Consumo de Álcool e Saúde Mental entre Jovens Adultos Estudantes da Zona da Mata Mineira
Alcohol Consumption and Mental Health among Young Adult Students in Zona da Mata Mineira
Consumo de Alcohol y Salud Mental entre Jóvenes Estudiantes Adultos de la Zona da Mata Mineira
Juliana Fernandes de Queiroz
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Leandro David Wenceslau
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Luana Vieira Toledo
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Resumo
Introdução: O uso do álcool é uma prática comum entre os jovens, e a aquisição de diferentes hábitos de consumo requer a compreensão de fatores associados. Objetivo: Analisar o padrão de uso do álcool, sua associação com sintomas de depressão, ansiedade e estresse, e representações entre jovens adultos estudantes de escolas públicas. Método: Estudo transversal, quanti-qualitativo, com 58 jovens adultos estudantes. Utilizou-se o questionário sociodemográfico, o Alcohol Use Disorders Identification Test, a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse, e grupos focais com 22 estudantes selecionados. Resultados: A prevalência de uso prejudicial do álcool foi de 43,1%. Houve associação entre o consumo de álcool e a mediana de idade dos estudantes (p=0,019). A prevalência de algum grau de depressão foi de 55,2%; de ansiedade, 53,4%; e de estresse, 46,6%. Da análise qualitativa emergiram quatro temas: o efeito prejudicial do álcool; a venda e o acesso; as controvérsias sobre o consumo de álcool rural e; o significado social do álcool. Discussão e Conclusão: Os estudantes analisados apresentaram consumo de álcool elevado, embora relatem entender sobre os seus potenciais riscos e as difíceis experiências associadas ao seu uso.
Palavras-chave: consumo de bebidas alcoólicas, saúde mental, adulto jovem, estudantes
Abstract
Introduction: Alcohol use is a common practice among young people, and the acquisition of different drinking habits requires an understanding of associated factors. Objective: To analyze the pattern of alcohol use, its association with symptoms of depression, anxiety and stress, and representations among young adult students from public schools. Method: A cross-sectional, quantitative and qualitative study, with 58 young adult students. A sociodemographic questionnaire, the Alcohol Use Disorders Identification Test, the Depression, Anxiety and Stress Scale and focus groups with 22 selected students were used. Results: The prevalence of harmful alcohol use was 43.1%. There was an association between alcohol consumption and the median age of the students (p=0.019). The prevalence of some degree of depression was 55.2%; anxiety, 53.4%; and stress, 46.6%. Four themes emerged from the qualitative analysis: the harmful effect of alcohol; sale and access; controversies about rural alcohol consumption and; the social significance of alcohol. Discussion and Conclusion: The students analyzed had high alcohol consumption, although they reported understanding the potential risks and difficult experiences associated with its use.
Keywords: alcohol drinking, mental health, young adult, students
Resumen
Introducción: El consumo de alcohol es una práctica común entre los jóvenes, y la adquisición de diferentes hábitos de consumo requiere la comprensión de los factores asociados. Objetivo: Analizar el patrón de uso de alcohol, su asociación con síntomas de depresión, ansiedad y estrés, y las representaciones entre estudiantes adultos jóvenes de escuelas públicas. Método: Estudio transversal, cuantitativo y cualitativo, con 58 estudiantes adultos jóvenes. Se utilizaron un cuestionario sociodemográfico, el Alcohol Use Disorders Identification Test la Escala de Depresión, Ansiedad y Estrés y grupos focales con 22 estudiantes seleccionados. Resultados: La prevalencia del consumo nocivo de alcohol fue del 43,1%. Existía una asociación entre el consumo de alcohol y la edad media de los estudiantes (p=0,019). La prevalencia de algún grado de depresión fue del 55,2%; de ansiedad, 53,4% y; de estrés, 46,6%. Del análisis cualitativo surgieron cuatro temas: el efecto nocivo del alcohol; la venta y el acceso; las controversias sobre el consumo de alcohol en el medio rural y; el significado social del alcohol. Discusión y conclusión: Los estudiantes analizados presentaban un elevado consumo de alcohol, aunque declararon comprender los riesgos potenciales y las experiencias difíciles asociadas a su uso.
Palabras clave: consumo de bebidas alcohólicas, salud mental, adulto joven, estudiantes
Introdução
O consumo de bebidas alcoólicas é um comportamento manifestado culturalmente pela humanidade desde a antiguidade, ocupando um lugar de preferência em vários contextos de interação social. As mudanças econômicas, sociais e culturais ocorridas ao longo do tempo foram determinantes para a sociedade adquirir diferentes hábitos quanto ao consumo de álcool (Carmo et al., 2018). Essas dimensões refletem produções sócio-históricas de grupos e indivíduos e se manifestam nos espaços geográficos e sociais, entre eles o espaço escolar, onde o jovem amplia relações interpessoais e compartilha práticas sociais e discursos aprendidos (Almeida & Lana, 2020).
Níveis elevados de consumo caracterizam o “uso nocivo do álcool”, padrão de uso que resulta em dano físico, mental e social, considerado um importante problema de saúde pública, que não se limita há uma provável dependência, mas associa-se à causalidade de diversos agravos sociais e de saúde (Organização Mundial da Saúde [OMS], 2018). Destaca-se que a exposição ao álcool tem ocorrido cada vez mais precocemente, estando o maior consumo associado aos mais jovens, com implicações para o bem-estar e a saúde ao longo da vida, destacando-se a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis, o uso compulsivo, os acidentes e as violências, o que resulta no maior risco de mortalidade (Freitas et al., 2019).
