Adaptação Transcultural e Validação de Conteúdo do Inventário de Supressão de Pensamentos sobre Comida
Cross-Cultural Adaptation and Content Validation of the Food Thought Suppression Inventory
Adaptación Transcultural y Validación de Contenido del Inventario de Supresión de Pensamientos Alimentarios
Thaiz Mattos Sureira
Morgana de Medeiros Fernandes
Paulo Ricardo das Chagas Oliveira
Joana Sabino da Silva
Marcus Vinicius Costa Alves
Fábio de Cristo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Resumo
Introdução: o Food Thought Suppression Inventory (FTSI) é um instrumento que mensura a supressão de pensamentos sobre comida. Considerando-se a ausência de uma versão deste para o Brasil e potenciais contribuições do seu uso na prática clínica, esta pesquisa teve como objetivo traduzi-lo e adaptá-lo para o português brasileiro, realizando a validação de conteúdo pelo público-alvo da sua versão adaptada. Métodos: trata-se de um estudo metodológico e transversal, que contou com tradutores, especialistas e público-alvo. Para a análise dos dados, foi utilizado o Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC). Resultados e discussões: na etapa de tradução, houve igualdade nos itens 3 e 13, com poucas divergências nos demais itens, enquanto na avaliação do Comitê de Especialistas, a maioria dos itens obtiveram grau de concordância aceitável (CVCc > 0,80). Realizaram-se ajustes nos itens 4, 8, 10 e 14. Já na avaliação do público-alvo, evidenciou-se que o instrumento adaptado apresenta todos os itens aceitáveis, com CVC final de cada característica julgada (clareza = 0,916; adequação = 0,931; compreensão = 0,930) e CVC total do inventário (0,926) satisfatórios. Conclusões: por fim, obteve-se uma versão adaptada do FTSI para o Brasil, a qual se mostrou válida do ponto de vista do conteúdo.
Palavras-chave: supressão, pensamentos, comida, transcultural
Abstract
Introduction: the Food Thought Suppression Inventory (FTSI) is an instrument that measures the suppression of thoughts about food. Considering the lack of a Brazilian version of this document and potential contributions of its use in clinical practice, this research aimed to translate and adapt it into Brazilian Portuguese, performing content validation by the target audience of its adapted version. Methods: this is a methodological and cross-sectional study that involved translators, specialists, and the target audience. For data analysis, the Content Validity Coefficient (CVC) was used. Results and discussions: in the translation stage, there was equality in items 3 and 13, with few divergences in the other items, while in the evaluation of the Expert Committee, most items obtained an acceptable degree of agreement (CVCc > 0.80). Adjustments were made to items 4, 8, 10 and 14. In assessing the target audience, it was evident that the adapted instrument presents all acceptable items. The final CVC for each characteristic (clarity = 0.916, adequacy = 0.931, understanding = 0.930) and the CVC of the total inventory (0.926) were considered satisfactory. Conclusions: finally, an adapted version of the FTSI for Brazil was obtained, which proved to be valid from the content point of view.
Keywords: suppression, thoughts, food, cross-cultural
Resumen
Introducción: El Food Thought Suppression Inventory (FTSI) es un instrumento que mide la supresión de pensamientos sobre la comida. Teniendo en cuenta la falta de una versión brasileña de este documento y las posibles contribuciones de su uso en la práctica clínica, esta investigación tuvo como objetivo traducirlo y adaptarlo para el portugués brasileño, realizando la validación de contenido por parte del público objetivo de su versión adaptada. Métodos: Se trata de un estudio metodológico y transversal que involucró a traductores, especialistas y público objetivo. Para el análisis de los datos, se utilizó el Coeficiente de Validez de Contenido (CVC). Resultados y discusiones: En la etapa de traducción, hubo igualdad en los ítems 3 y 13, con pocas divergencias en los demás ítems, mientras que en la evaluación del Comité de Expertos, la mayoría de los ítems obtuvo un grado de concordancia aceptable (CVCc > 0,80). Se realizaron ajustes en los ítems 4, 8, 10 y 14. En la evaluación del público objetivo, se evidenció que el instrumento adaptado presenta todos los ítems aceptables, con un CVC final de cada característica juzgada (claridad = 0,916; adecuación = 0,931; comprensión = 0.930) y CVC del inventario total (0.926) satisfactorios. Conclusiones: Finalmente, se obtuvo una versión adaptada del FTSI para Brasil, que demostró ser válida desde el punto de vista del contenido.
