Violência autoprovocada: estigmas sobre identidades de gênero e orientações sexuais
DOI:
https://doi.org/10.20435/pssa.v13i4.1200Palavras-chave:
violência autoprovocada, identidade de gênero, orientação sexual, estigma, LGBTResumo
Este artigo objetiva caracterizar as ocorrências de violência autoprovocadas, enfocando as temáticas de identidades de gênero e orientações sexuais. É um estudo ecológico, com abordagem quantitativa, de caráter exploratório descritivo, com fonte secundária. Utilizou-se a base de dados das Fichas de Notificação de Violência de 2016. Identificaram-se alguns aspectos que encontram correspondência na literatura científica: local de ocorrência, faixa etária em que prevalece a maioria dos casos e métodos mais utilizados. Procurou-se comparar os dados e discutir sob a perspectiva dos estigmas provocados na saúde da população pesquisada. Pontua-se a importância de ações de prevenção da violência autoprovocada, principalmente para a população LGBT. Conclui-se que, seja na assistência direta, na linha de frente dos diversos serviços ou na construção das Políticas Públicas, a Psicologia tem grandes contribuições no enfrentamento da violência.
Referências
Associação Americana de Psiquiatria (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. DSM-5 (5a ed.). Porto Alegre: Artmed.
Aratangy, E. W. (Org.), Russo, F. L., Giusti, J. S., & Cordás, T. A. (2017). Como lidar com a automutilação: Guia prático para familiares, professores e jovens que lidam com o problema da automutilação. (1ª ed.) São Paulo: Hogrefe.
Baére, F. (2019). A mortífera normatividade: o silenciamento das dissidências sexuais e de gênero suicidadas. Rebeh - Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, 2(1), 128-140. Recuperado de http://www.revistas.unilab.edu.br/index.php/rebeh/article/view/225
Bahia, C. A., Avanci, J. Q., Pinto, L. W., & Minayo, M. C. S. (2017). Lesão autoprovocada em todos os ciclos de vida: perfil das vítimas em serviços de urgência e emergência de capitais do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 22(9), p. 2841-2850. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232017002902841&script=sci_abstract&tlng=pt
Barreto, R. C. V. (2010). Geografia da diversidade: Breve análise das territorialidades homossexuais no Rio de Janeiro. Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, 1(1), 14-20. Recuperado de http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rlagg/article/view/1025
Botega, N, J. (2015). Crise suicida: Avaliação e manejo. Porto Alegre: Artmed.
Brasil. (2002). Ministério da Saúde. Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências. Portaria MS/GM n. 737(16 de maio), publicada no DOU n. 96 seção 1e, de 18/5/01. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acidentes.pdf
Brasil. (2011). Ministério da Saúde. Portaria n. 2.836 (1º de dezembro). Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Política Nacional de Saúde Integral LGBT). Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2836_01_12_2011.html
Brasil. (2013). Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. (1a ed., 1 reimp.). Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf
Brasil. (2015). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Saúde Brasil 2014: Uma análise da situação de saúde e das causas externas. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2014_analise_situacao.pdf
Brasil. (2016). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Viva: Instrutivo notificação de violência interpessoal e autoprovocada. (2a ed.) Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/viva_instrutivo_violencia_interpessoal_autoprovocada_2ed.pdf
Brasil. (2017) Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil: 2017 a 2020. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de https://www.neca.org.br/wp-content/uploads/cartilha_agenda-estrategica-publicada.pdf
Brasil. (2019) Lei n. 13.819 (26 de abril). Institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, a ser implementada pela União, em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; e altera a Lei n. 9.656, de 3 de junho de 1998. Recuperado de http://www.in.gov.br/web/dou/-/lei-n%C2%BA-13.819-de-26-de-abril-de-2019-85673796
Bonita, R., Beaglehole, R., & Kjellström, T. (2010). Epidemiolgia Básica. (2a ed.). São Paulo: Editora Santos.
Butler, J. R. (2003). Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Conselho Federal de Psicologia. (2018). Resolução n. 1 (29 de janeiro). Estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis. Brasil. Recuperado de https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2018/01/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFP-01-2018.pdf
Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 510 (7 de abril). Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Publicada no DOU n. 98, terça-feira, 24 de maio de 2016, seção 1, páginas 44, 45, 46. Recuperado de http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf
D’Oliveira, C. F., & Botega, N. J. (2006). Prevenção do Suicídio – Manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental. Brasília, DF: Ministério da Saúde.
Garg, G., & Marwaha, R. (2018). Gender Dysphoria (Sexual Identity Disorders). StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing. Recuperado de https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30335346
Goffman, E. (1891). Estigma – Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. (M. Lambert, Trad.). [Data da Digitalização: 2004].
