Significado das Experiências Emocionais de Pessoas com Diabetes Mellitus do Tipo 2
DOI:
https://doi.org/10.20435/pssa.v15i1.2359Palavras-chave:
diabetes mellitus tipo 2, pesquisa qualitativa, emoçõesResumo
Introdução: O diagnóstico de diabetes desarmoniza a vida do indivíduo e da sua família. O presente estudo objetivou compreender o significado das experiências emocionais de pessoas com diabetes mellitus tipo 2. Método: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem clínico-qualitativa. Participaram do estudo 13 pessoas diagnosticadas com diabetes mellitus tipo 2, que foram selecionadas por amostragem intencional, e o tamanho da amostra foi determinado pelo critério de saturação teórica dos dados. Utilizou-se a análise de conteúdo, seguindo os sete passos conforme o método clínico-qualitativo. Resultados: As informações analisadas revelaram três categorias: (1) Sofrimento existencial; (2) Força superior no controle do adoecimento; e (3) A doença como desafio. Discussão: Ao viver com diabetes tipo 2, as pessoas buscam dar sentido e significado à sua condição. A repercussão da experiência do viver com diabetes tipo 2, neste estudo, apontou que as atitudes das pessoas estão relacionadas à maneira como elas enfrentaram e priorizaram a enfermidade em suas vidas. Conclusão: As experiências emocionais produziram significados que ultrapassam o aspecto sintomatológico e permitiram identificar como essas experiências são percebidas nas dimensões social, afetiva e espiritual diante do grau de aceitação e do convívio com as limitações advindas da cronicidade da doença.
Referências
Almeida, W. C. (2021). Defesas do ego: Leitura didática de seus mecanismos (3ª ed.). Ágora.
Bock, A. M. B., Furtado, O., & Teixeira A. L. T. (2018). Psicologias: Uma introdução aos estudos de Psicologia (15ª ed.). Saraiva.
Campos, R. C. (2019). O Conceito de Mecanismos de Defesa e a sua Avaliação: Alguns Con-tributos [The definition of defense mechanisms and their assessment: Some contributi-ons]. Revista Iberoamericana de Diagnóstico y Evaluación Psicologica, 50(1), 149–161. https://www.researchgate.net/publication/330503715
Casarez, R. L., Engebretson, J. C., & Ostwald, S. K. (2010). Spiritual practices in self-management of diabetes in African Americans. Holistic nursing practice, 24(4), 227–237. https://doi.org/10.1097/HNP.0b013e3181e903c6
Chew, B. H., Vos, R. C., Metzendorf, M. I., Scholten, R. J., & Rutten, G. E. (2017). Psycho-logical interventions for diabetes-related distress in adults with type 2 diabetes melli-tus. The Cochrane database of systematic reviews, 9(9), CD011469. https://doi.org/10.1002/14651858.CD011469.pub2
Costa, H. R. B., & Costa J. R. B (2017). Crenças e conhecimentos dos diabéticos acerca de sua doença. Revista da Faculdade de Medicina de Teresópolis, 1(1), 149–81. https://www.unifeso.edu.br/revista/index.php/faculdadedemedicinadeteresopolis/article/view/598/391
Duke, N. (2021). Type 2 diabetes self-management: Spirituality, coping and responsibility. Journal of research in nursing: JRN, 26(8), 743–760. https://doi.org/10.1177/17449871211026958
Faria-Schützer, D. B., Surita, F. G., Alves, V. L. P., Bastos, R. A., Campos, C. J. G., Turato, E. R. (2021). Seven steps for qualitative treatment in health research: The Clinical-Qualitative Content Analysis. Ciências e Saúde Coletiva, 26(01), 256–274. https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.07622019
Fontanella, B. J. B., Ricas, J., & Turato, E. R. (2008). Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições teóricas. Cadernos de Saúde Pública, 24(1), 17–27. https://scielosp.org/article/csp/2008.v24n1/17-27/#ModalArticles
Forghieri, Y. C. (1996). Saúde e adoecimento existencial: O paradoxo do equilíbrio psicológi-co. Temas em Psicologia, 4(1), 97–110. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1996000100009&lng=pt&tlng=pt
International Diabetes Federation. (2021). IDF Diabetes Atlas (10ª ed.). https://www.diabetesatlas.org
Maeyama, M. A., Pollheim, L. C. F., Wippel, M., Machado, C., & Veiga, M. V. (2020). As-pectos relacionados à dificuldade do controle glicêmico em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 na Atenção Básica. Brazilian Journal of Development, 6(7), 47352–47369. https://doi.org/10.34117/bjdv6n7-391
