Prevalência de Dependência de Exercício Físico em Praticantes de Programas de Condicionamento Extremo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v15i1.2398

Palavras-chave:

sensibilidade à dor, risco de lesões, qualidade de vida, Programas de Condicionamento Extremo, dependência ao exercício

Resumo

Neste estudo, buscou-se determinar a prevalência de dependência ao exercício em praticantes de programas de condicionamento extremo, analisando o impacto na qualidade de vida, o risco de lesões e a sensibilidade à dor. Foram avaliados 368 praticantes de Crossfit® e utilizados os questionários Exercise Addiction Inventory, para avaliar a dependência, o WHOQOL-bref, para avaliar a qualidade de vida, e, para avaliar os riscos de uma possível lesão musculoesquelética, foi utilizado o Questionário de Prontidão para o Esporte com Foco nas Lesões Musculoesqueléticas. Os dados foram analisados pelos testes Shapiro-Wilk, com correlação de Spearman e Odds Ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Todas as análises foram realizadas considerando um nível de significância de 5%. A prevalência de dependência foi de 14,40%, e foi encontrada correlação entre a dependência e o domínio físico (r = 0,125, p= 0,017) e entre o domínio ambiente e a dependência (r = -0,142, p= 0,006).  Foi também encontrada uma associação do positivo para a dependência com o domínio ambiente (OR: 1,094, IC = 1,046-1,143). A prevalência de dependência ao exercício foi de 14,40%. A dependência pode influenciar de forma negativa no domínio ambiente e de forma positiva no domínio físico.

Biografia do Autor

Antônio Ribeiro Neto, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Atenção à Saúde e mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Lucimara Ferreira Magalhães, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Atenção à Saúde e mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Triângulo (UFTM).

Isabel Aparecida Porcatti de Walsh, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Doutora em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Professora aposentada pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Dernival Bertoncello, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Doutor em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Professor titular na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Referências

Antunes, H. K. M., Andersen, M. L., Tufik, S., & De Mello, M. T. (2006). O estresse físico e a dependência de exercício físico. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 12, 234–238. https://doi.org/10.1590/S1517-86922006000500002

Aune, K. T., & Powers, J. M. (2017). Injuries in an Extreme Conditioning Program. Sports Health, 9(1), 52–58. https://doi.org/10.1177/1941738116674895

Claudino, J. G., Gabbett, T. J., Bourgeois, F., Souza, H. de S., Miranda, R. C., Mezêncio, B., Soncin, R., Cardoso Filho, C. A., Bottaro, M., Hernandez, A. J., Amadio, A. C., & Serrão, J. C. (2018). CrossFit Overview: Systematic Review and Meta-analysis. Sports Medicine – Open, 4(1), 11. https://doi.org/10.1186/s40798-018-0124-5

Corazza, O., Simonato, P., Demetrovics, Z., Mooney, R., van de Ven, K., Roman-Urrestarazu, A., Rácmolnár, L., De Luca, I., Cinosi, E., Santacroce, R., Marini, M., Wellsted, D., Sullivan, K., Bersani, G., & Martinotti, G. (2019). The emergence of Exercise Addiction, Body Dysmorphic Disorder, and other image-related psychopathological correlates in fitness settings: A cross sectional study. PloS One, 14(4), e0213060. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0213060

Dalle Grave, R., Calugi, S., & Marchesini, G. (2008). Compulsive exercise to control shape or weight in eating disorders: Prevalence, associated features, and treatment outcome. Comprehensive Psychiatry, 49(4), 346–352. https://doi.org/10.1016/j.comppsych.2007.12.007

Di Lodovico, L., Poulnais, S., & Gorwood, P. (2019). Which sports are more at risk of physical exercise addiction: A systematic review. Addictive Behaviors, 93, 257–262. https://doi.org/10.1016/j.addbeh.2018.12.030

Dominski, F. H., Serafim, T. T., Siqueira, T. C., & Andrade, A. (2021). Psychological variables of CrossFit participants: A systematic review. Sport Sciences for Health, 17(1), 21–41. https://doi.org/10.1007/s11332-020-00685-9

Egorov, A. Y., & Szabo, A. (2013). The exercise paradox: An interactional model for a clearer conceptualization of exercise addiction. Journal of Behavioral Addictions, 2(4), 199–208. https://doi.org/10.1556/JBA.2.2013.4.2

Fleck, M. P., Louzada, S., Xavier, M., Chachamovich, E., Vieira, G., Santos, L., & Pinzon, V. (2000). Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista de Saúde Pública, 34, 178–183. https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000200012

Freire, G. L. M., Fortes, L. S., Moreira, J. a. G. L. F., Alves, J. F. N., Souza, M. F. d, & Nascimento, J. R. A. (2021). Frequência semanal de treino como um fator associado a dependência ao exercício em atletas recreacionais. Cuadernos de Psicología del Deporte, 21(2), 1–12.