Palabras clave: supresión, pensamientos, comida, transcultural
Introdução
A supressão de pensamentos é uma estratégia cognitiva utilizada comumente para evitar que pensamentos relacionados a algo que um indivíduo deseje rejeitar cheguem à sua consciência. Em geral, a supressão de pensamentos se conecta à forma como as pessoas se comportam diante do meio em que estão inseridas. Nesse contexto, o instrumento White Bear Suppression Inventory (WBSI) foi formulado por Wegner e Zanakos (1994), sendo utilizado para avaliar a supressão de pensamentos, de maneira geral, e seus efeitos.
Uma ramificação da supressão de pensamentos é direcionada especificamente para questões alimentares. Essa é a supressão de pensamentos sobre comida, definindo-se como uma maneira de a pessoa tentar evitar pensar em determinados alimentos (Barnes et al., 2010; Ferreira & Freitas, 2021).
A relação entre a supressão de pensamentos no tocante à comida e à utilização de recursos atencionais parece ser evidente, tendo em vista que uma variedade de estudos tem demonstrado que, em experimentos em que há a imposição de demandas cognitivas durante a supressão – tais quais a limitação de tempo, pressões para a resposta rápida e tarefas de memória ocorrendo em paralelo –, acaba-se por diminuir o controle sobre os pensamentos outrora suprimidos, tornando estes mais acessíveis (Wenzlaff & Wegner, 2000). Isso, por sua vez, pode acarretar a formação e/ou o estabelecimento de transtornos alimentares (TA), como compulsão alimentar, além de estar interligado ao quadro de obesidade (Harnden et al., 1997; Johnston et al., 1999, como citado por Barnes et al., 2010; Masoumian et al., 2020).
Com o objetivo de medir a supressão de pensamentos diretamente relacionados à comida, o Food Thought Suppression Inventory (FTSI) foi originado por Barnes e Tantleff-Dunn (2009, como citado por Barnes et al., 2010), com base no WBSI. O instrumento surgiu da premissa de que estudos que utilizavam o WBSI relacionando com a temática da alimentação poderiam estar subestimando a conexão entre a supressão de pensamentos, os pensamentos não desejáveis sobre alimentos e os comportamentos alimentares relacionados a transtornos (Barnes et al., 2010). Isto significa a possibilidade de os resultados não refletirem fidedignamente os impactos da supressão de pensamentos.
Seu uso ocorre majoritariamente na língua inglesa, havendo escassez de adaptações para outras línguas (Masoumian et al., 2020). Ademais, Ferreira e Freitas (2021) averiguaram, ao final da adaptação para a população portuguesa, que é possível estabelecer uma linha tênue entre a supressão de pensamentos sobre comida e questões voltadas para o consumo alimentar, peso e imagem corporal. Interliga-se a isso uma preocupação com o potencial desenvolvimento de problemáticas voltadas para o comportamento alimentar.
Nesse cenário, atentando para os reduzidos estudos sobre o FTSI, principalmente no Brasil, e, tendo em vista as potenciais contribuições do seu uso na prática da Nutrição Clínica, este estudo teve como objetivo traduzir e adaptar o Food Thought Suppression Inventory para o português brasileiro, realizando a validação de conteúdo pelo público-alvo da sua versão preliminar, a qual denominamos Inventário de Supressão de Pensamentos sobre Comida (ISPC).
Métodos
Trata-se de um estudo que aborda o processo de tradução e adaptação transcultural do Food Thought Suppression Inventory (FTSI) para o português brasileiro. Com base nos procedimentos sugeridos por Borsa et al. (2012) e Fortes e Araújo (2019), foram desenvolvidas as etapas de tradução, síntese das traduções, avaliação pelo comitê de especialistas, avaliação pelo público-alvo e estudo-piloto, as quais são descritas posteriormente e de forma detalhada. Realizado no período de maio a dezembro de 2022, no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)/Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), Santa Cruz, RN. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, CAAE 57290722.2.0000.5568, de acordo com a Resolução n. 466/2012 (Conselho Nacional de Saúde, 2013).
O FTSI foi construído com o intuito de avaliar a tendência de supressão de pensamentos alimentares nos indivíduos. Esse inventário possui 15 itens organizados em único fator, respondidos por meio de escala Likert de cinco pontos (1 = “Discordo totalmente” e 5 = “Concordo totalmente”). O escore total é obtido através da soma da pontuação de todos os itens, sendo 15 o valor mínimo e 75 o valor máximo, em que pontuações mais altas sugerem uma maior propensão do indivíduo a suprimir pensamentos associados à comida (Barnes et al., 2010).