O consumo de álcool é um fenômeno complexo e multifatorial associado a elementos sociodemográficos, econômicos, culturais e modos de vida, que se articulam de forma diferenciada e complexa, produzindo condições de saúde que demandam uma compreensão mais abrangente do processo saúde-doença (Ronzani et al., 2023). O fácil acesso e a disponibilidade de bebidas alcoólicas, a redução de preços, as publicidades, como também o uso do álcool e conflitos no contexto familiar estão entre os motivadores para o consumo
(Monteiro, 2016; Silva et al., 2014). Em paralelo, constata-se a ineficácia e os danos
do proibicionismo vigente nas políticas públicas no Brasil para regulação do consumo de drogas psicoativas (Cerqueira, 2024).
O consumo nocivo de bebidas alcoólicas também apresenta relação com problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool [CISA], 2021), sendo considerado uma possível forma de enfrentamento para o estresse (Russell et al., 2018). Diferentes autores relacionam a introdução da bebida alcoólica na vida do jovem como uma forma de buscar diversão e relaxamento, estabelecer interações sociais, ou mesmo como um alívio e/ou fuga para situações difíceis que geram instabilidade emocional (Ferreira et al., 2019; Silva et al., 2014).
No estado de Minas Gerais, um estudo realizado com 226 estudantes de uma cidade da região Centro-Oeste mostrou uma porcentagem significativa de uso de bebidas alcoólicas a partir de 14 anos, com o aumento gradativo com a idade (Borges et al., 2022). Tavares et al. (2019) identificaram que, entre as drogas psicoativas, o álcool foi a mais utilizada por estudantes da rede municipal de educação em Belo Horizonte. Esse consumo pode impactar negativamente o desempenho escolar e, consequentemente, o futuro profissional (Ferreira et al., 2019).
Apesar da diversidade de estudos envolvendo a temática, observa-se a ausência de pesquisas no Brasil sobre o uso de bebidas alcoólicas que se destinem a avaliar estudantes jovens, na faixa etária de 18 a 29 anos, incluindo os inseridos mais tardiamente no ensino médio e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo Costa e Conceição (2019), os estudantes da EJA são “cidadãos e cidadãs da resistência”, que enfrentam adversidades sociais, marcadamente, a negação inicial do seu direito de acesso à escola pela inserção precoce no trabalho. São trabalhadores e trabalhadoras que buscam na educação uma forma de satisfação pessoal e maior autonomia. Considerando essa lacuna existente na literatura, a elevada prevalência e os problemas relacionados ao consumo de álcool, principalmente entre os mais jovens, são necessários mais estudos, em escolas públicas, que incluam os estudantes inseridos nessa modalidade de ensino.
O presente trabalho tem por objetivo analisar o padrão de uso de bebidas alcoólicas, sua associação com sintomas de depressão, ansiedade e estresse, e representações entre jovens adultos estudantes, incluindo estudantes da EJA, em um município de pequeno porte, com maior extensão rural, no interior de Minas Gerais. Devido ao seu ineditismo, os achados deste trabalho podem contribuir para uma compreensão ampliada das características desse perfil populacional, seu contexto psicossocial e sua relação com o uso de bebidas alcoólicas.
Trata-se de um estudo transversal com abordagem quanti-qualitativa, realizado em três escolas públicas da rede estadual de ensino no município de Matipó, localizado na Zona da Mata Mineira, interior de Minas Gerais. A população de estudo foi composta por estudantes jovens adultos, de ambos os sexos, do ensino regular e da modalidade EJA fundamental e médio, matriculados em escolas públicas da rede estadual, que atendiam os critérios de elegibilidade: ter idade entre 18 e 29 anos, frequentar regularmente as aulas e estar presente no período de coleta de dados.
Para aplicação dos questionários, a amostra reuniu todos os estudantes que preenchiam os critérios de inclusão e aceitaram participar da pesquisa. As três escolas participantes do estudo eram as únicas da rede pública estadual que ofertavam o ensino médio e a EJA no município. As secretarias de cada escola forneceram a listagem de alunos matriculados para cada turma de interesse. Em contato com a equipe pedagógica, estimou-se o número de alunos que frequentavam regularmente as aulas e constatou-se uma amostra de 194 alunos das três instituições. Desse total, 58 alunos integraram a amostra final da pesquisa. O restante foi excluído por motivos de ausência no dia da coleta, recusa em participar do estudo e preenchimento incorreto dos instrumentos.
Para realização dos grupos focais, a seleção foi intencional e deu-se através de contato com os professores para indicação dos estudantes mais colaborativos. Foram convidados 32 alunos e 22 estiveram presentes nos dias da pesquisa. O convite para aceite e participação voluntária foi realizado em sala de aula.
A coleta dos dados ocorreu entre outubro de 2022 e abril de 2023. Para aplicação dos questionários, foram constituídos pequenos grupos de participantes que, em salas reservadas, foram esclarecidos sobre os objetivos, a relevância da pesquisa e os aspectos éticos. Diante da concordância com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), foram entregues os formulários para preenchimento individual. Para obtenção dos dados qualitativos, realizaram-se grupos focais, buscando promover discussões sobre o tema em profundidade, baseadas nas experiências cotidianas dos participantes (Gatti, 2005). Foram realizados três grupos focais, um em cada escola, havendo uma reunião por grupo, em semanas diferentes, no turno noturno. Nessa etapa da pesquisa, participaram 22 estudantes, de ambos os sexos, sendo o primeiro e segundo grupo compostos por 8 participantes cada, e o terceiro por 6 participantes.
