen, C. T., DiGirolamo, A. M., Lu, C., McCoy, D. C., Fink, G., Shawar, Y. R., Shiffman, J., Devercelli, A. E., Wodon, Q. T., Vargas-Barón, E., Grantham-McGregor, S., & Lancet Early Childhood Development Series Steering Committee. (2017). Early childhood development coming of age: Sciencethrough the life course. The Lancet, 389, 77–90. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)31389-7
Bolsoni-Silva, A. T., & Loureiro, S. R. (2020). Behavioral problems and their relationship to maternal depression, marital relationships, social skills and parenting. Psicologia: Reflexão e Crítica, 33(22), 1–13. https://doi.org/10.1186/s41155-020-00160
Bolsoni-Silva, A. T. & Loureiro, S. R. (2011). Práticas educativas parentais e repertório comportamental infantil: Comparando crianças diferenciadas pelo comportamento. Paidéia 21(48), 61–71. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2011000100008
Cardoso, J., & Veríssimo, M. (2013). Estilos parentais e relações de vinculação. Análise Psicológica, 31(4), 393–406. http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v31n4/v31n4a06.pdf
Clemens, V., Decker, O., Plener, P. L., Brähler, E., & Fegert, J. M. (2019). Authoritarianism becomes respectable in Germany: A risk factor for condoning physical violence toward children? Zeitschrift für Kinderund Jugendpsychiatrie und Psychotherapie, 47(5), 453–465. https://doi.org/10.1024/1422-4917/a000684
Cohen, J. (1988). Statistical power analysis for the behavioral sciences (2ª ed.). Lawrence Earlbaum Associates.
De Souza, J., & Crepaldi, M. A. (2019). Problemas emocionales y comportamentales en los niños : asociación entre el funcionamiento familiar, la coparentalidad y la relación conyugal. Acta Colombiana de Psicología, 22(1), 69–106. https://doi.org/10.14718/ACP.2019.22.1.5
Falcke, D., Rosa, L, W., & Steigleder, V. A. T. (2012). Estilos parentais em famílias com filhos em idade escolar. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 5(2), 282–293. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-82202012000200008&lng=pt&tlng=pt
Fleitlich, B., Cortázar, P. G., & Goodman, R. (2000). Questionário de capacidades e dificuldades (SDQ). Infanto-Revista de Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência, 8(1), 44–50.
Fraguela, J. A. G., & Torres, P. V. (2005). Los padres y madres ante la prevención de conductas problematicas en la adolescencia: La aplicación del programa Construyendo Salud: Promoción de habilidades parentales. Informes Ceapa. http://hdl.handle.net/10347/16650
Gershoff, E. T., & Grogan-Kaylor, A. (2016). Spanking and child outcomes: Old controversies and new meta- analyses. Journal of Family Psychology, 30, 453–469. https://doi.org/10.1037/fam0000191
Gershoff, E. T., Lee, S. J., & Durrant, J. E. (2017). Promising intervention strategies to reduce parents' use of physical punishment. Child abuse & neglect, 71, 9–23. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.01.017
Global Initiative to End All Corporal Punishment of Children (2018). Global report 2019: Progress towards ending corporal punishment of children. https://endcorporalpunishment.org/resources/global-report-2019/
Gomide, P. I. C. (2006). IEP: Inventário de Estilos Parentais – Modelo teórico: Manual de aplicação, apuração e interpretação. Vozes.
Goodman, R. (1997). The Strengths and Difficulties Questionnaire: A research note. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 38(5), 581–586. https://doi.org/ 10.1111/j.1469-7610.1997.tb01545.x.
