Sobre o (Im)Possível de Dizer: Uma Discussão Psicanalítica sobre as Escarificações entre Adolescentes na Atualidade
DOI:
https://doi.org/10.20435/pssa.v1i1.2187Palavras-chave:
práticas autolesivas, adolescência, atualidade, escrita, PsicanáliseResumo
As escarificações na adolescência têm ganhado estatuto de problemática social, interrogando saberes e práticas da saúde, nelas incluindo a psicologia e a psicanálise. Este artigo é fruto de uma dissertação de mestrado, que partiu de interrogações levantadas na prática com adolescentes em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). O objetivo do artigo foi discutir, a partir da psicanálise, o lugar das práticas autolesivas no discurso e na vida de adolescentes do sexo feminino. A pesquisa, baseada no método qualitativo, teve como corpus postagens de adolescentes em grupos na rede social Facebook que se identificam pelas práticas autolesivas. Os resultados possibilitaram alcançar o objetivo deste trabalho e levaram a concluir que as adolescentes, por meio das postagens, tentam dar borda para o que não conseguem nomear, para o imponderável, para o que se coloca como dor de existir. Assim, foi notória a identificação entre adolescentes que recorrem ao ato autolesivo, ganhando relevo a função de suplência na formação de grupos, bem como o teor inventivo na escrita do impossível, apontando para a aposta, na escuta psicanalítica, em outras saídas que permitam um novo posicionamento subjetivo dessas adolescentes perante o mal-estar e o sofrimento em que se encontram.
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