Dor Crônica sob a Ótica Comportamental: Compreensão e Possibilidades de Intervenção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v11i3.646

Palavras-chave:

dor crônica, comportamental, terapia comportamental, manejo da dor

Resumo

A média da população brasileira que se queixa ou sofre de dor crônica é ampla e tem-se caracterizado em um grande desafio para as ciências da saúde. Portanto o objetivo deste trabalho foi realizar uma análise conceitual a respeito da compreensão da dor crônica sob a perspectiva comportamental, abordando técnicas de intervenção psicológicas utilizadas para o manejo da dor. Para tanto, foi realizada uma busca na literatura por meio de artigos e livros, que relatam a aplicabilidade das teorias comportamentais no tratamento da dor crônica e alguns estudos científicos que corroboram a eficácia dessa teoria para o manejo da dor. A partir da literatura encontrada, conclui-se que as teorias comportamentais contribuem para o entendimento e tratamento da dor crônica, tendo em vista que contingências ambientais podem ter um papel de destaque no início, na gravidade e na manutenção da dor. Acredita-se, portanto, que esses achados possam ser de grande valia para os profissionais contribuindo com melhores práticas no âmbito da saúde.

Biografia do Autor

Cristiane Rodrigues Lopes, UNIPAR

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Paranaense (UNIPAR), atualmente é Psicóloga Residente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

 

Vanessa Ferrari, UNIPAR

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Paranaense (UNIPAR).

Cynthia Carvalho Jorge, UNIPAR

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Paranaense (UNIPAR), Especialização em Terapia Comportamental pelo Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento (ITCR - Campinas), e Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

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Publicado

2019-10-09

Como Citar

Lopes, C. R., Ferrari, V., & Jorge, C. C. (2019). Dor Crônica sob a Ótica Comportamental: Compreensão e Possibilidades de Intervenção. Revista Psicologia E Saúde, 11(3), 63–78. https://doi.org/10.20435/pssa.v11i3.646

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Seção

Artigos