Os grupos focais aconteceram em sala de aula reservada, em data combinada com os estudantes. A dinâmica do grupo focal incluiu a apresentação dos participantes, do tema a ser discutido, e a leitura e assinatura de um TCLE específico. Em seguida, como forma de preservação de sua identidade, todos foram identificados com a letra “P”, seguida de uma numeração via sorteio correspondente à quantidade de integrantes. Cada escola foi representada pela letra “E”, e um número equivalente a ordem de realização dos grupos. A facilitação dos grupos focais seguiu um roteiro semiestruturado de perguntas, em que os participantes tiveram a oportunidade de expressar suas opiniões, e as falas foram gravadas em áudio, com autorização prévia. Foram apresentadas aos estudantes perguntas referentes à percepção sobre o consumo do álcool, a compreensão dos problemas ocasionados, o uso equilibrado e nocivo, a diferença entre padrões de consumo em áreas rurais e urbanas, e a compreensão acerca de medidas preventivas para o controle do uso. Para análise qualitativa, as falas foram transcritas na íntegra e submetidas ao método de análise temática reflexiva como proposto por Braun e Clarke (2022).
Utilizou-se como instrumentos de pesquisa para as variáveis sociodemográficas estudadas um questionário estruturado, autoaplicável. Para mensurar o padrão de consumo do álcool, foi utilizado o Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT), instrumento elaborado pela OMS (2001), amplamente utilizado em pesquisas em todo o mundo para avaliação de padrões de consumo do álcool em diferentes realidades socioculturais, demonstrando ser um instrumento confiável e preciso (Silva et al., 2021). Ele é composto por 10 perguntas que avaliam o uso do álcool nos últimos 12 meses, com respostas que variam de 0 a 4 pontos para cada pergunta. A variação do escore é de 0 a 40 pontos e propõem-se classificar o nível de consumo alcoólico do indivíduo em quatro zonas de risco: zona I (baixo risco ou abstinência, 0 a 7 pontos); zona II (uso de risco, 8 a 15 pontos); zona III (uso nocivo, 16 a 19 pontos), zona IV (provável dependência, acima de 20 pontos). Recorreu-se, nesse estudo, à versão do AUDIT validada no Brasil por Méndez (1999). O nível de depressão, ansiedade e estresse foram avaliados por meio da aplicação da escala Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21), ou Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse, adaptada e validada para o Brasil por Vignola e Tucci (2014), a qual apresenta evidências de validade, qualidade e boa consistência interna para avaliar estados emocionais separadamente. É composta por 21 afirmativas, divididas em três subescalas do tipo Likert de 4 pontos (0 a 3). Cada subescala é composta por sete itens, que avaliam os estados emocionais de depressão, ansiedade e estresse durante a última semana. Os resultados de cada subescala são obtidos somando-se os escores de seus itens e multiplicando o total por dois, categorizando os níveis de depressão, ansiedade e estresse como normal, leve, moderado, severo e extremamente severo.
Os dados quantitativos foram digitados no software Microsoft Excel® e analisados no SPSS® versão 23.0. Realizou-se a análise descritiva e inferencial. As variáveis categóricas foram expressas em frequência absoluta e frequência relativa. As variáveis numéricas foram apresentadas pela mediana, medida de tendência central que divide a distribuição em duas partes iguais, e pelos quartis 1 e 3, medidas de dispersão que indicam a faixa em que 25% e 75% dos dados se encontram, respectivamente. Optou-se pela apresentação dessas medidas devido à ausência de normalidade na distribuição dos dados, obtida pelo teste de Kolmogorov-Smirnov.
Para analisar as diferenças nas variáveis sociodemográficas entre os estudantes, em relação ao consumo de álcool, utilizou-se o teste de Qui-Quadrado de Pearson ou Exato de Fisher, para as variáveis categóricas, e o teste de Kruskal Wallis para as variáveis quantitativas. Realizou-se a correlação de Spearman entre o consumo de álcool dos estudantes e os níveis de depressão, ansiedade e estresse obtidos pela escala DASS-21. Para todas as análises, foi considerado como estatisticamente significativo p<0,05.
O estudo seguiu as normas da Resolução n. 466/12 (Conselho Nacional de Saúde, 2012) e foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição proponente, sob parecer nº 5.644.980, CAAE nº 62089722.8.0000.5153. Os participantes consentiram com a participação na pesquisa a partir da assinatura do TCLE, sendo assegurado o sigilo e anonimato.
Resultados
Perfil de Consumo e Saúde Mental
Entre os 58 estudantes que participaram da pesquisa, a idade variou de 18 a 29 anos, com mediana de 20 anos (Q1 18,0 anos – Q3 23,0 anos). Houve predomínio de estudantes do sexo feminino (51,7%), matriculados na EJA médio (60,3%), solteiros (81,0%), autodeclarados pardos (53,4%), residentes na zona urbana (81,0%).
Com relação ao padrão de consumo do álcool da amostra estudada, de acordo com os resultados obtidos pelo AUDIT, observa-se que os estudantes, em sua maioria, fizeram, nos últimos 12 meses, consumo de álcool de baixo risco 33 (56,9%), enquanto a prevalência de uso mais frequente e intenso do álcool, representando o consumo de risco, nocivo e provável dependência, foi de 25(43,1%), conforme exposto na figura 1.