Marques, H. S., Sousa, L. P., & Domingos, N. A. M. (2012). Diabetes Tipo II: Qualidade de vida e aspectos psicológicos. Arquivos de Ciências da Saúde, 19(2), 16–22. https://repositorio-racs.famerp.br/racs_ol/vol-19-2/ID464-Rev-19-abr-jun-2012.pdf
Melo, L. P. (2019). Sofrimentos que "adoçam" o sangue: Diabetes, gênero e o trabalho do tempo. Revista da SPAGESP, 20(2), 24–36. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702019000200003&lng=pt&tlng=pt
Nicolucci, A., Kovacs Burns, K., Holt, R. I., Lucisano, G., Skovlund, S. E., Kokoszka, A., Massi Benedetti, M., & Peyrot, M. (2016). Correlates of psychological outcomes in people with diabetes: Results from the second Diabetes Attitudes, Wishes and Needs (DAWN2(™)) study. Diabetic Medicine: A Journal of the British Diabetic Association, 33(9), 1194–1203. https://doi.org/10.1111/dme.13178
Owens-Gary, M. D., Zhang, X., Jawanda, S., Bullard, K. M., Allweiss, P., & Smith, B. D. (2019). The Importance of Addressing Depression and Diabetes Distress in Adults with Type 2 Diabetes. Journal of General Internal Medicine, 34(2), 320–324. https://doi.org/10.1007/s11606-018-4705-2
Pereira, F. O. (2021). Aspectos psicológicos de pessoas que padecem de diabetes mellitus. Revista Psicologia, Diversidade E Saúde, 10(1), 9–25. https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v10i1.2978
Perrin, N. E., Davies, M. J., Robertson, N., Snoek, F. J., & Khunti, K. (2017). The prevalence of diabetes-specific emotional distress in people with Type 2 diabetes: A systematic review and meta-analysis. Diabetic Medicine: A Journal of the British Diabetic Associa-tion, 34(11), 1508–1520. https://doi.org/10.1111/dme.13448
Rivera-Hernandez, M. (2016). Religiosity, Social Support and Care Associated with Health in Older Mexicans with Diabetes. Journal of Religion and Health, 55(4), 1394–1410. https://doi.org/10.1007/s10943-015-0105-7
Rodrigues, G. M. B., Malerbi, F. E. K., Pecoli, P. F. G., Forti, A. C., & Bertoluci, M. (2022). Aspectos psicossociais do diabetes tipos 1 e 2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes, 1-26. https://diretriz.diabetes.org.br/aspectos-psicossociais-do-diabetes-tipo-1-e-tipo-2/
Saffari, M., Lin, C. Y., Chen, H., & Pakpour, A. H. (2019). The role of religious coping and social support on medication adherence and quality of life among the elderly with type 2 diabetes. Quality of life research: An international journal of quality of life aspects of treatment, care and rehabilitation, 28(8), 2183–2193. https://doi.org/10.1007/s11136-019-02183-z
Šimić, G., Tkalčić, M., Vukić, V., Mulc, D., Španić, E., Šagud, M., Olucha-Bordonau, F. E., Vukšić, M., & R Hof, P. (2021). Understanding Emotions: Origins and Roles of the Amygdala. Biomolecules, 11(6), 823. https://doi.org/10.3390/biom11060823
Thiengo, P., Gomes, A., das Mercês, M., Couto, P., França, L., & da Silva, A. (2019). Espiri-tualidade e religiosidade no cuidado em saúde: Revisão integrativa. Cogitare Enfer-magem, 24. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v24i0.58692
Touso, M., Gonçalves, N., Ferraudo, A., & Vassimon, H. (2016). Dificuldades emocionais e psicológicas em indivíduos com diabetes mellitus. Revista de Enfermagem UFPE on line, 10(2), 524-530. doi:https://doi.org/10.5205/1981-8963-v10i2a10985p524-530-2016
Travieso, C. E., Mendes, Á., & Sousa, L. (2017). Viver com diabetes é “carregar uma cruz”: metáforas de idosos diabéticos tipo2. Psicologia, Saúde e Doenças, 18(3), 747–759. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=36254714010
Turato, E. R. (2013). Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: Construção teó-rico-epistemológica, discussão comparada e aplicação às áreas da saúde e humanas. (6ª ed.). Vozes.
World Health Organization. (2019). Classification of Diabetes Mellitus. https://www.who.int/publications/i/item/classification-of-diabetes-mellitus
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os artigos publicados na Revista Psicologia e Saúde têm acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.