Internação Psiquiátrica: O que as famílias pensam sobre isso?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v12i1.820

Resumo

As famílias participam do cuidado informal de pessoas em sofrimento psíquico no Brasil, o que inclui a identificação da necessidade de busca por serviços de saúde tanto extra quanto hospitalares. Este artigo tem o objetivo de investigar, a partir do itinerário terapêutico de pessoas em situação de sofrimento mental, como as famílias percebem a necessidade de internação e a efetividade desse recurso. Participaram dez familiares de pessoas em tratamento em um Centro de Atenção Psicossocial com, ao menos, uma internação psiquiátrica. Foi empregado um roteiro de entrevista semi-estruturado sobre caracterização sociodemográfica e questões norteadoras sobre a procura por serviços de saúde mental e a avaliação a respeito dos mesmos, sendo a análise efetuada a partir da Teoria Fundamentada em Dados. A internação psiquiátrica aparece como primeiro recurso de saúde usado, mantendo a função histórica de hospedar, alimentar e medicar o usuário, sem oferta de intervenções que incluíssem as famílias.

Biografia do Autor

Raissa de Brito Braga, Universidade Federal de Uberlândia

Mestranda em Psicologia - UFU

Psicologa pela UFU

Renata Fabiana Pegoraro, Universidade Federal de Uberlândia - UFU Instituto de Psicologia - IPUFU Campus Umuarama

Doutora em Psicologia pela USP/ Ribeirão, Mestre em Psicologia pela USP/Ribeirão, Especialista em Saúde Coletiva pela UFSCar, Psicologa pela USP/Ribeirão. Atualmente Profa Adjunta do Instituto de Psicologia da UFU - Universidade federal de Uberlândia.

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Publicado

2020-02-07

Como Citar

Braga, R. de B., & Pegoraro, R. F. (2020). Internação Psiquiátrica: O que as famílias pensam sobre isso?. Revista Psicologia E Saúde, 12(1), 61–73. https://doi.org/10.20435/pssa.v12i1.820

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Artigos