Figura 1
Classificação do Consumo de Álcool entre os Estudantes nos Últimos 12 Meses
Entre as características sociodemográficas, verificou-se diferença estatisticamente significativa entre o consumo de álcool e a mediana de idade dos estudantes (p=0,019), conforme exposto na tabela 1.
Tabela 1
Características Sociodemográficas dos Estudantes em Relação ao Consumo de Álcool
Variáveis |
Baixo risco (n = 33) |
Risco (n = 15) |
Nocivo (n = 6) |
Provável dependência (n = 4) |
p-valor |
Idade med(Q1-Q3) |
21 (18,0-24,0) |
19 (18,0-20,0) |
19,5 (19,0-20,0) |
21,5 (19,5-22,5) |
0,039* |
Sexo n(%) |
0,443 |
||||
Feminino |
20 (60,6) |
6 (40,0) |
2 (33,3) |
2 (50,0) |
|
Masculino |
13 (39,4) |
9 (60,0) |
4 (66,7) |
2 (50,0) |
|
Série escolar n(%) |
0,229 |
||||
2º ano regular |
- |
2 (13,3) |
1 (16,7) |
1 (25,0) |
|
3º ano regular |
11 (33,3) |
3 (20,0) |
1 (16,7) |
- |
|
EJA fundamental |
1 (3,0)) |
1 (6,7) |
1 (16,7) |
1 (25,0) |
|
EJA médio |
21 (63,6) |
9 (60,0) |
3 (50,0) |
2 (50,0) |
|
Estado civil n(%) |
0,328 |
||||
Solteiro(a) |
22 (66,7) |
15 (100,0) |
6 (100,0) |
4 (100,0) |
|
Casado(a) |
8 (24,2) |
- |
- |
- |
|
União Estável |
2 (6,1) |
- |
- |
- |
|
Divorciado(a) |
1 (3,0) |
- |
- |
- |
|
Raça n(%) |
0,251 |
||||
Branco(a) |
2 (6,1) |
2 (13,3) |
1 (16,7) |
1 (25,0) |
|
Preto(a) |
13 (39,4) |
5 (33,3) |
1 (16,7) |
1 (25,0) |
|
Pardo(a) |
18 (54,5) |
8 (53,3) |
3(50,0) |
2 (50,0) |
|
Indígena |
- |
- |
1 (16,7) |
- |
|
Religião n(%) |
0,535 |
||||
Católico |
10 (30,3) |
6 (40,0) |
1 (16,7) |
- |
|
Protestante |
10 (30,3) |
4 (26,7) |
- |
2 (50,0) |
|
Espírita |
- |
1 (6,7) |
1 (16,7) |
- |
|
Outro |
4 (12,1) |
1 (6,7) |
1 (16,7) |
- |
|
Sem religião |
6 (18,2) |
3 (20,0) |
2(33,3) |
1 (25,0) |
|
Mais de uma religião |
3 (9,1) |
- |
1(16,7) |
1 (25,0) |
|
Local onde mora n(%) |
0,783 |
||||
Zona Urbana |
26 (78,8) |
12 (80,0) |
5 (83,3) |
4 (100,0) |
|
Zona Rural |
7 (21,2) |
3 (20,0) |
1 (16,7) |
- |
|
Renda familiar nos últimos quatro meses n(%) |
0,077 |
||||
Menor que 1.212 reais |
18 (54,5) |
4 (26,7) |
2 (33,3) |
1 (25,0) |
|
De 1.212 a 1.818 reais |
11 (33,3) |
4 (26,7) |
3 (50,0) |
1(25,0) |
|
De 1.819 a 3.030 reais |
3 (9,1) |
2 (13,3) |
1 (16,7) |
- |
|
De 3.031 a 4.242 reais |
1 (3,0) |
3 (20,0) |
- |
2 (50,0) |
|
Acima de 4.242 reais |
- |
2 (13,3) |
- |
- |
Nota. *Estatisticamente significativo p<0,05. Teste de Kruskal Wallis.
No que se refere à avaliação da depressão, ansiedade e estresse obtida pela escala DASS-21, verificou-se que, entre os estudantes, a prevalência de algum grau de depressão foi de 55,2%, de ansiedade foi de 53,4% e de estresse foi de 46,6%. Verificou-se que os níveis de depressão, ansiedade e estresse estão fortemente correlacionados (p<0,001). No entanto, o consumo de álcool não se mostrou correlacionado a essas variáveis (p>0,05).
Representações sobre o Consumo de Álcool
Com a análise dos dados, quatro temas foram identificados na Análise Temática. Na Tabela 2, consta a estrutura de temas com os subtemas e exemplos ilustrativos. Os depoimentos possibilitaram compreender a relação desses jovens com o objeto psicossocial – o álcool, como ele é percebido e vivenciado no cotidiano. Na sequência, cada um dos temas será apresentado de forma descritiva.
