Avaliação das condições de trabalho e sofrimento psíquico em camelôs
DOI:
https://doi.org/10.20435/2177-093X-2016-v8-n2(03)Resumo
Os objetivos do estudo foram: Traçar o perfil de uma amostra de camelôs, avaliar sua saúde mental, suas condições de trabalho, correlacionar idade e tempo de serviço ao sofrimento psíquico e verificar se, em relação a este, existe diferença significativa entre homens e mulheres e casados e solteiros. Participaram de um estudo de corte transversal 40 trabalhadores que responderam a uma entrevista semiestruturada e ao QSG-12. A maioria dos entrevistados possui apenas ensino fundamental incompleto, tem mais de 40 anos, trabalha mais de oito horas por dia, e cerca de 65% acreditam que seu trabalho lhes provoca ou intensifica alguma doença. A maioria relata seu ambiente de trabalho como desorganizado, sujo e quente. Dos participantes, 47,5% apresentaram sofrimento psíquico significativo, não se verificou correlações estatisticamente significativas. Observou-se que as condições de trabalho dos ambulantes são ruins e que mais da metade dos trabalhadores relata que essas condições afetam sua saúde.
Palavras-chaves: Camelôs; Condições de trabalho; Saúde mental.
Referências
Alfers, L. (2009). Saúde e segurança ocupacional para comerciantes e vendedores ambulantes em Acra e Takoradi, Gana. Manchester: Wiego.
Brasil, Ministério da Fazenda. Lei Complementar, n. 128 de 19 de dezembro de 2008. Diário Oficial da União de 22/12/2008 - Sessão 1. Brasília. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp128.htm.
Díaz, E. M., Guevara, R. C., & Lizana, J. L. (2008). Trabajo informal: Motivos, bienestar subjetivo, salud, y felicidad en vendedores ambulantes. Psicologia em Estudo, 13(4), 693-701.
Goldberg, D. (1972). The detection of psychiatric illness by questionnaire: A technique for the identifi cation and assessment of non-psychotic psychiatric illness. London, New York: Oxford University Press.
Gondim, S. M. G., Feitosa, G. N., Santos, I. C. N., Sá, M. O., & Bonfim, M. C. (2006). Carteira de trabalho, artigo de luxo: O perfil psicossocial de trabalhadores informais em Salvador, Bahia. Estudos de Psicologia, 11(1), 53-64.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2012). Síntese de Indicadores Sociais 2012 - Uma análise das condições de vida da população brasileira. Brasília: IBGE.
Iriart, J. A. B., Oliveira, R. P., Xavier, S. S, Costa, A. M. S., Araújo, G. R., Santana, V. S. (2008). Representações do trabalho informal e dos riscos à saúde entre trabalhadoras domésticas e trabalhadores da construção civil. Ciência & Saúde Coletiva, 13(1), 165-174.
James, C. P. A., & Amaya, R. M. R. (2013). Condiciones de salud y laborales de la población trabajadora informal en situación de desplazamiento de Bucaramanga, Colombia. Investigaciones Andina, 15(26), 628-639.
Kalleberg, A. L.(2009). O crescimento do trabalho precário: Um desafio global. Revista Brasileira de Ciências. Sociais, 24(69), 21-30.
Krein, J. D., & Proni, M. W. (2010). Economia informal: Aspectos conceituais e teóricos. In OIT, Série Trabalho Decente no Brasil: Documento de Trabalho n. 4. Brasília: Organização Mundial do Trabalho (OIT).
Ludemir, A. B. (2005). Associação dos transtornos mentais comuns com a informalidade das relações de trabalho. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 54(3), 198-204.
Mafra, F. L. N., Tavares, T. S., Eiras, N. R. S., & Mangini, D. (2002). Trabalho informal e qualidade de vida: Interações possíveis no contexto local. Caderno de Pesquisas em Administração, 9(1), 103-115.
Market Latin America (2004). Argentina legitimatizes its informal economy. Market Focus America, 12(12), 8-18.
Martins, R., & Dombrowsky, O. (2001). Mapa do trabalho informal na Cidade de São Paulo. In K. Jakobsen, R., Martins, R., & O. Domborwsky (Orgs.), Mapa do trabalho informal: Perfil socioeconômico dos trabalhadores informais na cidade de São Paulo (Parte 2, pp.24-39). São Paulo: Fundação Perseu Abramo.
Morrone, C. F., & Mendes, A. M. (2003). A ressignificação do sofrimento psíquico no trabalho informal. Revista de Psicologia Organizacional e do Trabalho, 3(2), 91-118.
Oliveira, G. F., Carreiro, J. S. P., Ferreira Filha, M. O., Lazarte, R. & Vianna, R. P. T. (2010). Risco para depressão, ansiedade e alcoolismo entre trabalhadores informais. Revista Eletrônica de Enfermagem, 12(2), 272-7.
Organização Mundial da Saúde - OMS (2001). Relatório sobre a saúde no mundo. Saúde mental: Nova concepção, nova esperança. Genebra: OMS.
Pasquali L., Gouveia, V. V., Andriola, W. B., Miranda, F. J., & Ramos, A. L. M. (1994). Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG): Adaptação brasileira. Psicologia Teoria e Pesquisa, 10(3), 421-37.
Silva, M. C., Fassa, A. G., & Kriebel, D. (2006). Minor psychiatric disorders among Brazilian ragpickers: A cross-sectional study. Environmental Health, 5(17), 1-10.
Sabadini, M. S., & Nakatani, P. (2002). Desestruturação e informalidade do mercado de trabalho no Brasil. Revista Venezolana de Analisis de Coyuntura, 8(2), 265-290.
Salvitti, A., Viégas, L. S., Mortada, S. P., & Tavares, D. S. (1999). O trabalho do camelô: Trajetória profissional e cotidiano. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 2(1), 1-23.
Ulyssea, G. (2006). Informalidade no mercado de trabalho brasileiro: Uma resenha da literatura. Revista de Economia Política, 26(4), 596-618.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os artigos publicados na Revista Psicologia e Saúde têm acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.