Etapa de Tradução
A tradução do instrumento para o idioma-alvo (português brasileiro) foi realizada por dois tradutores brasileiros bilíngues com domínio no idioma de origem do constructo (inglês). Um deles tinha formação em Nutrição e o outro não, sendo isso importante para alcançar a equivalência semântica. As traduções ocorreram separadamente, sem comunicação entre os envolvidos, tendo como base uma ficha contendo os itens na versão original e as instruções para operacionalização da etapa (Beaton et al., 2000). A ficha foi enviada via e-mail para cada um dos tradutores.
Etapa de Síntese das Traduções
A síntese das duas versões traduzidas (T1 e T2) para formular uma única versão do instrumento (T3) contou com profissionais das áreas relacionadas ao instrumento, com conhecimento assertivo em inglês (Anjos et al., 2021) pertencentes à equipe de pesquisa. Foi realizada a análise e discussão individualizada de cada item traduzido, ponderando quatro áreas de equivalência: semântica; idiomática; experiencial e conceitual (Borsa et al., 2012). Nesta etapa, não foram excluídos ou incluídos itens ao instrumento, sendo o foco somente a tradução e adaptação da linguagem para o português brasileiro.
Etapa de Avaliação pelo Comitê de Especialistas
O instrumento original e todo o material produzido a partir das etapas anteriores foram submetidos ao Comitê de Especialistas composto por seis pessoas, para oferecer diferentes perspectivas: um metodologista, um especialista em idiomas, um psicólogo, uma nutricionista e os dois tradutores que participaram da tradução do FTSI (Fortes & Araújo, 2019).
A finalidade do Comitê foi avaliar a equivalência entre a versão final traduzida (T3) e original do inventário a partir da análise semântica, idiomática, experiencial e conceitual (Beaton et al., 2000). Para tal, os especialistas, individualmente, examinaram cada item do FTSI traduzido, julgando a adaptação, adequação e compreensão de acordo com uma escala de Likert: 1 (discordo totalmente), 2 (discordo), 3 (nem discordo, nem concordo), 4 (concordo) e 5 (concordo totalmente) (Alexandre & Coluci, 2011). Além disso, solicitaram-se sugestões de alteração nos itens que precisavam ser modificados.
Após esta etapa, foi calculado o Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC) de cada item avaliado, que possibilita a verificação do grau de concordância dos participantes em relação aos itens avaliados, sendo considerados aceitáveis aqueles com CVC final maior que 0,80. O cálculo foi feito conforme as etapas a seguir (Hernández-Nieto, 2002). Os itens do questionário que obtiveram CVC menor que 0,80 necessitam de ajustes, remetendo à análise das sugestões descritas pelos especialistas e debatidas pela equipe (Anjos et al., 2021). Dessa maneira, originou-se uma nova versão do inventário, a qual foi enviada para uma segunda avaliação pelo Comitê de Especialistas. Após isso, realizou-se novamente o cálculo do CVC, obtendo valores adequados para todos os itens, resultando, por fim, a versão preliminar do instrumento.
Etapa de Avaliação pelo Público-Alvo
Nesta etapa, estabeleceu-se um quantitativo de 40 participantes, conforme recomendado por Beaton et al. (2000). Os participantes foram arrolados por meio da divulgação do formulário nas redes sociais (Instagram® e WhatsApp®). Considerou-se como critério de inclusão a obrigatoriedade de o indivíduo apresentar idade entre 18 e 59 anos e ter acesso ao formulário disponibilizado. E, como critérios de exclusão, possuir Ensino Fundamental incompleto e ter algum fator impeditivo para a realização de leitura e preenchimento on-line do formulário.
Destaca-se que a avaliação pelo público-alvo tem como objetivo fundamental verificar a adequação dos termos e expressões presentes nos itens adaptados, assim como a clareza das instruções e a escala de resposta do instrumento (Borsa et al., 2012). Desse modo, os participantes foram instruídos a responderem cada item do questionário e, após isso, avaliarem a interpretação de cada pergunta e opções de resposta, sendo possível, dessa forma, aferir o nível de compreensão do instrumento pelos indivíduos (Beaton et al., 2000).
Etapa do Estudo-Piloto
Para a realização do estudo-piloto, os participantes responderam a versão preliminar do questionário por meio de um formulário on-line na plataforma Google Formulários, que contou com instruções específicas para o seu preenchimento adequado, assim como questionamentos sobre a clareza, adequação e compreensão do conteúdo, para que o indivíduo pudesse realizar a sua avaliação, descrevendo eventuais dúvidas e/ou sugestões sobre o instrumento (Silva et al., 2021).