Tabela 2
Temas e Subtemas Derivados da Análise Temática das Entrevistas
Tema 1: O Efeito Prejudicial do Álcool
Esse tema emergiu dos relatos sobre os impactos ocasionados pelo uso de álcool no contexto social em que esses jovens estão inseridos. As falas expressavam trajetórias econômicas, sociais e com perda de familiares. Foram relatadas experiências de impotência, diante de mortes de familiares que eram alcoolistas, e a dificuldade na oferta de cuidado diante da não aceitação do tratamento, como também a necessidade de acolhimento familiar diante do quadro de dependência. Nesse sentido, os jovens reconheceram as consequências sociais e de saúde que o álcool pode ocasionar, atribuindo-as principalmente ao seu uso nocivo, por eles mesmos, familiares e amigos. O álcool é percebido como uma causa de doenças, de vários sintomas de abstinência (vômito, suor, tremores, fissura), e agravante de doenças pré-existentes, estando associado a conflitos familiares e envolvimento em situações de risco como acidentes e violência.
Tema 2: Venda e Acesso
A segunda temática versou sobre a disponibilidade física de bebidas alcoólicas, que proporcionam o fácil acesso e influenciam diretamente o consumo. Nesse contexto, os jovens destacaram a necessidade de medidas de fiscalização em relação aos comércios e vendedores. Enfatizaram sobre a necessidade de políticas públicas mais efetivas quanto à regulação, ao controle de pontos de venda e à produção, a qual muitas vezes não tem condições sanitárias adequadas para funcionar. Outro ponto em discussão foi a facilidade de compra e venda nos mercados formais e, principalmente, informais, denominados por eles como “botecos”, que estão dispersos pelas ruas. Diante disso, atribuem o maior consumo de álcool ao contexto urbano, diante do amplo comércio de vendas.
Tema 3: Controvérsias sobre o Consumo de Álcool Rural
Esse tema retrata a percepção dos jovens sobre o consumo de álcool no meio rural, o que resultou em diferentes opiniões acerca da produção de bebida alcoólica na zona rural através dos “alambiques”, local onde se produz cachaça, e sua influência ou não para o consumo. Entrando em contradições sobre consumo rural e urbano, a maioria dos depoentes referiram a um menor consumo na área rural (onze participantes), e a minoria acredita que existe um maior consumo no contexto rural (quatro participantes); outros referiram não haver diferença de consumo entre rural e urbano, ou não se manifestaram. As formas de trabalho rural foram ressaltadas como fator de proteção ao consumo, a exemplo da agricultura, cafeicultura, pecuária e demais atividades rurais que fazem parte da vida do jovem rural desde cedo. No entanto, a falta de ocupação dos jovens urbanos esteve associada à busca pelo álcool.
Tema 4: O Significado Social do Álcool
Nas falas, o uso do álcool foi relacionado a sensações positivas, de diversão, alegria, relaxamento, prazer, vinculado aos momentos de lazer e comemoração, ao fortalecimento de vínculos de amizade e principalmente a festas. Mesmo apontando o álcool como uma forma de entretenimento, demonstram consciência de seu efeito viciante, e que a busca por essas sensações pode ocasionar um consumo frequente. A influência das amizades, a socialização por meio de eventos festivos e a convivência com familiar que consome álcool foram apresentadas pelos jovens como fatores que exercem influência no comportamento favorável à ingestão de bebidas alcoólicas. Por fim, identificou-se que a aproximação dos jovens com o álcool ocorre como um elemento responsável pelo alívio e pela fuga dos problemas cotidianos, que envolvem situações estressantes, momentos de tristeza e outros estados emocionais que são manejados pelo uso do álcool.
Discussão
Os níveis de uso do álcool são influenciados por múltiplos fatores, e a realização de monitoramentos com jovens adultos escolares permitem conhecer melhor as particularidades desse público, e com isso contribuir para a elaboração de ações educativas e preventivas que promovam a conscientização do problema e a redução de danos à saúde (Almeida & Lana, 2020).
O perfil sociodemográfico dos estudantes participantes é semelhante ao de outros estudos realizados em contextos acadêmicos, em que houve predomínio nas amostras pesquisadas de estudantes do sexo feminino, solteiros e que residiam em zona urbana (Aquino et al., 2019; Mendonça et al., 2018).
Quanto à classificação no perfil de consumo, a população desta pesquisa apresentou prevalências maiores de consumo de alto risco quando comparada a outras investigações que utilizaram o mesmo instrumento (Barros & Costa, 2019; Mendonça et al., 2018; Rosa et al., 2021; Silva et al., 2021). Uma possível explicação para essa diferença pode estar relacionada ao estrato de menor escolaridade. Estudo realizado a partir dos dados das edições da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013 e 2019, com indivíduos de 18 anos ou mais, revelou maiores prevalências de consumo entre pessoas com baixa escolaridade (Ribeiro et al., 2021).
A prevalência de uso de risco, nocivo ou provável dependência entre os estudantes pesquisados é um dado preocupante, entendido pela literatura como causa de mortes e doenças, associado a comportamentos de risco à saúde, ocasionando problemas no contexto individual e social (OMS, 2018). No presente estudo, verificou-se que o consumo de bebidas alcoólicas classificado como risco esteve associado aos estudantes mais jovens (p=0,019). Outros estudos de prevalência de uso de álcool no Brasil também mostraram associação do consumo problemático de álcool em grupos etários jovens (Jaeger et al., 2018; Ribeiro et al., 2021). Dados da OMS (2018) revelam que, em todo o mundo, 155 milhões de jovens com faixa etária de 15 a 19 anos bebem, e que esse consumo aumenta entre as pessoas com 20 a 24 anos. Alguns fatores de risco podem estar associados ao maior consumo por jovens, como a fase de transição para vida adulta, a busca por socialização, os conflitos familiares (Silva et al., 2014) e a exposição às propagandas massivas que estimulam o consumo (Monteiro, 2016).
