Precarização do Trabalho e Prevalência de Transtornos Mentais em Agentes Penitenciários do Estado de Sergipe

Autores

  • Deisiane Rodrigues Albuquerque Universidade Federal de Sergipe
  • Marley Rosana Melo de Araújo Universidade Federal de Sergipe

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v10i1.456

Palavras-chave:

transtornos mentais comuns, precarização do trabalho, agentes de segurança, saúde mental.

Resumo

Os agentes penitenciários podem sofrer pressões decorrentes tanto da organização do trabalho, quanto dos fenômenos sociais. Esses fatores provocam um quadro desfavorável ao bom desenvolvimento do trabalho desses profissionais e para a sua saúde. O presente artigo analisou a relação entre precarização do trabalho do agente penitenciário do estado de Sergipe e o desenvolvimento de transtornos mentais comuns (TMCs) decorrentes das condições de trabalho no Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), na cidade de São Cristóvão, SE. Foram analisados 25 agentes de segurança, entre 35 e 60 anos de idade, todos do sexo masculino, em que se verificou, por meio do Self Report Questionnaire (SRQ-20) e de entrevistas semiestruturadas, a presença de sinais de TMC, podendo-se considerá-los suscetíveis ao adoecimento.

Biografia do Autor

Deisiane Rodrigues Albuquerque, Universidade Federal de Sergipe

Assistente social especialista em saúde mental e atenção psicossocial, aluna especial do Mestrado em Psicologia da Universidade Federal de Sergipe. 

Marley Rosana Melo de Araújo, Universidade Federal de Sergipe

Profa Dra. do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Sergipe.

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Publicado

2018-03-23

Como Citar

Albuquerque, D. R., & Araújo, M. R. M. de. (2018). Precarização do Trabalho e Prevalência de Transtornos Mentais em Agentes Penitenciários do Estado de Sergipe. Revista Psicologia E Saúde, 10(1), 19–30. https://doi.org/10.20435/pssa.v10i1.456

Edição

Seção

Artigos