Gulliford, H., Deans E., J., Frydenberg, E., & Liang R. (2015). Teaching coping skills in the context of positive parenting within a preschool setting. Australian Psychologist, 50(3), 219–231. http://dx.doi.org/10.1111/ap.12121
Heinen, M., Sartoretto, C. R., & Oliveira, M. da Silva (2020). Associação de sintomas psicopatológicos entre crianças e responsáveis. Contextos Clínicos, 13(1), 86–104. https://doi.org/10.4013/ctc.2020.131.05
Lawrenz, P., Zeni, L. C., Arnoud, T. C. J., Foschiera, L. N., & Habigzang, L. (2020). Estilos, Práticas ou Habilidades Parentais: Como Diferenciá-Los? Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 16(1), 2–9. https://doi.org/10.5935/1808-5687.20200002
Lovibond, P. F., & Lovibond, S. H. (1995). The structure of negative emotional states: Comparison of the Depression Anxiety Stress Scales (DASS) with the Beck Depression and Anxiety Inventories. Behavioral Research Therapy, 33(3), 335–343. https://doi.org/10.1016/0005- 7967(94)00075-U
Maial, F. A., & Soares, A. B. (2019). Diferenças nas práticas parentais de pais e mães e a percepção dos filhos adolescentes. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 10(1), 59–82. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-64072019000100005&lng=pt&tlng=pt.
Middeldorp, C. M., Wesseldijk, L. W., Hudziak, J. J., Verhulst, F. C., Lindauer, R. J. L., & Dieleman, G. C. (2016). Parents of children with psychopathology: Psychiatric problems and the association with their child’s problems. European Child Adolescent Psychiatry, 25, 919–927. https://doi.org/10.1007/s00787-015-0813-2
Mikolajczak, M., Gross, J. J., & Roskam, I. (2019). Parental burnout: What is it, and why does it matter? Clinical Psychological Science, 7(6), 1319–1329. https://doi.org/10.1177%2F2167702619858430
Miragoli, S., Milani, L., Di Blasio, P., & Camisasca, E. (2020). Difficulties in emotion regulation in child abuse potential: Gender differences in parents. Child abuse & neglect, 106, 104529. doi: https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2020.104529
Mosmann, C., Costa, C. B., Silva, A. G. M., & Luz, S. K. (2018). Filhos com Sintomas Psicológicos Clínicos: Papel Discriminante da Conjugalidade, Coparentalidade e Parentalidade. Trends in Psychology, 26(1), 429–442. https://doi.org/10.9788/TP2018.1-17Pt
Motta, D. C., Falcone, E. M. O., Clark, C., & Manhães, A. C. (2006). Práticas educativas positivas favorecem o desenvolvimento da empatia em crianças. Psicologia em Estudo, 11, 3, 523–532. doi: https://doi.org/10.1590/S1413-73722006000300008
Paiva, T., Pimentel, C., Lima, K., & Santos, M. (2017). Construção e validação da escala de atitudes frente à punição corporal em crianças. Revista E-Psi, 7(1), 39–59. https://revistaepsi.com/artigo/2017-ano7-volume1-artigo3/
Patias, N. D., Siqueira, A. C., & Dias, A. C. G. (2013). Práticas educativas e intervenção com pais: A educação como proteção ao desenvolvimento dos filhos. Advances in Health Psychology, 21(1), 29–40. https://doi.org/10.15603/2176-1019/mud.v21n1p29-40
Pietikäinen, J. T., Kiviruusu, O., Kylliäinen, A., Pölkki, P., Saarenpää-Heikkilä, O., Paunio, T., & Paavonen, E. J. (2020). Maternal and paternal depressive symptoms and children's emotional problems at the age of 2 and 5 years: A longitudinal study. The Journal of Child Psycology and Psychiatry, 61(2), 195–204. https://doi.org/10.1111/jcpp.13126
Plant, D. T., Pawlby, S., Pariante, C. M., & Jones, F. W. (2018). When one childhood meets another – Maternal childhood trauma and offspring child psychopathology: A systematic review. Clinical Child Psychology and Psychiatry, 23(3) 483–500. https://doi.org/10.1177/1359104517742186
Prativa, S., & Deeba, F. (2019). Relationship between parenting styles and depression in adolescents. Journal of Biological Sciences, 28(1), 49–59. https://www.researchgate.net/publication/330839276_Relationship_between_parenting_styles_and_depression_in_adolescents
Rates, S. M. M., De Melo, E. M., Mascarenhas, M. D. M., & Malta, D. C. (2015). Violência infantil: Uma análise das notificações compulsórias, Brasil 2011. Ciência & Saúde Coletiva, 20(3), 655–665. https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014
Reis, M. A., & Landim, I. (2021). Relação entre Ansiedade Social Infantil e o Uso de Controle Coercitivo por Pais e/ou Cuidadores. Contextos Clínicos, 14(1), 73–97. https://doi.org/10.4013/ctc.2021.141.04
Rezende, F., Calais, S. L., & Cardoso, H. F. (2019). Estresse, parentalidade e suporte familiar no transtorno do déficit de atenção/hiperatividade. Psicologia: Teoria e Prática, 21(2), 134–152. https://doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v21n2p153-171
Rodriguez, C. M., Silvia, P. J., & Pu, D. F. (2018). Predictors of change in mothers' and fathers' parent-child aggression risk. Child abuse & neglect, 86, 247–256. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2018.09.008
Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, M. P. B. (2013) Metodologia de pesquisa. Penso.