Em relação à saúde mental, os resultados permitem inferir que uma porcentagem significativa de estudantes apresentou algum grau de depressão 32 (55,2%), ansiedade 31 (53,4%) e estresse 27 (46,6%), seja leve, moderado, severo e extremamente severo. Identificou-se também que mais de 20% dos estudantes obtiveram escores extremamente severo para depressão 12 (20,7%) e ansiedade 15 (25,9%). Em relação ao estresse, a prevalência de maior severidade foi menor, correspondendo a 7 (12,1%) dos estudantes. Esses achados são semelhantes ao estudo de Freitas et al. (2023) realizado com 321 estudantes universitários, no qual aproximadamente 50% apresentaram sintomas de depressão, ansiedade e estresse, de gravidade leve a muito grave, e mais de 20% apresentaram sintomas graves dessas condições, o que representa que esses estudantes estão vivenciando estados emocionais indicativos de sofrimento mental.
Quanto aos dados qualitativos evidenciados neste estudo, Ferreira et al. (2019) obteve resultados semelhantes quanto às representações subjetivas de estudantes referentes ao uso de álcool. A pesquisa aponta que os jovens apresentam conhecimento prévio acerca dos efeitos prejudiciais do álcool, demonstrando experiências negativas e complexas quanto a problemas sociais e comportamentais, incluindo problemas de saúde física e mental, atribuindo expectativas positivas quanto ao efeito socializador do álcool.
A juventude é uma fase marcada por mudanças biopsicossociais. Nesse período, são constituídos hábitos a partir de fatores socioculturais que vão influenciar o seu estilo de vida (Santos et al., 2022). Nesta investigação, alguns fatores consistentes na literatura se confirmaram quanto às motivações atribuídas pelos jovens ao uso do álcool, relacionadas à busca de novas experiências, à necessidade de estabelecer laços sociais e pertencer a um grupo e à influência das amizades, o que favorece comportamentos de risco como a ingestão do álcool (Rosa et al., 2021; Silva et al., 2014). Outros significados foram atribuídos a sensações positivas que induzem o consumo de álcool, associadas ao prazer, à diversão, ao relaxamento, vinculados principalmente aos momentos festivos e de lazer, também constatados no estudo de Silva et al. (2014), em que o álcool foi percebido pelos adolescentes como algo prazeroso, que facilita a interação diante de seu efeito desinibidor, estando mais associado a eventos festivos.
A bebida alcoólica foi referida como uma estratégia de enfrentamento para os problemas e as situações de estresse que surgem no cotidiano do jovem. Nessa perspectiva, Russell et al. (2018) salientam que o ato de beber é expresso como uma forma de regular emoções, enfrentar o sofrimento e o afeto negativo, o que pode desencadear um ciclo de dependência à medida que esse comportamento se torna mais frequente e intenso. Cabe ainda ressaltar que o álcool é um fenômeno cultural, integrado à vida em sociedade desde a antiguidade, atribuído a diferentes significados sociais, entre eles o estabelecimento de vínculos nas relações interpessoais, e, com sua ampla disseminação, passou a ser inserido em vários contextos sociais (Carmo et al., 2018). Esse é um aspecto importante para se compreender a cultura de utilização do álcool, que perpassa gerações e é compartilhada socialmente por inúmeras pessoas de diversas idades, com alta prevalência entre os jovens (Monteiro, 2016).
Notabilizaram-se manifestações de sentimento de impotência diante das declarações a respeito das perdas de familiares alcoolistas, quando as possibilidades de ajuda pareciam esgotar-se, e o vício se sobrepunha à situação de sofrimento. Nesse sentido, Barbosa e Engstrom (2023) enfatizam os impactos negativos do álcool à subjetividade do usuário, refletindo em baixa autoestima, sentimento de desvalor e estigmas vivenciados, que impulsionam a perda de sentido da vida e consequentemente uma desmotivação para o enfrentamento do processo de mudança de comportamento.
Para além dos danos à saúde do usuário, emergiram representações acerca do consumo de álcool como um grande problema social, principalmente na dimensão familiar. Os sentimentos manifestados na dinâmica familiar corroboram o estudo de Ferraboli et al. (2015), que traz compreensões acerca da convivência de familiares com membros alcoolistas, perpassada através de relações conflituosas, por vezes, diante de atitudes agressivas, que tornam a convivência com familiares marcada pela exaustão emocional, advinda de violência física e psicológica, que fragiliza as relações afetivas e ocasiona o distanciamento e/ou rompimento de vínculos entre seus membros.
As narrativas sobre a disponibilidade de bebidas alcoólicas e sua influência para o consumo precoce possibilitaram a construção da temática venda e acesso, que foi ancorada diante de discussões sobre a facilidade de compra e venda, os baixos preços, a excessiva oferta e acessibilidade, associadas ao maior consumo. A ampla aceitação social, normalização e banalização do consumo favorecem a violação das leis e o consumo por jovens. Esses fatores refletem uma legislação e fiscalização insuficientes, seja pelos horários de venda, seja pela idade mínima, seja pela quantidade de pontos de venda e pelo preço do produto. Assim, os interesses comerciais advindos da lucratividade com a venda de bebidas entram em conflito com as medidas de saúde pública (Monteiro, 2016).