Grant, J. E., Potenza, M. N., Weinstein, A., & Gorelick, D. A. (2010). Introduction to Behavioral Addictions. The American journal of drug and alcohol abuse, 36(5), 233–241. https://doi.org/10.3109/00952990.2010.491884

Hausenblas, H. A., & Downs, D. S. (2002). Exercise dependence: A systematic review. Psychology of Sport and Exercise, 3(2), 89–123. https://doi.org/10.1016/S1469-0292(00)00015-7

Hopkins, W. G., Marshall, S. W., Batterham, A. M., & Hanin, J. (2009). Progressive statistics for studies in sports medicine and exercise science. Medicine and Science in Sports and Exercise, 41(1), 3–13. https://doi.org/10.1249/MSS.0b013e31818cb278

Joyce, C. R., Zutshi, D. W., Hrubes, V., & Mason, R. M. (1975). Comparison of fixed interval and visual analogue scales for rating chronic pain. European Journal of Clinical Pharmacology, 8(6), 415–420. https://doi.org/10.1007/BF00562315

Klimek, C., Ashbeck, C., Brook, A. J., & Durall, C. (2018). Are Injuries More Common With CrossFit Training Than Other Forms of Exercise? Journal of Sport Rehabilitation, 27(3), 295–299. https://doi.org/10.1123/jsr.2016-0040

Lichtenstein, M. B., & Jensen, T. T. (2016). Exercise addiction in CrossFit: Prevalence and psychometric properties of the Exercise Addiction Inventory. Addictive Behaviors Reports, 3, 33–37. https://doi.org/10.1016/j.abrep.2016.02.002

Modolo, V. B., Antunes, H. K. M., de Gimenez, P. R. B., De Mello Santiago, M. L., Tufik, S., & de Mello, M. T. (2011). Negative addiction to exercise: Are there differences between genders? Clinics, 66(2), 255–260. https://doi.org/10.1590/S1807-59322011000200013

Magalhães Neto, A. R., , L. F., & Bertoncello, D. (2022). Prontidão para o esporte: Foco nas lesões musculoesqueléticas. Saúde e Pesquisa, 15(1), Artigo 1. https://doi.org/10.17765/2176-9206.2022v15n1.e9058

Oliveira, D. V. de, Freire, G. L. M., Bortolussi, I., Oliveira, R. V., & Júnior, J. R. A. N. (2021). Autoestima e Dependência de Exercício em Praticantes de Musculação. Revista Psicologia e Saúde, 13(4), 171–182. https://doi.org/10.20435/pssa.v13i4.1201

Sicilia, Á., Bracht, V., Penha, V., Almeida, U. R., Ferriz, R., & Alcaraz-Ibáñez, M. (2017). Propiedades Psicométricas del Exercise Addiction Inventory (EAI) en una Muestra de Estudiantes Brasileños Universitarios. Universitas Psychologica, 16(2), Artigo 2. https://doi.org/10.11144/Javeriana.upsy16-2.ppea

Silveira Júnior, J. A. da, Coelho, C. de F., Hernandez, A. J., Espinosa, M. M., Calvo, A. P. C., & Ravagnani, F. C. de P. (2016). Questionário de prontidão para o esporte com foco nas lesões musculoesqueléticas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 22, 361–367. https://doi.org/10.1590/1517-869220162205159806

Simón Grima, J. S., Estrada-Marcén, N., & Montero-Marín, J. (2019). Exercise addiction measure through the Exercise Addiction Inventory (EAI) and health in habitual exercisers. A systematic review and meta-analysis. Adicciones, 31(3), 233–249. https://doi.org/10.20882/adicciones.990

Szabo, A., Griffiths, M. D., de La Vega Marcos, R., Mervó, B., & Demetrovics, Z. (2015). Methodological and Conceptual Limitations in Exercise Addiction Research. The Yale Journal of Biology and Medicine, 88(3), 303–308.

Terry, A., Szabo, A., & Griffiths, M. (2004). The Exercise Addiction Inventory: A new brief screening tool. Addiction Research & Theory, 12(5), 489–499. https://doi.org/10.1080/16066350310001637363

Veale, D. (1995). Does Primary Exercise Dependence really exist? In J. Annett, B. Cripps, & H. Steinberg (Orgs.), Exercise Addiction: Motivation for participation in sport and exercise (p. 71–75). British Psychological Society.

Weinstein, A., & Szabo, A. (2023). Exercise addiction: A narrative overview of research issues. Dialogues in Clinical Neuroscience, 25(1), 1–13. https://doi.org/10.1080/19585969.2023.2164841

Zou, L., Yang, P., Herold, F., Liu, W., Szabo, A., Taylor, A., Sun, J., & Ji, L. (2022). The Contribution of BMI, Body Image Inflexibility, and Generalized Anxiety to Symptoms of Eating Disorders and Exercise Dependence in Exercisers. International Journal of Mental Health Promotion, 24(6), 811–823. https://doi.org/10.32604/ijmhp.2022.024862

Downloads

Publicado

2024-08-22

Como Citar

Neto, A. R. ., Magalhães, L. F., Walsh, I. A. P. de ., & Bertoncello, D. (2024). Prevalência de Dependência de Exercício Físico em Praticantes de Programas de Condicionamento Extremo. Revista Psicologia E Saúde, 16(2), e16162398. https://doi.org/10.20435/pssa.v15i1.2398

Edição

Seção

Artigos