Vivência de Mães Após o Diagnóstico Pré-Natal de Fissura Labiopalatina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v13i2.1094

Palavras-chave:

fissura palatina, diagnóstico pré-natal, comportamento materno, pessoal de saúde

Resumo

O objetivo do estudo foi conhecer a vivência de mães desde o diagnóstico pré-natal da fissura labiopalatina, até o nascimento de seus filhos. Com base em uma abordagem qualitativa, foram entrevistadas nove mães de bebês que tiveram o diagnóstico de fissura labiopalatina ao se submeterem à ultrassonografia como parte dos exames de rotina para acompanhamento do desenvolvimento do feto. Os dados foram analisados de acordo com a Análise de Conteúdo, o que permitiu a identificação de quatro eixos temáticos: recebendo o diagnóstico; vivência do período pré-natal; vivência na maternidade; e a importância do diagnóstico pré-natal. Foi possível identificar o papel fundamental dos profissionais de saúde nas contingências de maior impacto: momento do diagnóstico, consultas pré-natais, busca por centro especializado e maternidade. As mães revelaram que o diagnóstico intrauterino foi importante e que as condutas dos profissionais são determinantes nessa trajetória, para garantir o acesso aos benefícios da descoberta precoce.

Biografia do Autor

Marina Cruvinel Macedo, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Doutoranda na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Docente do Curso de Graduação em Psicologia da Universidade São Francisco (USF).

Roberto Benedito Paiva e Silva, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Doutor em Saúde Mental pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Docente aposentado do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. 

Referências

Altmann, E. B. de C. (1997). Fissuras labiopalatinas. Carapicuiba: Pró Fono.

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70 Ltda.

Berberian, A. P. B., Tonocchi, R., Souza, D., Moleta, F., Correia-Lagos, H. N., & Zanata, I. L. (2012). Fissuras orofaciais: aspectos relacionados ao diagnóstico. Distúrbios da Comunicação, 24(1), 11-20.

Bomfim, O. L., Coser, O., Elisabeth, M., & Moreira, L. (2014). Unexpected diagnosis of fetal malformations: therapeutic itineraries. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 24(2), 607-662. doi:https://doi.org/https://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312014000200015

Brasil. Ministério da Saúde. (2006). Pré-Natal e Puerpério: Atenção qualificada e humanizada – Manual técnico. Secretaria das Ações em Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília-DF: Ministério da Saúde.

Carlsson, T., Starke, V., & Mattsson, E. (2017). The emotional process from diagnosis to birth following a prenatal diagnosis of fetal anomaly: A qualitative study of messages in online discussion boards. Midwifery, 48, 53-59. doi:https://doi.org/10.1016/j.midw.2017.02.010

Davey, M. P., & Fisher, K. (2016). Fathers of Children Born With Cleft Lip and Palate: Impact of the Timing of Diagnosis. Families, Systems, & Health, 34(2), 150-158. doi:https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1037/fsh0000198

Di Ninno, C., Gomes, R., Santos, P., Bueno, M., Galvão, D., & Meira, A. (2004). O conhecimento de profissionais da área da saúde sobre fissura labiopalatina. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 9, 93-101.

Fallowfield, L., & Jenkins, V. (2004). Communicating sad, bad, and difficult news in medicine. Lancet, 24(363), 312-319. doi:https://doi.org/https://doi.org/10.1016/S0140-6736(03)15392-5

Farronato, G., Cannalire, P., Martinelli, G., Tubertini, I., Giannini, L., Galbiati, G., & Maspero, C. (2014). Cleft lip and/or palate: Review. Minerva Stomatologica, 63(4), 111-126.

Gomes, A. G., & Piccinini, C. A. (2007). Impressões e sentimentos das gestantes sobre a ultra-sonografia e suas implicações para a relação materno-fetal no contexto de anormalidade fetal. Psico, 38(1), 67-76. doi:https://doi.org/10.1590/S0102-79722007000200002

Hsieh, Y. T., Chao, Y. M. Y., & Shiao, J. S. C. (2013). A qualitative study of psychosocial factors affecting expecting mothers who choose to continue a cleft lip and/or palate pregnancy to term. Journal of Nursing Research, 21(1), 1-9. doi:https://doi.org/10.1097/jnr.0b013e3182828dbd

Klaus, M., & Kennell, J. (1992). Pais/Bebê: A formação do apego. Porto Alegre: Artes Médicas.

Milbrath, V. M., Crecencia, H., Siqueira, H. De, & Corso, G. (2011). Comunicação entre a equipe de saúde e a família da criança com asfixia perinatal grave. Texto & Contexto Enfermagem, 20(4), 726-734. doi:https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072011000400011

Minayo, M. C. S. (2013). Desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde (13a ed.). São Paulo: Hucitec.

Peterson-Falzone, S. J., Hardin-Jones, M. A., & Karnell, M. P. (2001). Cleft palate speech. Saint Louis: Mosby.

Shibui, T., Nomura, T., Takano, N., Katakura, A., Nakano, Y., Suga, K., . . . Takamatsu, K. (2016). Prenatal counseling on prenatal diagnosis of cleft lip and/or cleft palate at Tokyo Dental College Ichikawa General Hospital. The Bulletin of Tokyo Dental College, 57(1), 43-50. doi:https://doi.org/10.2209/tdcpublication.57.43

Silva, E. B., Fúria, C. L. B., & Di Ninno, C. Q. de M. S. (2005). Aleitamento Materno em Recém nascidos portadores de fissura labiopalatina: Dificuldades e métodos utilizados. Revista CEFAC, 7(1), 21-28. Recuperado de https://www.redalyc.org/pdf/1693/169320490002.pdf

Sreejith, V., Arun, V., Devarajan, A., Gopinath, A., & Sunil, M. (2018). Psychological effect of prenatal diagnosis of cleft lip and palate: A systematic review. Contemporary Clinical Dentistry, 9(2), 304-308. doi:https://doi.org/10.4103/ccd.ccd_673_17

Steinberg, J. P., & Gosain, A. K. (2015). Thirty Years of prenatal cleft diagnosis. Plastic and Reconstructive Surgery, 136(3), 550-557. doi:https://doi.org/10.1097/PRS.0000000000001533

Stock, N. M., & Rumsey, N. (2015). Parenting a child with a cleft: The father’s perspective. Cleft Palate-Craniofacial Journal, 52(1), 31-43. doi:https://doi.org/10.1597/13-035

Turato, E. R. (2005). Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: Definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Revista Saúde Pública, 39(3), 507-514. doi:https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102005000300025

Turato, E. R. (2013). Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: Construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humana (6a ed.). Petrópolis: Vozes.

Vaccari-Mazzetti, M. P., Kobata, C. T., & Brock, R. S. (2009). Diagnóstico ultrassonográfico pré-natal da fissura lábio-palatal. Arquivos Catarinenses de Medicina, 38, 130-132.

World Health Organization. (2004). Global strategies to reduce the health-care burden of craniofacial anomalies. The European Journal of Orthodontics, 25(6), 623-624.

Downloads

Publicado

2021-09-28

Como Citar

Macedo, M. C., & Paiva e Silva, R. B. (2021). Vivência de Mães Após o Diagnóstico Pré-Natal de Fissura Labiopalatina. Revista Psicologia E Saúde, 13(2), 51–64. https://doi.org/10.20435/pssa.v13i2.1094

Edição

Seção

Artigos