As representações expressas pelos jovens diante o uso de álcool por comunidades rurais fundamentam um diálogo de controvérsias, baseado em significados apreendidos a partir da vivência da realidade rural e/ou de experiências de interações sociais, que podem ser compreendidas, de acordo com Santos et al. (2022), a partir dos determinantes sociais que constituem estruturas histórico-culturais da vida em sociedade, abrangendo aspectos psicossociais, territoriais, de condições de vida e trabalho, que se manifestam de forma diversificada em ambientes rurais e urbanos. Assim, os jovens retratam saberes apreendidos a partir de valores culturais compartilhados, carregados de significados que irão direcionar percepções e comportamentos diversos em relação ao álcool.
Entre os limites do estudo, decorrem ele ter o delineamento transversal, não sendo possível inferir, diante das associações observadas, a relação de causa-efeito. A pequena abrangência do estudo dificulta a generalização dos resultados, podendo não corresponder à realidade de jovens estudantes localizados em outros municípios.
Conclusão
Os achados deste estudo permitem constatar o predomínio do padrão de baixo risco para o uso de álcool entre os estudantes, porém uma parcela preocupante apresentou consumo de risco nocivo ou provável dependência. Em relação à saúde mental, sintomas de depressão, ansiedade e estresse apresentaram associação negativa com o consumo de álcool. Observou-se, a partir das representações, o reconhecimento do álcool como uma substância prejudicial à saúde, em aspectos físicos, psicológicos e sociais.
O uso nocivo de bebidas alcoólicas é um grave problema de saúde pública e tem repercutido negativamente na vida dos jovens, tornando-se uma prática facilitada e estimulada pelo contexto social. Ressalta-se a importância dos núcleos familiares na formação de seus membros e o impacto das relações familiares no contexto de uso do álcool. As famílias são espaços de transmissão de valores, e uma parentalidade ativa e dialógica, na educação sobre temas sensíveis como o uso de drogas psicoativas, pode ajudar a minimizar possíveis comportamentos de risco. São necessárias, ainda, políticas públicas mais efetivas para regular a disponibilidade de bebidas alcoólicas, principalmente entre os jovens, o que demanda aprimoramento dos marcos legais e dos seus mecanismos de fiscalização. Nesse sentido, o suporte familiar e o investimento em políticas públicas de saúde e educação, a partir de estratégias efetivas de promoção da saúde e prevenção de doenças, fortalecem a rede de enfrentamento ao consumo prejudicial do álcool.
Referências
Almeida, C. S., & Lana, F. C. F. (2020). Relação entre espaço sociocultural e o consumo de substâncias psicoativas por adolescentes. Revista Gaúcha de Enfermagem, 41, e20190335. https://doi.org/10.1590/1983- 1447.2020.20190335
Aquino, J. M., Teixeira, K. S., Silva, D. M. R., Xavier, R. F., Medeiros, S. E. G., & Falcão, V. T. F. L. (2019). Consumo de bebidas alcoólicas por estudantes de escolas públicas da cidade do Recife-PE. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, 15(2), 60–68. https://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2019.000419
Barbosa, V. R. A., & Engstrom, E. M. (2023). Vivências e sentidos do uso prejudicial de álcool e outras drogas. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental, 15, e12328. https://doi.org/10.9789/2175-5361.rpcfo.v15.12328
Barros, M. S. M. R., & Costa, L. S. (2019). Perfil do consumo de álcool entre estudantes universitários. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, 15(1), 4–13. https://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2019.000353
Borges, L. C. V., Almeida, C. S., Rodrigues, S. B., Duarte, S. J. H., Cavalcante, R. B., & Machado, R. M. (2022). Adolescentes de escolas públicas: Uso de drogas, determinantes sociais de saúde e distribuição espacial. Texto & Contexto Enfermagem, 31, e20220164. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2022-0164pt
Braun, V., & Clarke, V. (2022). Thematic analysis: A practical guide. SAGE.
Carmo, D. R. P., Faria, F. L., Pelzer, M. T., Terra, M. G., Santos, M. A., & Pillon, S. C. (2018). Motivações atribuídas por adultos ao consumo de bebidas alcoólicas no contexto social. Revista Psicologia – Teoria e Prática, 20(2), 240–253. http://dx.doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v20n2p240-253
Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. (2021). Álcool e a saúde dos brasileiros. https://cisa.org.br/images/upload/Panorama_Alcool_Saude_CISA2021.pdf
Cerqueira, D. (2024). Custo de bem-estar social dos homicídios relacionados ao proibicionismo das drogas no Brasil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/12132/4/TD_2985_web.pdf
Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. https://www.gov.br/conselho-nacional-de-saude/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/resolucoes/2012/resolucao-no-466.pdf/view
Costa, A. B. D. C., & Conceição, A. P. S. (2019). O processo de aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos (EJA): As vozes dos cidadãos da resistência. Revista Internacional de Educação de Jovens e Adultos, 2(3), 93–112. https://www.revistas.uneb.br/index.php/rieja/article/view/7680
Ferraboli, C. R., Guimaraes, A. N., Kolhs, M., Galli, K. S. B., Guimaraes, A. N., & Schneider, J. F. (2015). Alcoolismo e dinâmica familiar: Sentimentos manifestos. Ciência, Cuidado e Saúde, 14(4),1555–1563. https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v14i4.27245
Ferreira, L. F. O., Veloso, L. U. P., Coutinho, N. F. L. C., Júnior, Lira, V. L., & Lira, J. A. C. (2019). Perception of adolescents about alcohol consumption. Revista de Enfermagem da UFPI, 8(2), 18–24. https://ojs.ufpi.br/index.php/reufpi/article/view/7737/pdf
Freitas, E. A. O., Martins, M. S. A. S., & Espinosa, M. M. (2019). Experimentação do álcool e tabaco entre adolescentes da região Centro-Oeste/Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 24(4), 1347–1357. https://doi.org/10.1590/1413-81232018244.15582017
Freitas, P. H. B., Meireles, A. L., Ribeiro, I. K. S., Abreu, M. N. S., Paula, W., & Cardoso, C. S. (2023). Sintomas de depressão, ansiedade e estresse em estudantes da saúde e impacto na qualidade de vida. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 31, e3886. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6315.3886
Gatti, B. A. (2005). Grupo focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Liber Livro.
