Centros de Atenção Psicossocial segundo Seus Usuários: Uma Revisão Integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v14i2.1256

Palavras-chave:

centro de atenção psicossocial, avaliação de serviços, saúde mental

Resumo

Introdução: Os centros de atenção psicossocial (CAPS) são serviços abertos voltados para o atendimento de pessoas em sofrimento psíquico grave. Este artigo traçou um panorama sobre a percepção de usuários sobre os CAPS. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura desenvolvida a partir da consulta às bases SciELO Brasil e LILACS, resultando na análise de 12 referências. Resultados: Duas temáticas se destacaram nos artigos publicados de 2009 a 2019: (1) CAPS como local de tratamento e (2) Pontos que necessitam de melhora. Discussão: Os artigos apontam satisfação do usuário com o serviço, principalmente em relação ao vínculo com a equipe, e insatisfação com a ambiência, no que tange à estrutura física. Conclusão: O vínculo com a equipe e os problemas na estrutura física dos CAPS são os pontos mais sensíveis apontados pelos usuários e merecem ser avaliados pelos municípios como forma de fortalecer a adesão ao serviço.

Palavras-chave:  centro de atenção psicossocial, avaliação de serviços, saúde mental

Biografia do Autor

Patrícia Lorena Resende Rocha, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Psicóloga na Universidade Federal de Catalão (UFCAT).

Renata Fabiana Pegoraro, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do curso de Graduação em Psicologia e docente permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Bolsista de Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Caio Cesar Souza Camargo Próchno, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Doutor em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do curso de Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Referências

Amarante, P. D. C. (2008). Saúde mental, desinstitucionalização e novas estratégias de cuidado. In L. Giovanella, S. Escorel, L. V. C. Lobato, J. C. Noronha, & A. I. Carvalho. Políticas e Sistema de Saúde no Brasil (pp. 735–759). Fiocruz.

Amarante, P. D. C. (2015). Loucos pela Vida: A trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil (2ª ed). Editora Fiocruz.

Ballarin, M. L. G. S., Ferigato, S. H., Carvalho, F. B., & Miranda, I. M. S. (2011). Percepção de profissionais de um CAPS sobre as práticas de acolhimento no serviço. O Mundo da Saúde, 35(2), 162–168. http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/84/162-168.pdf

Barbosa, G., Oliveira, M., Moreno, V., Padovani, C., Claro, H., & Pinho, P. (2015). Satisfação de usuários num centro de atenção psicossocial em álcool e outras drogas. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, (14), 31–37. http://dx.doi.org/10.19131/rpesm.0103

Bardin, L. (1977/2011). Análise de conteúdo. Edições, 70.

Bessa, M. S., Araújo, J. D., Filho, Azevedo, D. M., Salvetti, M. G., & Torres, G. V. (2019). Avaliação de Resultados da Assistência em Saúde Mental por Usuários. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, 23(1), 89–96. https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.32173

Bielemann, V. L. M., Kantorski, L. P., Borges, L. R., Chiavagatti, F. G., Willrich, J. Q., Souza, A. S., & Heck, R. M. (2009). A inserção da família nos centros de atenção psicossocial sob a ótica de seus atores sociais. Texto Contexto Enfermagem, 18(1), 131–139. https://doi.org/10.1590/S0104-07072009000100016

Bosque, R. M., Oliveira, M. A. F., Silva, N. N., Claro, H. G., & Fernandes, I. F. A. L. (2017). Satisfação dos trabalhadores, usuários e familiares dos centros de atenção psicossocial em álcool e outras drogas. Revista de Enfermagem UFPE on-line, 11(11), 4598–4606. https://doi.org/10.5205/reuol.11138-99362-1-SM.1111sup201708

. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt3588_22_12_2017.html

Brêda, M. Z., Ribeiro, M. C., Silva, P. P. A. C., Silva, R. C. O., & Costa, T. F. (2011). Avaliação dos Centros de Atenção Psicossocial do Estado de Alagoas: A Opinião do Usuário. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 12(4), 817–824. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=324027977020

Coelho, M. O. & Jorge, M. S. B. (2009). Tecnologia das Relações como Dispositivo do Atendimento Humanizado na Atenção Básica à Saúde na Perspectiva do Acesso, do Acolhimento e do Vínculo. Ciência e Saúde Coletiva, 14(1), 1523–1531.

Costa, M. G. S. G., Figueiró, R. A., & Freire, F. H. M. A. (2014). O Fenômeno da Cronificação nos Centros de Atenção Psicossocial: Um estudo de Caso. Temas em Psicologia, 22(4), 839–851. http://dx.doi.org/10.9788/TP2014.4-13

Covelo, B. S. R., & Badaró-Moreira, M. I. (2015). Laços entre família e serviços de saúde mental: A participação dos familiares no cuidado do sofrimento psíquico. Interface- Comunicação, Saúde, Educação, 19(55), 1133–1144. https://doi.org/10.1590/1807-57622014.0472

Cunha, V. C. A., & Galera, S. A. F. (2016). Perfil das equipes dos centros de atenção psicossocial de uma região do Estado de Minas Gerais. Arquivos de Ciências da Saúde, 23(1), 32–36. https://doi.org/10.17696/2318-3691.23.1.2016.179

Dimenstein, M., & Bezerra, C. G. (2009). Alta-Assistida de usuários de um hospital psiquiátrico: Uma proposta em análise. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 19(3), 829–848. https://doi.org/10.1590/S0103-73312009000300016

Guedes, A. C., Kantorski, L. P., Coimbra, V. C. C., Olschowsky, A., Cortes, J. M., & Cantarelli, K. J. (2014). Tratamento em Liberdade: Pontos de Tensionamento e Avanço no Centro de Atenção Psicossocial. Revista de Enfermagem UFSM, 4(1),133–143. http://dx.doi.org/10.5902/217976928931

