Análise Geoespacial de Suicídios no Sul do Brasil: Comparação entre Faixas Etárias e Fatores Associados

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v1i1.2684

Palavras-chave:

suicídio, grupos etários, fatores socioeconômicos, epidemiologia, análise espacial

Resumo

Introdução: O suicídio representa um desafio global, sobretudo em países em desenvolvimento. No Brasil, particularmente na Região Sul, as taxas estão em crescimento, embora a compreensão dos padrões espaciais e fatores associados permaneça limitada. Neste sentido, este estudo tem como objetivo analisar a distribuição espacial dos suicídios na Região Sul do Brasil entre 2015 e 2019, considerando diferentes faixas etárias e fatores associados. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico sobre as taxas de suicídio em indivíduos de 15 a 29, 30 a 59 e acima de 60 anos, juntamente com variáveis associadas. Foram aplicadas técnicas de autocorrelação espacial global e local, regressão dos mínimos quadrados ordinários e regressão geográfica ponderada. Resultados: As taxas de suicídio variaram de 6,3 a 75,1 (por 100.000 habitantes), aumentando progressivamente com o avançar da idade. Clusters de alto risco foram identificados em todas as faixas etárias em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, enquanto no Paraná as taxas de suicídio foram mais predominantes entre 15 e 29 anos. Conclusões: A heterogeneidade espacial nas taxas de suicídio em todas as faixas etárias, relacionada a fatores socioeconômicos, destaca a necessidade de estratégias para mitigar as desigualdades sociais e enfrentar esse importante problema social.

Biografia do Autor

Michele Fernandes do Amaral Nascimento, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Psicóloga na Clínica Ingenium.

Amanda Dutra de Carvalho, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Doutora em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Enfermeira no Pronto Atendimento Municipal de Mandaguari (PAM).

Thaniery Xavier Rosa, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Psicóloga formada pelo Centro Universitário de Maringá (Unicesumar).

Samile Bonfim de Oliveira, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Doutora em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Enfermeira na Prefeitura Municipal de Marialva.

Sanderland José Tavares Gurgel, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Doutor em Medicina pela Universidade do Porto (UP). Docente do Departamento de Medicina na Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Giane Aparecida Chaves Forato, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Mestre em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Fisioterapeuta pelo Centro Universitário Ingá (Uningá).

Luiz Gustavo de Paulo, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Mestre em Gestão, Tecnologia e Inovação em Urgência e Emergência pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Docente do ).

Fernanda Shizue Nishida Carignano, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do Departamento de Medicina na Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Gustavo Cezar Wagner Leandro, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)

Mestre em Saúde Pública em Região de Fronteira pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Sanitarista pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Oscar Kenji Nihei, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)

Doutor em Ciências (Biofísica e Imunologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Docente adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

Eliane Maria Spiecker, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Acadêmica do curso de Administração da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Miyoko Massago, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Doutora em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestre em Ciências Biológicas pela UEM.

Luciano de Andrade, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UEM.

Referências

Alves, M. F. (2017). O uso de agrotóxicos na fumicultura no município de Braço do Norte - Santa Catarina [Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Santa Catarina, Tubarão, Santa Catarina, Brasil]. https://antigo.uab.ufsc.br/biologia//files/2014/05/Michelli-Fortunato-Alves-13401266.pdf

Andrade, L. D., Zanini, V., Batilana, A. P., Carvalho, E. C. A. D., Pietrobon, R., Nihei, O. K., & De Barros Carvalho, M. D. (2013). Regional disparities in mortality after ischemic heart disease in a brazilian state from 2006 to 2010. PLoS ONE, 8(3), e59363. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0059363

Anselin, L. (1998). Gis research infrastructure for spatial analysis of real estate markets. Journal of Housing Research, 9(1), 113–133. https://doi.org/10.1080/10835547.1998.12091930

Anselin, L. (2003). An Introduction to Spatial Autocorrelation Analysis with GeoDa. University of Chicago. https://personal.utdallas.edu/~briggs/poec6382/geoda_spauto.pdf

Anselin, L., Syabri, I., & Kho, Y. (2006). Geoda: An introduction to spatial data analysis. Geographical Analysis, 38(1), 5–22. https://doi.org/10.1111/j.0016-7363.2005.00671.x

Baggio, L., Palazzo, L. S., & Aerts, D. R. G. D. C. (2009). Planejamento suicida entre adolescentes escolares: Prevalência e fatores associados. Cadernos de Saúde Pública, 25(1), 142–150. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000100015

Cargnin, M. C. (2018). Doença da folha verde do tabaco: Risco para trabalhadores rurais de um município da região sul do Brasil [Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil]. http://repositorio.furg.br/handle/1/10131

Cuschieri, S. (2019). The STROBE guidelines. Saudi Journal of Anaesthesia, 13(5), 31. https://doi.org/10.4103/sja.SJA_543_18

Dantas, A. P., Azevedo, U. N. D., Nunes, A. D., Amador, A. E., Marques, M. V., & Barbosa, I. R. (2018). Analysis of suicide mortality in Brazil: Spatial distribution and socioeconomic context. Revista Brasileira de Psiquiatria, 40(1), 12–18. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2017-2241

Dionisio, A. C. (2016). Memórias de trabalho, veneno e fumaça: Uma análise histórica sobre os impactos socioambientais da produção integrada de tabaco no Alto do Vale do Rio Tijuca (SC, 1970-2000) [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil]. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/168111

