Violência autoprovocada: estigmas sobre identidades de gênero e orientações sexuais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v13i4.1200

Palavras-chave:

violência autoprovocada, identidade de gênero, orientação sexual, estigma, LGBT

Resumo

Este artigo objetiva caracterizar as ocorrências de violência autoprovocadas, enfocando as temáticas de identidades de gênero e orientações sexuais. É um estudo ecológico, com abordagem quantitativa, de caráter exploratório descritivo, com fonte secundária. Utilizou-se a base de dados das Fichas de Notificação de Violência de 2016. Identificaram-se alguns aspectos que encontram correspondência na literatura científica: local de ocorrência, faixa etária em que prevalece a maioria dos casos e métodos mais utilizados. Procurou-se comparar os dados e discutir sob a perspectiva dos estigmas provocados na saúde da população pesquisada. Pontua-se a importância de ações de prevenção da violência autoprovocada, principalmente para a população LGBT. Conclui-se que, seja na assistência direta, na linha de frente dos diversos serviços ou na construção das Políticas Públicas, a Psicologia tem grandes contribuições no enfrentamento da violência.

Biografia do Autor

Fabiane Cristina de Souza Alvim, Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE)

Mestre em Gestão Integrada do Território pela Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE). Psicóloga concursada da Prefeitura Municipal de Ipatinga, MG. 

Edmarcius Carvalho Novaes, Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE)

Mestre em Gestão Integrada do Território pela Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE). Professor titular da Universidade Vale do Rio Doce, MG.

Eunice Maria Nazarethe Nonato, Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE)

Doutora em Ciências Sociais. Professora titular da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), MG.

Leonardo Oliveira Leão e Silva, Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE)

Doutor em Saúde Coletiva. Enfermeiro. Professor adjunto do curso de Medicina da Universidade do Vale do Rio Doce (UNIVALE).

Referências

Associação Americana de Psiquiatria (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. DSM-5 (5a ed.). Porto Alegre: Artmed.

Aratangy, E. W. (Org.), Russo, F. L., Giusti, J. S., & Cordás, T. A. (2017). Como lidar com a automutilação: Guia prático para familiares, professores e jovens que lidam com o problema da automutilação. (1ª ed.) São Paulo: Hogrefe.

Baére, F. (2019). A mortífera normatividade: o silenciamento das dissidências sexuais e de gênero suicidadas. Rebeh - Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, 2(1), 128-140. Recuperado de http://www.revistas.unilab.edu.br/index.php/rebeh/article/view/225

Bahia, C. A., Avanci, J. Q., Pinto, L. W., & Minayo, M. C. S. (2017). Lesão autoprovocada em todos os ciclos de vida: perfil das vítimas em serviços de urgência e emergência de capitais do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 22(9), p. 2841-2850. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232017002902841&script=sci_abstract&tlng=pt

Barreto, R. C. V. (2010). Geografia da diversidade: Breve análise das territorialidades homossexuais no Rio de Janeiro. Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, 1(1), 14-20. Recuperado de http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rlagg/article/view/1025

Botega, N, J. (2015). Crise suicida: Avaliação e manejo. Porto Alegre: Artmed.

Brasil. (2002). Ministério da Saúde. Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências. Portaria MS/GM n. 737(16 de maio), publicada no DOU n. 96 seção 1e, de 18/5/01. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acidentes.pdf

Brasil. (2011). Ministério da Saúde. Portaria n. 2.836 (1º de dezembro). Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Política Nacional de Saúde Integral LGBT). Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2836_01_12_2011.html

Brasil. (2013). Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. (1a ed., 1 reimp.). Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf

Brasil. (2015). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Saúde Brasil 2014: Uma análise da situação de saúde e das causas externas. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2014_analise_situacao.pdf

Brasil. (2016). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Viva: Instrutivo notificação de violência interpessoal e autoprovocada. (2a ed.) Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/viva_instrutivo_violencia_interpessoal_autoprovocada_2ed.pdf

Brasil. (2017) Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil: 2017 a 2020. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado de https://www.neca.org.br/wp-content/uploads/cartilha_agenda-estrategica-publicada.pdf

Brasil. (2019) Lei n. 13.819 (26 de abril). Institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, a ser implementada pela União, em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; e altera a Lei n. 9.656, de 3 de junho de 1998. Recuperado de http://www.in.gov.br/web/dou/-/lei-n%C2%BA-13.819-de-26-de-abril-de-2019-85673796

Bonita, R., Beaglehole, R., & Kjellström, T. (2010). Epidemiolgia Básica. (2a ed.). São Paulo: Editora Santos.

Butler, J. R. (2003). Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Conselho Federal de Psicologia. (2018). Resolução n. 1 (29 de janeiro). Estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis. Brasil. Recuperado de https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2018/01/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFP-01-2018.pdf

Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 510 (7 de abril). Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Publicada no DOU n. 98, terça-feira, 24 de maio de 2016, seção 1, páginas 44, 45, 46. Recuperado de http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf

D’Oliveira, C. F., & Botega, N. J. (2006). Prevenção do Suicídio – Manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental. Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Garg, G., & Marwaha, R. (2018). Gender Dysphoria (Sexual Identity Disorders). StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing. Recuperado de https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30335346

Goffman, E. (1891). Estigma – Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. (M. Lambert, Trad.). [Data da Digitalização: 2004].