Sanders, M. R., Morawska, A., Haslam, A., Filus, A., Fletcher, R., (2014). Parenting and Family Adjustment Scales (PAFAS): Validation of a Brief Parent-Report Measure for Use in Assessment of Parenting Skills and Family Relationships. Child Psychiatry Human Development, 45, 255–272. https://doi.org/10.1007/s10578-013-0397-3
Santana, L. R. (2018). Adaptação Transcultural e Validação da Parenting and Family Adjustment Scales (PAFAS) [Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Grande Dourados]. https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6319095
Vafaeenejad Z., Elyasi F., Moosazadeh M., & Shahhosseini Z. (2018). Psychological factors contributing to parenting styles: A systematic review [version 1; referees: awaiting peer review] F1000Research, 7, 906. https://doi.org/10.12688/f1000research.14978.1
Vignola, R. C. B., & Tucci, A. M. (2014). Adaptation and validation of the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS) to Brazilian portuguese. Journal of Affect Disorder (155), 104-109. doi: https://doi.org/ 10.1016/j.jad.2013.10.031
Waller, R., Gardner, F., Dishion, T., Sitnick, S. L., Shaw, D. S., Winter, C. E., & Wilson, M. (2014). Early parental positive behavior support and childhood adjustment: Addressing enduring questions with new methods. Social Development, 24, 304–322. https://doi.org/10.1111/sode.12103
Woerner, W., Fleitlich-Bilyk , B., Martinussen , R., Fletcher, J., Cucchiaro, G., Dalgalarrondo, P., Lui, M., & Tannoc, R. (2004). The Strengths and Difficulties Questionnaire overseas: Evaluations and applications of the SDQ beyond Europe. European Child & Adolescent Psychiatry, 13(2), 47–54. https://doi.org/10.1007/s00787-004-2008-0.
Xiao, S. X., Spinrad, T. L., & Carter, D. B. (2018). Parental emotion regulation and preschoolers’ prosocial behavior: The mediating roles of parental warmth and inductive discipline. The Journal of Genetic Psychology, 179, 246–255. https://doi.org/10.1080/ 00221325.2018.1495611
Zhang, J., Palmer, A., Zhang, N., & Gewirtz, A. H. (2020). Coercive Parenting Mediates the Relationship between Military Fathers' Emotion Regulation and children's Adjustment. Journal of Abnormal Child Psychology, 48(5), 633–645. https://doi.org/10.1007/s10802-020-00625-8
Recebido em: 13/05/2022
Última revisão: 12/09/2024
Aceite final: 12/09/2024
Sobre as autoras:
Marina Heinen: [Autora para contato]. Doutora em Psicologia na Universidade Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestra em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professora do Curso de Psicologia do Grupo Uniftec E-mail: m.marinaheinen@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9362-2295
Joana Alvares: Doutora em Psicologia pela Universidade Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestra em Psicologia pela Unisinos. Professora da Faculdade da Serra Gaúcha. E-mail: jojialvares@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0000-0003-2073-9729
Eduarda Dalpaz: Graduanda em Psicologia na Universidade Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). E-mail: dudadalpaz13@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7420-153X
Marcela Nunes Penna: Doutoranda em Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande do sul (UFRGS). Mestra em Psicologia pela UFRGS. E-mail: marcelanpenna@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7768-6966
Denise Falcke: Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professora da Graduação e da Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). E-mail: dfalcke@unisinos.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4653-1216
doi: http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v1i1.2028
Artigos