Posteriormente à tabulação dos dados obtidos no estudo-piloto, foi realizada a análise de concordância dos participantes em relação aos itens avaliados, através do Coeficiente de Validade de Conteúdo. Seguiram-se as mesmas etapas já descritas anteriormente, na avaliação do Comitê de Especialistas, com o acréscimo do cálculo do CVC Total do inventário (CVCt) e para cada aspecto julgado, também previsto por Hernández-Nieto (2002), cuja obtenção se dá através da subtração da média do CVC dos itens do inventário (Mcvci) pela média do erro dos itens (Mpei).
Resultados e Discussões
Tradução e Síntese das Traduções
Na Tabela 1, são apresentados o Inventário de Supressão de Pensamentos sobre Comida em sua versão original (inglês), suas respectivas traduções (T1 e T2), a síntese das traduções (T3) e a versão final em português brasileiro. Tem-se que, em relação às duas traduções, houve igualdade nos itens 3 e 13. Já nos demais, observaram-se algumas divergências, as quais foram tidas como ínfimas, não comprometendo o significado original. Porém, é cabível destacar que o impasse principal se refere à tradução da palavra “food”, em que um tradutor optou por “comida” e o outro por “alimento”. Dessa forma, na etapa de síntese das traduções, a equipe de pesquisa ponderou qualitativamente e julgou que o termo “comida” seria mais adequado, devido a seu significado ser mais abrangente.
Tabela 1
Versão Original, Traduções, Síntese das Traduções e Versão Final do Inventário de Supressão de Pensamentos sobre Comida (ISPC), Santa Cruz, RN, 2022
Versão original |
Traduções 1 e 2 |
Síntese das traduções (T3) |
Versão final |
Food Thought Suppression Inventory |
T1: Inventário de Supressão de Pensamentos sobre Comida |
Inventário de Supressão de Pensamentos sobre Comida |
Inventário de Supressão de Pensamentos sobre Comida |
T2: Inventário de Supressão de Pensamentos sobre Alimentos |
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1. There are foods I prefer not to think about |
T1: Existem comidas sobre as quais eu prefiro não pensar |
Existem comidas sobre as quais eu prefiro não pensar |
Existem comidas sobre as quais eu prefiro não pensar |
T2: Existem alimentos nos quais eu prefiro não pensar |
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2. Sometimes I wonder why I have the thoughts about food that I do |
T1: Às vezes eu me pergunto por que tenho certos pensamentos sobre comida |
Às vezes eu me pergunto por que eu tenho certos pensamentos sobre comida |
Às vezes eu me pergunto por que eu tenho certos pensamentos sobre comida |
T2: Às vezes eu me pergunto por que eu tenho certos pensamentos sobre comida |
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3. I have thoughts about food that I cannot stop |
T1: Eu tenho pensamentos sobre comida que eu não consigo parar |
Eu tenho pensamentos sobre comida que não consigo parar |
Eu tenho pensamentos sobre comida que não consigo parar |
T2: Eu tenho pensamentos sobre comida que eu não consigo parar |
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4. There are images about food that come to mind that I cannot erase |
T1: Há imagens sobre comida que me vêm à mente que não consigo apagar |
Existem imagens sobre comida que me vêm à mente e que eu não consigo apagar |
Existem imagens sobre comida que me vêm à mente que eu não consigo apagar |
T2: Existem imagens sobre comida que vêm à cabeça e que eu não consigo apagar |
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5. My thoughts frequently return to one idea about food |
T1: Meus pensamentos frequentemente retornam para uma ideia sobre comida |
Meus pensamentos frequentemente retornam para uma ideia sobre comida |
Meus pensamentos frequentemente retornam para uma ideia sobre comida |
T2: Meus pensamentos frequentemente retornam a uma ideia sobre comida |
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6. I wish I could stop thinking of certain foods |
T1: Eu gostaria de poder parar de pensar em certas comidas |
Eu gostaria de poder parar de pensar em certas comidas |
Eu gostaria de poder parar de pensar em certas comidas |
T2: Eu gostaria de poder parar de pensar em certos alimentos |
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7. Sometimes my mind races so fast about food I wish I could stop it |
T1: Às vezes minha mente acelera tanto sobre comida que eu gostaria de poder parar |
Às vezes ao pensar em comida minha mente acelera tão rápido que eu gostaria de pará-la |
Às vezes ao pensar em comida minha mente acelera tão rápido que eu gostaria de pará-la |
T2: Às vezes minha mente acelera tão rápido sobre comida que eu desejo que eu pudesse pará-la |
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8. I always try to put eating problems out of my mind |
