Vivências Psíquicas de Mulheres com Pré-Eclâmpsia: Um Estudo Qualitativo
DOI:
https://doi.org/10.20435/pssa.v11i2.648Palabras clave:
gravidez de alto risco, pré-eclâmpsia, psicologia médicaResumen
As síndromes hipertensivas são as complicações mais frequentes na gestação constituindo, no Brasil, como primeira causa de mortalidade materna. A presente pesquisa objetivou investigar a vivência da gravidez e a constituição da relação afetiva mãe-bebê em grávidas com diagnóstico de pré-eclâmpsia. Participaram do estudo nove gestantes, acompanhadas em um ambulatório de gravidez de risco ou internadas em uma Unidade Materno-Infantil de um município do interior paulista. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com posterior análise de conteúdo temática. Os quatro temas identificados nas entrevistas foram: os sentimentos frente à descoberta da gravidez; expectativas: da ambivalência ao vínculo mãe-bebê; maternidade e maternagem: crise vital ou risco?; e a hipertensão na gestação: perspectivas psicossomáticas e repercussões emocionais da doença. O desejo da maternidade foi manifesto, apesar do risco, com uma representação mental do bebê e expectativas de superação da insegurança relacionada ao desempenho do papel materno.Citas
Alhusen, J. L. (2008). A literature update on maternal-fetal attachment. Journal Obstetric Gynecology Neonatal Nursing, 37(3), 315-328.
Amaral, W. T., & Peraçoli, J. C. (2011). Fatores de risco relacionados à pré-eclâmpsia. Comunicação em Ciências da Saúde, 22(1), 161-168.
American College of Obstetricians and Gynecologists. (2013). Hypertension in pregnancy: Report of the American College of Obstetricians and Gynecologists’ Task Force on Hypertension in Pregnancy. Obstetrics and Gynecology, 122(5), 1122-1131. doi: 10.1097/01.AOG.0000437382.03963.88
Anjos, L. S., Lemos, D. M., Antunes, L. A., Andrade, J. M. O., Nascimento, W. D. M., & Caldeira, A. P. (2012). Percepções maternas sobre o nascimento de um filho prematuro e cuidados após a alta. Revista Brasileira de Enfermagem, 65(4), 571-577. doi: 10.1590/S0034-71672012000400004
Arruda, D. C., & Marcon, S. S. (2007). A família em expansão: experienciando intercorrências na gestação e no parto do bebê prematuro com muito baixo peso. Texto Contexto Enfermagem, 16(1), 120-128.
Azevedo, E. C., & Moreira, M. C. (2012). Psiquismo fetal: um olhar psicanalítico. Revista da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, 12(2), 64-69.
Bardin, L. (2010). Análise do conteúdo (4a ed.). Lisboa: Edições 70.
Bormio, S. N. G. (2008). Fantasias inconscientes de gestantes portadoras de hipertensão arterial crônica por meio da técnica do desenho-história (Tese de doutorado, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP, Brasil).
Borsa, J. C. (2007). Considerações acerca da relação mãe-bebê da gestação ao puerpério. Revista Contemporânea - Psicanálise e Transdisciplinaridade, 2, 310-321.
Brandon, A. R., Trivedi, M. H., Hynan, L. S., Miltenberger, P. D., Labat, D. B., Rifkin, J. B., & Stringer, C. A. (2008). Prenatal depression in women hospitalized for obstetric risk. Journal of Clinical Psychiatry, 69(4), 635-643.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. (2012). Gestação de alto risco: Manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde.
Camacho, K. G., Vargens, O. M. C., Progianti, J. M., & Spíndola, T. (2010). Vivenciando repercussões e transformações de uma gestação: perspectivas de gestantes. Ciência e Enfermeria, 16(2), 115-125.
David, M. A. O., Benute, G. R. G., Fráguas, R. Jr., Nomura, R. Y., Lúcia, M. C. S., & Zugaib, M. (2008). Depressão em grávidas hipertensas: preocupações maternas durante a gestação. Psicologia Hospitalar, 6(1), 2-20.
Giordano, J. C., Parpinelli, M. A., Cecatti, J. G., Haddad, S. M., Costa, M. L., Surita, F. G. et al. (2014). The burden of eclampsia: results from a multicenter study on surveillance of severe maternal morbidity in Brazil. PLoS ONE. 9(5), e97401.
Iungano, E. M. (2009). A relação entre a mãe e o bebê prematuro internado em UTI neonatal. Pediatria Moderna, 45 (1) 26-30.