Mello, R., & Furegato, A. R. F. (2008). Representações de usuários, familiares e profissionais acerca de um centro de atenção psicossocial. Escola Anna Nery, 12(3), 457–464. https://doi.org/10.1590/S1414-81452008000300010

Mendes, K. D. S., Silveira, K. C. C. P., & Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: Método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enfermagem, 17(4), 758–764. https://doi.org/10.1590/S0104-07072008000400018

Milhomem, M. A. G. C., & Oliveira, A. G. B. (2007). O trabalho em equipe nos centros de atenção psicossocial-CAPS. Cogitare Enfermagem, 12(1), 101–108. https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/8277/5786

Ministério da Saúde. Portaria SAS/MS n. 224/92. (1992). Diretrizes e normas para os estabelecimentos assistenciais em saúde mental. https://saude.mppr.mp.br/pagina-319.html

Ministério da Saúde. Portaria n. 336, de 19 de fevereiro de 2002. (2002). Dispõe sobre modalidades, organização e funcionamento dos CAPS. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html

Ministério da Saúde. (2006). Ambiência (2ª ed). http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ambiencia_2ed.pdf

Ministério da Saúde. Portaria n. 3.088, de 23 de novembro de 2011. (2011). Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, seção 1.

Ministério da Saúde. Portaria n. 3.588, de 21 de dezembro de 2017. (2017). Altera as Portarias de Consolidação nº 3 e nº 6, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre a Rede de Atenção Psicossocial, e dá outras providências. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt3588_22_12_2017.html

Moreira, M. I. B., & Onocko-Campos, T. (2017). Ações de Saúde Mental na rede de atenção psicossocial pela perspectiva dos usuários. Saúde e Sociedade, 26(2), 462–474. https://doi.org/10.1590/s0104-12902017171154

Mota, S. D., & Pegoraro, R. F. (2018). Concepções de familiares sobre um Centro de Atenção Psicossocial. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 13, e1426.

Nasi, C., & Schneider, F. (2011). O Centro de Atenção Psicossocial no cotidiano dos seus usuários. Revista da Escola de Enfermagem USP, 45(5), 1157–1163. https://doi.org/10.1590/S0080-62342011000500018

Oliveira, R. F., Andrade, L. O. M., & Goya, N. (2012). Acesso e Integralidade: A compreensão dos usuários de uma rede de saúde mental. Ciência e Saúde Coletiva, 17(11), 3069-30178. https://doi.org/10.1590/S1413-81232012001100023

Pande, M. N. R., & Amarante, P. D. (2011). Desafios para os Centros de Atenção Psicossocial como serviços substitutivos: A nova cronicidade em questão. Ciência & Saúde Coletiva, 16 (4), 2067–2076. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000400006

Pegoraro, R. F., & Nunes, L. S. B. (2017). Experiências de acolhimento segundo profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial. Revista de Enfermagem e Atenção à Saúde, 6, 3–17.

Rodovalho, A. L. P., & Pegoraro, R. F. (2016). Revisão integrativa de literatura sobre a construção de Projetos Terapêuticos Singulares no campo da saúde mental. SMAD – Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, 12(4), 240–248. https://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v12i4p240-248

Rodovalho, A. L. P., & Pegoraro, R. F. (2020). O Centro de Atenção Psicossocial segundo familiares de usuários: Um estudo a partir dos itinerários terapêuticos. SMAD – Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, 16, 1–8.

Schimith, M. D., & Lima, M. A. D. S. (2004). Acolhimento e Vínculo em uma Equipe do Programa Saúde da Família. Cadernos de Saúde Pública, 20(6), 1487–1494. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2004000600005

Schneider, J. F., Camatta, M. W., Nasi, C., Adamoli, A. N., & Kantorski, L. P. (2009). Avaliação de um centro de atenção psicossocial brasileiro. Ciencia y Enfermería, XV(3), 91–100. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=370441800010

Silva, S. N., Lima, M. G., & Ruas, C. M. (2018). Avaliação de Serviços de Saúde Mental Brasileiros: Satisfação dos usuários e fatores associados. Ciência & Saúde Coletiva, 23(11), 3799–3810. https://doi.org/10.1590/1413-812320182311.25722016

Surjus, L. T. L. S., & Onocko-Campos, R. (2011). A Avaliação dos usuários sobre os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Campinas, SP. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 14(1), 122–133. https://doi.org/10.1590/S1415-47142011000100009

Treichel, C. A. S., Onocko-Campos, R. T., & Campos, G. W. S. (2019). Impasses e desafios para consolidação e efetividade do apoio matricial em saúde mental no Brasil. Interface- Comunicação, Saúde e Educação, 23, e180617. https://doi.org/10.1590/interface.180617

Turato, E. R. (2005). Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: Definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Revista de Saúde Pública, 39(3), 507–514. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000300025

Willrich, J. Q., Bielemann, V. L., Chiavagatti, F. G., Kantorsky, L. P., & Borges, L. R. (2013). Ambiência de um Centro de Atenção Psicossocial: Fator Estruturante do Processo Terapêutico. Revista de Enfermagem da UFSM, 3(2), 248–258. https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/7977/pdf

Downloads

Publicado

2022-09-06

Como Citar

Rocha, P. L. R., Pegoraro, R. F., & Próchno, C. C. S. C. (2022). Centros de Atenção Psicossocial segundo Seus Usuários: Uma Revisão Integrativa. Revista Psicologia E Saúde, 14(2), 151–164. https://doi.org/10.20435/pssa.v14i2.1256

Edição

Seção

Artigos