T1: Eu sempre tento tirar os problemas alimentares da minha mente |
Eu sempre tento tirar da minha mente problemas com alimentação |
Eu sempre estou tentando tirar da minha mente problemas relacionados ao que eu como ou à comida |
T2: Eu sempre tento afastar da minha mente problemas alimentares |
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9. There are thoughts about food that keep jumping into my head |
T1: Existem pensamentos sobre comida que ficam surgindo na minha cabeça |
Existem pensamentos sobre comida que ficam surgindo na minha cabeça |
Existem pensamentos sobre comida que ficam surgindo na minha cabeça |
T2: Há pensamentos sobre comida que seguem aparecendo na minha cabeça |
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10. Sometimes I stay busy just to keep thoughts of food from intruding on my mind |
T1: Às vezes eu me mantenho ocupado apenas para evitar que pensamentos sobre comida se intrometam na minha mente |
Às vezes eu me mantenho ocupado apenas para evitar que pensamentos intrusos sobre comida surjam na minha mente |
Às vezes eu me mantenho ocupado(a) somente para evitar que pensamentos sobre comida invadam minha mente |
T2: Às vezes eu permaneço ocupado(a) somente para evitar que pensamentos sobre comida se intrometam na minha mente |
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11. There are foods that I try not to think about |
T1: Existem comidas sobre as quais eu tento não pensar |
Existem comidas sobre as quais eu tento não pensar |
Existem comidas sobre as quais eu tento não pensar |
T2: Existem alimentos nos quais eu tento não pensar |
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12. Sometimes I really wish I could stop thinking about food |
T1: Às vezes eu realmente gostaria de parar de pensar em comida |
Às vezes eu realmente gostaria de parar de pensar em comida |
Às vezes eu realmente gostaria de parar de pensar em comida |
T2: Às vezes eu realmente desejo que eu pudesse parar de pensar sobre comida |
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13. I often do things to distract myself from my thoughts of food |
T1: Eu frequentemente faço coisas para me distrair dos meus pensamentos sobre comida |
Eu frequentemente faço coisas para me distrair dos meus pensamentos sobre comida |
Eu frequentemente faço coisas para me distrair dos meus pensamentos sobre comida |
T2: Eu frequentemente faço coisas para me distrair dos meus pensamentos sobre comida |
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14. I have thoughts about food that I try to avoid |
T1: Eu tenho pensamentos sobre comida que eu tento evitar |
Eu tenho pensamentos sobre comida que tento evitar |
Eu tento evitar os pensamentos que tenho sobre comida |
T2: Eu tenho pensamentos sobre comida os quais eu tento evitar |
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15. There are many thoughts about food that I have that I don’t tell anyone |
T1: Existem muitos pensamentos sobre comida que eu tenho que eu não conto a ninguém |
Eu tenho muitos pensamentos sobre comida que não conto a ninguém |
Eu tenho muitos pensamentos sobre comida que não conto a ninguém |
T2: Eu tenho muitos pensamentos sobre comida que não conto a ninguém |
Avaliação pelo Comitê de Especialistas
Além disso, na análise do CVC aplicado à versão sintetizada, foram considerados os critérios de adaptação, adequação e compreensão. Na primeira avaliação do Comitê de seis especialistas, a maioria dos itens apresentou grau de concordância aceitável para os três critérios analisados (CVCc > 0,80). Mas alguns deles pontuaram com CVCc igual ou inferior a 0,80 apenas para o critério de adaptação, sendo o item 4 (CVCc = 0,799979), o item 5 (CVCc = 0,766645) e o item 10 (CVCc = 0,766645).
Com relação aos ajustes sugeridos pelos especialistas, especifica-se que não houve alteração do item 5, pois o especialista que não o avaliou no primeiro CVC (sem pontuação) destacou uma dúvida, a qual foi sanada levando à avaliação no segundo momento. Com isso, reenviou-se uma nova versão para análise do Comitê. Nesta segunda avaliação dos especialistas, aqueles itens inaceitáveis na primeira avaliação foram mais bem avaliados, sendo: item 4 (CVCc = 0,999979 para adaptação), item 5 (CVCc = 0,833312 para adaptação) e item 10 (CVCc = 0,933312 para adaptação).
Porém, os itens 8 (CVCc = 0,733312) e 14 (CVCc = 0,799979) foram reavaliados com necessidade de modificação diante da adaptação, com aceite de ajuste pela equipe, a fim de tornar a versão mais compreensível para a população brasileira. Portanto, os valores finais do CVC foram superiores ao parâmetro de 0,80, sendo isto uma variável importante para a qualidade da versão traduzida (Hernández-Nieto, 2002).
