Depressão na Gestação e no Pós-Parto e a Responsividade Materna Nesse Contexto

Autores

  • Adriane Diehl Krob Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC
  • Josehelen Godoy Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC
  • Keila Pamela Leite Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC
  • Samantha Gottardo Mori Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v9i3.565

Palavras-chave:

responsividade materna, depressão gestacional, depressão pós-parto, interação mãe-bebê.

Resumo

O presente artigo visa à explanação da responsividade materna no contexto da depressão pré- natal e no pós-parto. Estudos apontam que a depressão tem impactos negativos na relação mãe-bebê já no período gestacional e mais gravemente no pós-parto. Esses impactos gerados pela depressão interferem na vinculação segura entre a díade, o que prejudica a responsividade materna e, por sua vez, as respostas de apego do bebê à mãe. Dessa forma, compreender como a responsividade materna se desenvolve nesse contexto pode ser fundamental para assegurar a saúde da díade e, consequentemente, de toda a família. Portanto é essencial que o acompanhamento às gestantes passe a ter um olhar mais humanizado pelos profissionais da saúde através de uma equipe multidisciplinar, que trabalhe não só com os aspectos relacionados à saúde mãe-bebê, mas, inclusive, com os aspectos emocionais da gestante, auxiliando assim na detecção ou prevenção da depressão na gestação e no pós-parto.

Biografia do Autor

Adriane Diehl Krob, Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC

Doutoranda pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (UCES, 2014). Possui Graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1996), Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999) e Especialização em Psicologia Hospitalar (Psicologia da Saúde) pelo Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento (2011). Tem experiência na área de Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia Hospitalar e da Saúde, Psicologia Comunitária e Psicologia da Educação. Pesquisa e atua principalmente nos seguintes temas: gestação, amamentação, maternidade, paternidade, infância, adolescência e interação pais/bebê-filhos.

Josehelen Godoy, Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC

Graduada em Psicologia pela Faculdade Anglo Americano (FAA) em 2013, atua como Psicóloga no Ambulatório e no Núcleo de Apoio ao Saúde da Família.

Keila Pamela Leite, Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC

Graduada em Psicologia pela Faculdade Anglo Americano (FAA) em 2013 e atua como Psicóloga Social no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Samantha Gottardo Mori, Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC

Graduada em Psicologia pela Faculdade Anglo Americano (FAA) em 2013, Pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental, pela União Dinâmica de Faculdades Cataratas (UDC) e atua como Psicóloga Clínica e Jurídica.

Referências

Alvarenga, P., Malhado, S. C. B., & Lins, T. C. S. (2014). O impacto da responsividade materna aos oito meses da criança sobre as práticas de socialização maternas aos 18 meses. Estudos de Psicologia, 19(4), 305-14. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2014000400008

American Psychiatric Association. (2002). DSM-IV-TR - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (4a ed. rev.). Porto Alegre: Artmed.

Baptista, M. N., Baptista, A. S. D. E., & Oliveira, M. G. (2004). Depressão e gênero: Por que as mulheres se deprimem mais que os homens? Temas Psicologia, 7(2), 143-56. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1999000200005&lng=pt&nrm=iso

Barlow, D. H., & Durand, R. M. (2011). Psicopatologia: Uma abordagem integrada. São Paulo: Cengage Learning.

Bennett, H. A., Einarson, A., Taddio, A., Koren, G., & Einarson, T. R. (2004). Prevalence of depression during pregnancy: systematic review. Obstetrics and Gynecology, 103(4), 698-709.

Bornstein, M. H., & Tamis-LeMonda, C. S. (1997). Maternal responsiveness and infant mental abilities: Specific predictive relations. Infant Behavior and Development, 20(3), 283-96.

Borsa, J. C., & Dias, A. C. G. (2004). Relação mãe e bebê: As expectativas e vivências do puerpério. Revista Perspectiva, 28(102), 39-53.

Bowlby, J. (1984). Apego - Apego e perda (Vol. 1). São Paulo: Martins Fontes.

Cantilino, A., Zambaldi, C. F., Sougey, E. B., & Renno Jr., J. (2010). Transtornos psiquiátricos no pós-parto. Revista de Psiquiatria Clínica, 37(6), 288-94 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832010000600006&lng=en&nrm=iso. ISSN 0101-6083

Carlesso, J. P. P. (2011). Análise da relação entre depressão materna e índices de risco ao desenvolvimento infantil (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Maria, RS).

Chalhub, A. A. (2004). Padrões comportamentais maternos e desenvolvimento cognitivo de pré-escolares em contexto urbano pobre (Dissertação de Mestrado em Psicologia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia).

Cruz, E. B. S., Simoes, G. L., & Faisal-Cury, A. (2005). Rastreamento da depressão pós-parto em mulheres atendidas pelo Programa de Saúde da Família. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia [online], 27(4), 181-8. Disponível em www.scielo.br/pdf/rbgo/v27n4/a04v27n4.pdf

Eshel, N., Daelmans, B., Mello, M. C., & Martines, J. (2006). Responsive parenting: Interventions and outcomes. Bull World Health Organ, 84(12), 991-8. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2627571/pdf/17242836.pdf

Falcone, V. M., Mäder, C. V. N., Nascimento, C. F. L., Santos, J. M. M., & Nóbrega, F. J. (2005). Atuação multiprofissional e a saúde mental de gestantes. Revista de Saúde Pública, 39(4), 612-8. Disponível em https://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102005000400015

Felix, G. M. A., Gomes, A. P. R., & França, P. S. (2008). Depressão no ciclo gravídico-puerperal. Comunicação em Ciências da Saúde, 19(1), p. 51-60. Disponível em http://www.escs.edu.br/pesquisa/revista/2008Vol19_1art06depressaonocilco.pdf

Ferreira, T., & Abreu-Lima, I. (2008). Responsividade materna: Revisão conceptual e fundamentos para avaliação. Infâncias possíveis, mundos reais: Actas do 1º Congresso Internacional em Estudos da Criança. Braga: Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho. Disponível em http://hdl.handle.net/10216/62399

Field, T. (1995). Infants of depressed mothers. Infant Behavior and Development, 18(1), 1-13.