Iannini, G., & Rodrigues, C. (2018). Psicanálise entre feminismos e femininos. Revista Cult., 238. Recuperado de https://revistacult.uol.com.br/home/dossie-cult-psicanalise-e-feminismo/

Jucá, V. S. & Vorcaro, A. M. R. (2018). Adolescência em atos e adolescentes em ato na clínica psicanalítica. Psicologia USP, 29(2), 246-252. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65642018000200246&script=sci_abstract&tlng=pt

Katz-Wise, S. L., Reisner, S. L., Hughto, J. M. W. & Budge, S. L. (2017). Self-Reported hanges in Attractions and Social Determinants of Mental Health in Transgender Adults. Archives of Sexual Behavior, 46(5), 1425-1439. doi: https://10.1007/s10508-016-0812-5

Minayo, M. C. S. (2006). Violência e Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz. (Coleção Temas em Saúde). Recuperado de https://portal.fiocruz.br/livro/violencia-e-saude

Monteiro, R. A., Bahia, C. A., Paiva, E. A., Sá, N. N. B. & Minayo, M. C. S. (2015). Hospitalizações relacionadas a lesões autoprovocadas intencionalmente-Brasil, 2002 a 2013. Ciência e Saúde Coletiva, 20(3), 689-699. Recuperado de https://www.scielosp.org/article/ssm/content/raw/?resource_ssm_path=/media/assets/csc/v20n3/pt_1413-8123-csc-20-03-00689.pdf

Oliveira, H. M., & Hanke, B. C. (2017). Adolescer na contemporaneidade: Uma crise dentro da crise. Ágora, XX(2), 295-310. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1809-44142017002001

Organização Mundial da Saúde. (2002). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: OMS. Recuperado de https://www.opas.org.br/wp-content/uploads/2015/09/relatoriomundial-violencia- saude.pdf

Plener, P. L., Allroggen, M., Kapusta, N. D., Brahler, E., Fegert, J. M. & Gorschwitz, R. C. (2016). The prevalence of Non-suicidal Self-Injury (NSSI) in a representative sample of the German population. BMC PsychiatryBMC series – open, inclusive and trusted201616:353. Recuperado de https://bmcpsychiatry.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12888-016-1060-x

Porchat, P. (2013). Psicanálise, gênero e singularidade. Revista Faac Unesp, 2(2), 195-202. https://www3.faac.unesp.br/revistafaac/index.php/revista/article/download/135/60

Quinalha, R. (2018) O movimento LGBT brasileiro: 40 anos de luta. Revista Cult, 235. Recuperado de https://revistacult.uol.com.br/home/dossie-o-movimento-lgbt-brasileiro-40-anos-de-luta/

Reisner, S. L., Vetters, R., Leclerc, M., Zaslow, S., Wolfrum, S., Shumer, D., & Mimiaga, M. J. (2015) Mental health of transgender youth in care at an adolescent urban community health center: a matched retrospective cohort study. Journal of Adolescent Health, 56(3), 274-279. doi: http://10.1016/j.jadohealth.2014.10.264

Scott, J. W. (1995). Gênero: Uma categoria útil de análise histórica. Educação e realidade, 15(2), p. 13.

Spack, N. P., Edwards-Leeper, L., Feldman, H. A., Leibowitz, S., Mandel, F., Diamond, D. A. & Vance, S. R. (2012). Children and adolescents with gender identity disorder referred to a pediatric medical center. Pediatrics, 129(3), 418-425. doi: http://10.1542/peds.2011-0907

Stevens, A. (1998). Adolescência, sintoma e puberdade. Clínica do Contemporâneo. Revista Les Feuilletes Du Cortil, 15. Recuperado de https://groups.google.com/forum/#!topic/lem2017uemg/jhEvisP_0C0

Teixeira Filho, F. S., & Marretto, C. R. A. (2008). Apontamentos sobre o atentar contra a própria vida, homofobia e adolescências. Revista de Psicologia da UNESP, 7(1), 19-19. Recuperado de http://seer.assis.unesp.br/index.php/psicologia/article/view/978

Teixeira-Filho, F. S., & Rondini, C. A. (2012). Ideações e tentativas de suicídio em adolescentes com práticas sexuais hetero e homoeróticas. Saúde e Sociedade, 21(3), 651-667. Recuperado de https://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902012000300011

Veale, J. F., Watson, R. J., Peter, T., & Saewyc, E. M. (2017). Mental Health Disparities Among Canadian Transgender Youth. Journal of Adolescent Health, 60(1), 44-49. doi: http://10.1016/j.jadohealth.2016.09.014

Downloads

Publicado

2022-04-26

Como Citar

Alvim, F. C. de S., Novaes, E. C., Nonato, E. M. N., & Silva, L. O. L. e. (2022). Violência autoprovocada: estigmas sobre identidades de gênero e orientações sexuais. Revista Psicologia E Saúde, 13(4), 33–48. https://doi.org/10.20435/pssa.v13i4.1200

Edição

Seção

Artigos