Ressalta-se que, como indicado por vários procedimentos que embasam o processo de adaptação transcultural, priorizou-se adequar a linguagem dos itens ao contexto cultural da população-alvo, não focando a simples tradução (Hambleton, 1994, 2005, como citado por Borsa et al., 2012). Para isso, pensou-se em termos que fossem compreendidos por todos, independentemente da região em que residem e dos diferentes níveis de escolaridade que possam apresentar, citando-se a alteração de “problemas com alimentação” para “problemas relacionados ao que eu como ou à comida”, que foi uma alternativa mais detalhada e abrangente, para evitar possíveis confusões, conforme foi feito por Silva et al. (2021).
É importante frisar que alguns itens podem levar a questionar se eles realmente estão relacionados à supressão de pensamentos. Mas ressalta-se que a supressão de pensamentos está envolta em dois processos, um consciente e outro inconsciente, sendo o último o responsável pelos desfechos negativos no comportamento dos indivíduos, por levar ao oposto do que a supressão se propõe (Wegner, 1992, como citado por Wegner; Zanakos, 1994). Assim, depreende-se que a maioria dos itens adaptados, bem como na sua conjuntura original validada, busca justamente identificar essas “falhas” na supressão de pensamentos sobre comida. Essas falhas, apresentando-se de forma ininterrupta, fomentam os possíveis distúrbios alimentares, como a compulsão alimentar e a obesidade.
Avaliação pelo Público-Alvo
No tocante ao estudo-piloto, esse contou com a participação de 40 indivíduos, entre adultos do sexo masculino e feminino, atendendo o quantitativo sugerido para a realização dessa etapa segundo o protocolo seguido (Beaton et al., 2000). Constitui amostra não representativa, obtida por conveniência. A maioria dos participantes corresponde a pessoas que residem na região Nordeste (52,5%); porém, nota-se uma boa presença de participantes de todas as regiões brasileiras (Norte – 10%; Centro Oeste – 12,5%, Sudeste – 10%; Sul – 15%). Quanto ao grau de escolaridade dos respondentes, a maior parcela possui Ensino Superior completo (62,5%), enquanto os demais apresentam Ensino Médio completo (35%) e Ensino Fundamental completo (2,5%).
Contar com um grupo de participantes constituído por sujeitos de diferentes lugares do país e níveis de escolaridade distintos é um aspecto que agrega pontos positivos à pesquisa, pois, ao fim de todo o processo de validação, o inventário poderá ser aplicado em qualquer região do Brasil. Diante disso, ter um perfil variado de participantes pode trazer importantes contribuições, considerando eventuais dúvidas e sugestões ocasionadas pelas diferenças acadêmicas e culturais da amostra, visto que a avaliação pelo público-alvo deve promover um julgamento semântico, que perpassa pela verificação do grau de compreensão e adequação de tudo que compõe o instrumento, ou seja, instruções, itens e escala de resposta (Borsa et al., 2012).
Na Tabela 2, são apresentados os resultados da análise do grau de concordância dos respondentes, expressos através do Coeficiente de Validade de Conteúdo Final (CVCc) de cada item, segundo os critérios avaliados pelo público-alvo (clareza, adequação e compreensão) na fase do estudo-piloto, além do CVC Final Médio (Mcvcc) para cada um dos parâmetros supracitados e o CVC Total do inventário (CVCt).
Como evidencia a Tabela 2, todos os itens do inventário apresentaram coeficientes superiores ao valor mínimo estabelecido como aceitável (CVCc > 0,80) para todos os parâmetros analisados, sugerindo que tais itens não necessitam de modificações adicionais, pois foram bem adaptados ao público-alvo. Caso algum dos itens apresentasse CVCc menor que 0,80, este deveria ser revisto e reformulado com o intuito de promover alterações que possam melhorar a sua adaptação, implicando em uma nova aplicação do estudo-piloto junto ao público-alvo (Hernández-Nieto, 2002).