Kassada, D.S., Waidman, M. A. P., Miasso, A. I., & Marcon, S. S. (2015). Prevalência de transtornos mentais e fatores associados em gestantes. Acta Paulista de Enfermagem, 28 (6), 495-502. Doi: 10.1590/1982-0194201500084
Langer, M. (1981). Maternidade e sexo: Estudo psicanalítico e psicossomático. Porto Alegre: Artes Médicas.
Laplanche, J., & Pontallis, J. B. (2010). Vocabulário de psicanálise. São Paulo: Martins Fontes.
Maldonado, M. T. (1989). Maternidade e paternidade: Situações especiais e de crise na família. Rio de Janeiro: Vozes.
Maldonado, M. T. (2017). Psicologia da gravidez: Gestando pessoas para uma sociedade melhor. São Paulo: Ideias e Letras.
Martins, M., Monticelli, M., Brüggemann, O. M., & Costa, R. (2012). A produção de conhecimento sobre hipertensão gestacional na pós-graduação stricto sensu da enfermagem brasileira. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 46(4), 802-808. doi: 10.1590/S0080-62342012000400003
Massachusetts General Hospital Center for Women´s Mental Health. (2014). Psychiatric disorders during pregnancy. Disponível em http://womensmentalhealth.org/specialty-clinics/psychiatric-disorders-during-pregnancy
Melo, W. F., Oliveira, B. A., Saldanha, H. G. A. C., Sousa, J. S., & Maracaja, P. B. (2015). A hipertensão gestacional e o risco de pré-eclampsia: Revisão bibliográfica. Revista Brasileira de Educação e Saúde, 5(3), 7-11.
Milbradt, V. (2008). Afetividade e gravidez indesejada, os caminhos de vínculo mãe-filho. Revista Pensamento Biocêntrico, (9), 111-133.
Qiu, C., Williams, M. A., Calderon-Margalit, R., Cripe, S. M., & Sorensen, T. K. (2009). Preeclampsia risk in relation to maternal mood and anxiety disorders diagnosed before or during early pregnancy. American Journal of Hypertension, 22(4), 397-402.
Quayle, J. (2016). Gestantes de alto risco: a atuação do psicólogo. In S. M. C. Ismael (Org.), A prática psicológica e sua interface com as doenças (pp. 185-208). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Santos, P. B. (2005). Maternidade ameaçada: Vivências psíquicas em gestantes de risco. (Dissertação de mestrado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil).
Soifer, R. (1980). Psicologia da gravidez, parto e puerpério. Porto Alegre: Artes Médicas.
Souza, N. L., Araújo, A. C. P. F., Azevedo, G. D., Jeronimo, S. M. B., Barbosa, L. M., & Sousa, N. M. L. (2007). Percepção materna com o nascimento prematuro e vivência da gravidez com pré-eclâmpsia. Revista de Saúde Pública, 41(5), 704-710.
Stellin, R. M. R., Monteiro, C. F. A., Albuquerque, R. A., & Marques, C. M. X. C. (2011). Processos de construção de maternagem. Feminilidade e maternagem: recursos psíquicos para o exercício da maternagem em suas singularidades. Estilos da Clínica, 16(1), 170-185.
Szejer, M., & Stewart, R. (1997). Nove meses na vida da mulher: Uma abordagem psicanalítica da gravidez e do nascimento. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Tedesco, J. J. A. (1997). Aspectos emocionais da gravidez de alto risco. In M. Zugaib, J. J. A. Tedesco, & J. Quayle, Obstetrícia psicossomática. (pp. 99-108). São Paulo: Atheneu.
Thomaz, A. C. P., Lima, M. R. T., Tavares, C. H. F., & Oliveira, C. G. (2005). Relações afetivas entre mães e recém-nascidos a termo e pré-termo: Variáveis sociais e perinatais. Estudos de Psicologia, 10(1), 139-146.
Zampieri, M. F. M. (2001). Vivenciando o processo educativo em enfermagem com gestantes de alto risco e seus acompanhantes. Revista Gaúcha de Enfermagem, 22(1), 140-166.
Zimerman, D. (2010). Os quatro vínculos: Amor, ódio, conhecimento e reconhecimento na psicanálise e em nossas vidas. Porto Alegre: Artmed.
Archivos adicionales
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Os artigos publicados na Revista Psicologia e Saúde têm acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.