Field, T. (2002). Prenatal effects of maternal depression. In: S. H. Goodman & I. H. Gotlib. Children of depressed parents (pp. 59-88). Washington, DC: American PsychologicalAssociation.

Holmes, D. S. (1997). Psicologia dos transtornos mentais. (2a ed.). Porto Alegre: Artes Médicas.

Kaplan, H. I., & Sadock, B. J. (1990). Compêndio de Psiquiatria (2a ed.). Porto Alegre: Artes Médicas.

Klaus, M. H., Kennel, J. H., & Klaus, P. (2000). Vínculo: Construindo as bases para um apego seguro e para a independência. Porto Alegre: Artmed.

Lordelo, E. R. (2002). Interação social e responsividade em ambientes doméstico e de creche: cultura e desenvolvimento. Estudos de Psicologia, 7(2), 343-50. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2002000200015&lng=en&tlng=pt. 10.1590/S1413-294X2002000200015

Lordelo, E. R., Fonseca, A. L., & Araujo, M. L. V. B. (2000). Responsividade do ambiente de desenvolvimento: crenças e práticas como sistema cultural de criação de filhos. Psicologia: Reflexão e Crítica, 13(1), 73-80. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722000000100009&lng=en&nrm=iso

Loreto, V. (2008). Depressão na gravidez: Repercussões no bebê. In: L. M. Atem (Org.). Cuidados no início da vida: Clínica, instituição, pesquisa e metodologia. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Maldonado, M. T. (2002). Psicologia da gravidez – Parto e puerpério (16a ed.). São Paulo: Saraiva.

Murata, M., Lima, M. O. P., Bonadio, I. C., & Tsunechiro, M. A. (2012). Sintomas depressivos em gestantes abrigadas em uma maternidade social. REME Revista Mineira de Enfermagem,16(2), 194-200. Disponível em http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=BDENF&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=22703&indexSearch=ID

Pereira, P. K., Lovisi, G. M., Lima, L. A., & Legay, L. F. (2010). Complicações obstétricas, eventos estressantes, violência e depressão durante a gravidez em adolescentes atendidas em unidade básica de saúde. Revista de Psiquiatria Clínica, 37(5), 216-22. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rpc/v37n5/a06v37n5.pdf

Pereira, P. K., & Lovisi, G. M. (2008). Prevalência da depressão gestacional e fatores associados. Revista de Psiquiatria Clínica, 35(4), 144-53. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832008000400004

Piccinini, C. A., & Seidl-de-Moura, M. L. (2007). Observando a interação pais bebê-criança: Diferentes abordagens teóricas e metodológicas. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Piccinini, C. A., Gomes, A. G., Moreira, L. E., & Lopes, R. S. (2004) Expectativas e sentimentos da gestante em relação ao seu bebê. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20(3), 223-32.

Piccinini, C. A., Marin, A. H., Alvarenga, P., Lopes, R. C. S., & Tudge, J. R. (2007) Responsividade materna em famílias de mães solteiras e famílias nucleares no terceiro mês de vida da criança. Estudos de Psicologia, 12(2), 109-17. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/epsic/v12n2/a02v12n2.pdf

Ribas A. F. P., & Moura, S. M. L. (2004). Responsividade materna e teoria do apego: Uma discussão crítica do papel de estudos transculturais. Psicologia: Reflexão e Crítica, 17(3), 315-22.

Schmidt, E. B., Piccoloto, N. M., & Müller, M. C. (2005). Depressão pós-parto: Fatores de risco e repercussões no desenvolvimento infantil. Psico USF, 10(1), 61-8.

Schwengber, D., & Piccinini, C. (2003) O impacto da depressão pós-parto para interação mãe-bebê. Estudos de Psicologia, 8(3), 403-11.

Silva, F. C. S., Araújo, T. M., Araújo, M. F. M., Carvalho C. M. L., & Caetano, J. A. (2010) Depressão pós-parto em puérperas: conhecendo interações entre mãe, filho e família. Acta Paulista de Enfermagem, 23 (3), 411-6.

Spitz, R. A. (1979). O primeiro ano de vida: Um estudo psicanalítico do desenvolvimento normal e anômalo das relações objetais. São Paulo: Martins Fontes.

Stern, D. (1997). A constelação da maternidade: O panorama da psicoterapia pais/bebê. Porto Alegre: Artes Médicas.

Tedesco, J. J. A., Quayle, J., & Zugaib, M. (1997). Obstetrícia Psicossomática. São Paulo: Atheneu.

Tostes, N. (2012). Percepção de gestantes acerca da assistência pré-natal, seus sentimentos e expectativas quanto ao preparo para o parto. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, DF. Disponível em http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/11099/1/2012_NataliaAlmeidaTostes.pdf

Winnicott, D. D. (1999). Privação e delinqüência. São Paulo: Martins Fontes.

Downloads

Publicado

2017-11-09

Como Citar

Krob, A. D., Godoy, J., Leite, K. P., & Mori, S. G. (2017). Depressão na Gestação e no Pós-Parto e a Responsividade Materna Nesse Contexto. Revista Psicologia E Saúde, 9(3), 3–16. https://doi.org/10.20435/pssa.v9i3.565

Edição

Seção

Artigos