Iannini, G., & Rodrigues, C. (2018). Psicanálise entre feminismos e femininos. Revista Cult., 238. Recuperado de https://revistacult.uol.com.br/home/dossie-cult-psicanalise-e-feminismo/
Jucá, V. S. & Vorcaro, A. M. R. (2018). Adolescência em atos e adolescentes em ato na clínica psicanalítica. Psicologia USP, 29(2), 246-252. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65642018000200246&script=sci_abstract&tlng=pt
Katz-Wise, S. L., Reisner, S. L., Hughto, J. M. W. & Budge, S. L. (2017). Self-Reported hanges in Attractions and Social Determinants of Mental Health in Transgender Adults. Archives of Sexual Behavior, 46(5), 1425-1439. doi: https://10.1007/s10508-016-0812-5
Minayo, M. C. S. (2006). Violência e Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz. (Coleção Temas em Saúde). Recuperado de https://portal.fiocruz.br/livro/violencia-e-saude
Monteiro, R. A., Bahia, C. A., Paiva, E. A., Sá, N. N. B. & Minayo, M. C. S. (2015). Hospitalizações relacionadas a lesões autoprovocadas intencionalmente-Brasil, 2002 a 2013. Ciência e Saúde Coletiva, 20(3), 689-699. Recuperado de https://www.scielosp.org/article/ssm/content/raw/?resource_ssm_path=/media/assets/csc/v20n3/pt_1413-8123-csc-20-03-00689.pdf
Oliveira, H. M., & Hanke, B. C. (2017). Adolescer na contemporaneidade: Uma crise dentro da crise. Ágora, XX(2), 295-310. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1809-44142017002001
Organização Mundial da Saúde. (2002). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: OMS. Recuperado de https://www.opas.org.br/wp-content/uploads/2015/09/relatoriomundial-violencia- saude.pdf
Plener, P. L., Allroggen, M., Kapusta, N. D., Brahler, E., Fegert, J. M. & Gorschwitz, R. C. (2016). The prevalence of Non-suicidal Self-Injury (NSSI) in a representative sample of the German population. BMC PsychiatryBMC series – open, inclusive and trusted201616:353. Recuperado de https://bmcpsychiatry.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12888-016-1060-x
Porchat, P. (2013). Psicanálise, gênero e singularidade. Revista Faac Unesp, 2(2), 195-202. https://www3.faac.unesp.br/revistafaac/index.php/revista/article/download/135/60
Quinalha, R. (2018) O movimento LGBT brasileiro: 40 anos de luta. Revista Cult, 235. Recuperado de https://revistacult.uol.com.br/home/dossie-o-movimento-lgbt-brasileiro-40-anos-de-luta/
Reisner, S. L., Vetters, R., Leclerc, M., Zaslow, S., Wolfrum, S., Shumer, D., & Mimiaga, M. J. (2015) Mental health of transgender youth in care at an adolescent urban community health center: a matched retrospective cohort study. Journal of Adolescent Health, 56(3), 274-279. doi: http://10.1016/j.jadohealth.2014.10.264
Scott, J. W. (1995). Gênero: Uma categoria útil de análise histórica. Educação e realidade, 15(2), p. 13.
Spack, N. P., Edwards-Leeper, L., Feldman, H. A., Leibowitz, S., Mandel, F., Diamond, D. A. & Vance, S. R. (2012). Children and adolescents with gender identity disorder referred to a pediatric medical center. Pediatrics, 129(3), 418-425. doi: http://10.1542/peds.2011-0907
Stevens, A. (1998). Adolescência, sintoma e puberdade. Clínica do Contemporâneo. Revista Les Feuilletes Du Cortil, 15. Recuperado de https://groups.google.com/forum/#!topic/lem2017uemg/jhEvisP_0C0
Teixeira Filho, F. S., & Marretto, C. R. A. (2008). Apontamentos sobre o atentar contra a própria vida, homofobia e adolescências. Revista de Psicologia da UNESP, 7(1), 19-19. Recuperado de http://seer.assis.unesp.br/index.php/psicologia/article/view/978
Teixeira-Filho, F. S., & Rondini, C. A. (2012). Ideações e tentativas de suicídio em adolescentes com práticas sexuais hetero e homoeróticas. Saúde e Sociedade, 21(3), 651-667. Recuperado de https://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902012000300011
Veale, J. F., Watson, R. J., Peter, T., & Saewyc, E. M. (2017). Mental Health Disparities Among Canadian Transgender Youth. Journal of Adolescent Health, 60(1), 44-49. doi: http://10.1016/j.jadohealth.2016.09.014
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os artigos publicados na Revista Psicologia e Saúde têm acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.