Ferreira, M. I. C., & Pomponet, A. S. (2019). Escolaridade e trabalho. Revista de Ciências Sociais, 50(3), 267–302. https://doi.org/10.36517/rcs.50.3.d09

Fung, Y., & Chan, Z. C. (2011). A systematic review of suicidal behaviour in old age: A gender perspective. Journal of Clinical Nursing, 20(15–16), 2109–2124. https://doi.org/10.1111/j.1365-2702.2010.03649.x

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2022a). Cidades e Estados. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2022b). Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/9201-levantamento-sistematico-da-producao-agricola.html?=&t=destaques

Instituto Nacional de Câncer. (2022a). O controle do tabaco no Brasil: uma trajetória. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/exposicao_controle_tabaco_brasil_trajetoria.pdf

Instituto Nacional de Câncer. (2022b). Produção de fumo e derivados. https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/dados-e-numeros-do-tabagismo/producao-de-fumo-e-derivados

Kjærulff, T. M., Bihrmann, K., Andersen, I., Gislason, G. H., Larsen, M. L., & Ersbøll, A. K. (2019). Geographical inequalities in acute myocardial infarction beyond neighbourhood-level and individual-level sociodemographic characteristics: A Danish 10-year nationwide population-based cohort study. BMJ Open, 9(2), e024207. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2018-024207

Macente, L. B., & Zandonade, E. (2012). Spatial distribution of suicide incidence rates in municipalities in the state of Espírito Santo (Brazil), 2003-2007: Spatial analysis to identify risk areas. Revista Brasileira de Psiquiatria, 34(3), 261–269. https://doi.org/10.1016/j.rbp.2011.11.001

Martini, M., Da Fonseca, R. C., De Sousa, M. H., De Azambuja Farias, C., Cardoso, T. D. A., Kunz, M., Longaray, V. K., & Magalhães, P. V. D. S. (2019). Age and sex trends for suicide in Brazil between 2000 and 2016. Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology, 54(7), 857–860. https://doi.org/10.1007/s00127-019-01689-8

Ministério da Saúde. (2007). Marco legal: Saúde, um direito de adolescentes. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0400_M.pdf

Ministério da Saúde. (2021). Informação e Gestão da Atenção Básica. https://egestorab.saude.gov.br

Ministério da Saúde. (2022). DATASUS Mortalidade - desde 1966 pela CID-10. https://datasus.saude.gov.br

Ministério da Saúde. (2024). Boletim Epidemiológico. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2024/boletim-epidemiologico-volume-55-no-04.pdf

Nakaya, T. (2013). GWR4 User Manual. Maynooth University. https://gwr.maynoothuniversity.ie/wp-content/uploads/2013/04/GWR4_Manual.pdf

Organização das Nações Unidas. (2015). Transforming our world: The 2030 Agenda for Sustainable Development. https://undocs.org/en/A/RES/70/1

Pan American Health Organization. (2023). The burden of suicide in the Region of the Americas. https://www.paho.org/en/enlace/burden-suicide

Paradis E. (2023). Moran’s Autocorrelation Coefficient in Comparative Methods. Institut de Recherche pour le Développement. https://cran.r-project.org/web/packages/ape/vignettes/MoranI.pdf

Pereira, C. D. N., Maranhão, T. A., Silva, I. G. D., Silva, T. L., Sousa, G. J. B., Lira Neto, J. C. G., & Pereira, M. L. D. (2022). Spatiotemporal pattern and indicators associated with suicide. Rev Rene, 23, e70998. https://doi.org/10.15253/2175-6783.20222370998

Planeta, C. S., & Cruz, F. C. (2005). Bases neurofisiológicas da dependência do tabaco. Archives of Clinical Psychiatry , 32(5), 251–258. https://doi.org/10.1590/S0101-60832005000500002

Rebelo, F. M., Caldas, E. D., Heliodoro, V. D. O., & Rebelo, R. M. (2011). Intoxicação por agrotóxicos no Distrito Federal, Brasil, de 2004 a 2007 – Análise da notificação ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica. Ciência & Saúde Coletiva, 16(8), 3493–3502. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000900017

Shikida, C. D., Araujo Jr., A. F., & Gazzi, R. A. V. (2009). Teoria econômica do suicídio: Estudo empírico para o brasil. Análise Econômica, 25(48), 123–147. https://doi.org/10.22456/2176-5456.10897

Stavizki Junior, C. (2020). Os riscos sobre o aumento dos casos de suicídio no contexto de pandemia: Perspectivas para a prevenção no estado do Rio Grande do Sul - Brasil. Ágora, 22(2), 4–21. https://doi.org/10.17058/agora.v22i2.15422

World Health Organization. (2024). Suicide. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/suicide

Downloads

Publicado

2025-11-03

Como Citar

Nascimento, M. F. do A., Carvalho, A. D. de, Rosa, T. X., Oliveira, S. B. de, Gurgel, S. J. T., Forato, G. A. C., … Andrade, L. de. (2025). Análise Geoespacial de Suicídios no Sul do Brasil: Comparação entre Faixas Etárias e Fatores Associados. Revista Psicologia E Saúde, 17, e17312684. https://doi.org/10.20435/pssa.v1i1.2684

Edição

v. 17, 2025

Seção

Artigos

Licença

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Os artigos publicados na Revista Psicologia e Saúde têm acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.