Jaeger, G. P., Mola, C. L., & Silveira, M. F. (2018). Transtornos relacionados ao uso de álcool e fatores associados em zona rural do Brasil. Revista de Saúde Pública, 52 (Suppl.1), 8s. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000262
Méndez, E. B. (1999). Uma versão brasileira do AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test) (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Brasil). https://www.epidemio-ufpel.org.br/uploads/teses/Brod%20Mendez%201999%20Dissert.pdf
Mendonça, A. K. R. H., Jesus, C. V. F., & Lima, S. O. (2018). Fatores associados ao consumo alcoólico de risco entre universitários da área da saúde. Revista Brasileira de Educação Médica, 42(1), 205–213. https://dx.doi.org/10.1590/1981-52712018v42n1RB20170096
Monteiro, M. G. (2016). Políticas públicas para a prevenção dos danos relacionados ao consumo de álcool. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 25(1), 171–174. https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000100017
Organização Mundial da Saúde. (2001). AUDIT: The Alcohol Use Disorders Identification Test: guidelines for use in Primary Care (2ª ed.). https://www.who.int/publications/i/item/WHO-MSD-MSB-01.6a
Organização Mundial da Saúde. (2018). Global status report on alcohol and health 2018. https://iris.who.int/handle/10665/274603
Ribeiro, L. S., Damacena, G. N., & Szwarcwald, C. L. (2021). Prevalência e fatores sociodemográficos associados ao beber pesado no Brasil: análises transversais da Pesquisa Nacional de Saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, 24, E210042. https://doi.org/10.1590/1980-549720210042
Ronzani, T. M., Pereira, T. S., Castro, J. B., & Dimenstein, M. (2023). Determinantes sociais e dependência de drogas: Revisão sistemática da literatura. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 39, e39407. https://doi.org/10.1590/0102.3772e39407.pt
Rosa, L. C. M., Lini, R. S., Teixeira, J. J. V., & Mossini, S. A. G. (2021). Prevalência e características do consumo de álcool entre universitários. Saúde e Pesquisa, 14(4), 807–816. https://doi.org/
Russell, M. A., Almeida, D. M., & Maggs, J. L. (2018). Stressor-Related Drinking and Future Alcohol Problems among University Students. Psychol Addict Behav, 31(6), 676–687. https://doi.org/10.1037/adb0000303
Santos, E. O., Pinho, L. B., Silva, A. B., Eslabão, A. D., & Nunes, C. K. (2022). Determinantes sociais do uso de álcool na infância e adolescência em territórios rurais. Saúde e Sociedade, 31(2), e200881pt. https//doi.org/10.1590/S0104-12902022200881pt
Silva, N. G., Arruda, G. O., Targa, S. S., Pereira, E. H. A. I., Prado, F. M. O., & Lara, H. C. A. A. (2021). Modelos preditivos para o uso problemático de álcool entre universitários da saúde. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, 17(4), 33–43. https://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2021.170253S
Silva, S. E. D., Padilha, M. I., & Araújo, J. S. (2014). A interação do adolescente com o familiar alcoolista e sua influência para adicção do alcoolismo. Revista de Enfermagem UFPE on-line, 8(1), 59–69. https://doi.org/10.5205/reuol.4843-39594-1-SM.0801201409
Tavares, M. L. O., Reinaldo, A. M. S., Villa, E. A., Pereira, M. O & Monteiro, M. A. M. (2019). Informação, crenças e atitudes de escolares acerca do uso de álcool e outras drogas. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, 15(2),45–51. https://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2019.000408
Vignola, R. C. B., & Tucci, A. M. (2014). Adaptation and validation of the depression, anxiety and stress scale (DASS) to Brazilian Portuguese. Journal of Affective Disorders, 155, 104–109. https://dx.doi.org/10.1016/j.jad.2013.10.031
Recebido em: 05/02/2024
Última revisão: 23/09/2024
Aceite final: 24/09/2024
Sobre os autores:
Juliana Fernandes de Queiroz: [Autora para contato]. Mestra em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Especialista em Saúde Mental e graduada em Psicologia pelo Centro Universitário de Caratinga (UNEC). Psicóloga. E-mail: julianafq94@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-3551-3995
Leandro David Wenceslau: Doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor Adjunto do Departamento de Internato da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). E-mail: correiodoleandro@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8622-9137
Luana Vieira Toledo: Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Professora Adjunta do Departamento de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV). E-mail: luana.toledo@ufv.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9527-7325
doi: http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v1i1.2749
Artigos