Tabela 2
Coeficientes de Validade de Conteúdo (CVC) do ISPC Avaliados pelo Público-Alvo, Santa Cruz, RN, 2022
Item |
|||
Clareza |
Adequação |
Compreensão |
|
1. Existem comidas sobre as quais eu prefiro não pensar. |
0,855 |
0,910 |
0,895 |
2. Às vezes eu me pergunto por que eu tenho certos pensamentos sobre comida. |
0,910 |
0,925 |
0,925 |
3. Eu tenho pensamentos sobre comida que não consigo parar. |
0,910 |
0,915 |
0,935 |
4. Existem imagens sobre comida que me vêm à mente que eu não consigo apagar. |
0,915 |
0,930 |
0,940 |
5. Meus pensamentos frequentemente retornam para uma ideia sobre comida. |
0,865 |
0,915 |
0,885 |
6. Eu gostaria de poder parar de pensar em certas comidas. |
0,935 |
0,935 |
0,935 |
7. Às vezes, ao pensar em comida, minha mente acelera tão rápido que eu gostaria de pará-la. |
0,940 |
0,945 |
0,950 |
8. Eu sempre estou tentando tirar da minha mente problemas relacionados ao que eu como ou à comida. |
0,920 |
0,935 |
0,935 |
9. Existem pensamentos sobre comida que ficam surgindo na minha cabeça. |
0,895 |
0,920 |
0,905 |
10. Às vezes eu me mantenho ocupado(a) somente para evitar que pensamentos sobre comida invadam minha mente. |
0,930 |
0,935 |
0,940 |
11. Existem comidas sobre as quais eu tento não pensar. |
0,925 |
0,940 |
0,940 |
12. Às vezes eu realmente gostaria de parar de pensar em comida. |
0,930 |
0,935 |
0,945 |
13. Eu frequentemente faço coisas para me distrair dos meus pensamentos sobre comida. |
0,940 |
0,945 |
0,950 |
14. Eu tento evitar os pensamentos que tenho sobre comida. |
0,930 |
0,935 |
0,935 |
15. Eu tenho muitos pensamentos sobre comida que não conto a ninguém. |
0,940 |
0,940 |
0,940 |
CVC FINAL MÉDIO (Mcvcc) |
0,916 |
0,931 |
0,930 |
CVC TOTAL (CVCt) |
0,926 |
Nota. *CVCc: Coeficientes de Validade de Conteúdo de Concordância
Os escores finais médios (Mcvcc) do inventário para clareza, adequação e compreensão, assim como o CVC global do inventário (CVCt = 0,926), também se mostraram adequados, apresentando valores superiores a 0,90. Coeficientes bem acima do ponto de corte determinado pela literatura para itens aceitáveis, sendo assim considerados excelentes do ponto de vista de validade e concordância (Hernández-Nieto, 2002).
De modo similar, Pacanaro et al. (2021), ao realizarem a validação de conteúdo de uma escala de autoeficácia socioemocional para adultos, alcançaram um CVC global de 0,94, enquanto Soares et al. (2022) obtiveram CVC geral de 0,93 em uma escala de atitudes, e Luiz et al. (2021), um escore global igual a 0,91, ao avaliarem uma escala de disposição do pensamento crítico. É importante destacar que, nos referidos estudos com instrumentos psicológicos, o CVC global apresentado foi fruto da avaliação de juízes-especialistas, e não do público-alvo, uma vez que essa medida não é comumente aplicada na fase do estudo-piloto.
Apesar disso, a análise do Coeficiente de Validade de Conteúdo foi aqui empregada como um meio adicional para obtenção de dados capazes de refletir objetivamente o nível de concordância e entendimento da população-alvo em relação aos parâmetros avaliados no ISPC. Cassepp-Borges et al. (2010) defendem que a inquirição de evidências de validade de conteúdo (como o CVC) possibilita o refinamento e a identificação de potencialidades e fragilidades de um instrumento, elevando significativamente a qualidade da sua adaptação.
Observa-se que esse tipo de análise quantitativa geralmente não é conduzida nas etapas de avaliação pelo público-alvo e estudo-piloto. Nessas fases da adaptação transcultural, o tratamento dos dados é limitado a métodos qualitativos e análises subjetivas sobre a interpretação da população-alvo em relação às questões que compõem o construto avaliado. Essa característica é observada em diversos estudos que abordam a validação de conteúdo não apenas em instrumentos psicológicos, como o ISPC, mas também em diferentes áreas de conhecimento e da pesquisa.
Dentre as estratégias que podem ser empregadas nessas fases, cita-se a promoção de encontros presenciais da equipe de pesquisa com uma amostra do público-alvo para discutir o nível de compreensão dos itens do instrumento (Pires et al., 2018; Fortes & Araújo, 2019). E outras mais próximas à proposta executada no presente trabalho, como a própria aplicação do instrumento presencialmente, com a possibilidade de os respondentes relatarem dificuldades de entendimento dos itens ou sugerirem modificações (Santana & Wartha, 2020; Soares et al., 2022; Moreira et al., 2022).
Estudo-Piloto
Para a avaliação da população-alvo nesta pesquisa, optou-se por realizar a aplicação da versão preliminar do ISPC através de um formulário on-line, assim como Silva et al. (2021), contendo também questões relacionadas à clareza, compreensão e adequação dos itens ao nível de escolaridade do respondente. Os participantes contaram ainda com a possibilidade de indicar se o item necessitaria de modificações ou não. Além disso, disponibilizaram-se campos no formulário para que eventuais dúvidas ou sugestões pudessem ser registradas.
Com isso, nota-se que todos os itens receberam sugestões e/ou dúvidas relacionadas, sendo as mais frequentes associadas à escala de resposta, além da demanda de apresentar a versão original do item junto à versão adaptada. O item que recebeu o maior número de sugestões de mudança foi o 1 (“Existem comidas sobre as quais eu prefiro não pensar”), com indicação de alteração de pouco mais de 20% da amostra.
Entretanto, julgou-se a pertinência dos comentários e decidiu-se pela manutenção do item, amparado de forma complementar pelo resultado da análise do CVC dessa questão (clareza = 0,855; adequação = 0,910; compreensão = 0,895) que a classifica como aceitável. Isso demonstra que a maioria dos participantes concorda com essa aceitabilidade, de acordo com os critérios avaliados. A mesma análise foi efetuada para os demais itens, sem a realização de alterações. É importante salientar que um novo estudo-piloto pode ser promovido futuramente, caso as recomendações de mudanças sejam acatadas antes da realização das etapas seguintes de validação das propriedades psicométricas do instrumento (Borsa et al., 2012).
A presente pesquisa apresenta algumas limitações. Por exemplo, quanto ao perfil dos especialistas, que foram selecionados por conveniência. A avaliação do CVC também pode levar à supervalorização da versão adaptada do instrumento. Tem-se ainda que foram enfrentadas dificuldades na adaptação de certos termos, em questão semântica e de terminologia, para que se adequassem à população brasileira sem fugir ao objetivo original do inventário.
Além disso, cita-se a aplicação do inventário de modo integralmente on-line, o que pode ter inibido de alguma forma os comentários da população-alvo, visto que nem todos os participantes que assinalaram que o item deveria ser modificado realizou uma proposta de melhoria. Através da mediação da equipe de pesquisa presencialmente, seria possível que melhores contribuições fossem obtidas a partir das discussões. Pode-se considerar também como uma limitação a baixa representatividade na amostra de participantes com Ensino Fundamental completo, pois seria interessante e enriquecedor para a pesquisa que o grau de escolaridade dos respondentes tivesse uma maior variedade para atender realidades ainda mais diversificadas. No caso deste estudo, a amostra foi composta predominantemente por indivíduos com Ensino Superior completo e Ensino Médio completo.
Conclusões
Após a finalização do estudo, foi possível gerar uma versão adaptada do Inventário de Supressão de Pensamentos sobre Comida para o Brasil. Essa mostrou-se válida do ponto de vista do conteúdo, visto que todos os itens avaliados, de forma individual e global, apresentaram CVC adequados, atestando que o conteúdo do referido reflete bem o constructo que se propõe a medir. Dessa forma, espera-se viabilizar o uso do ISPC na prática clínica, algo que pode contribuir para a mensuração e o consequente tratamento nutricional da obesidade e de distúrbios alimentares relacionados com a supressão de pensamentos por comida. Destarte, pesquisas futuras devem ampliar as evidências de validade sobre essa versão traduzida, por exemplo, a partir da execução de testes de confiabilidade, responsividade e validade do construto por meio de análise fatorial.
Agradecimentos e Informações Complementares
Agradecemos pelo apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN/FACISA) no desenvolvimento desta pesquisa, bem como a todos os envolvidos que, direta ou indiretamente, dedicaram uma parte do seu tempo para contribuir com nosso projeto e apoiar a ciência feita nas universidades públicas do Brasil.
Referências
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Recebido em: 13/09/2023
Última revisão: 24/03/2024
Aceite final: 16/04/2024
Sobre os autores:
Thaiz Mattos Sureira: Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina. Nutricionista pela Universidade de Guarulhos. Docente associada do curso de Nutrição da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: thaiz.sureira@ufrn.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6547-8887
Morgana de Medeiros Fernandes: Nutricionista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: morganadmfernandes@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0009-0005-7053-7123
Paulo Ricardo das Chagas Oliveira: Nutricionista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: pauloricardo0092@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0009-0005-7737-8540
Joana Sabino da Silva: Nutricionista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: joanasabino@outlook.com, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1458-7952
Marcus Vinicius Costa Alves: Doutor em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo/ Escola Paulista de Medicina. Psicólogo pela Universidade Federal de São Paulo. Docente do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: marcus.alves@ufrn.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5179-3771
Fábio de Cristo: Doutor em Psicologia social pela Universidade de Brasília. Docente do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: fabio.cristo@ufrn.br , Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5188-0376
doi: http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v16i1.2557
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