Sobrecarga Emocional ante a Malformação Congênita e o Enfrentamento de Cuidadoras
DOI:
https://doi.org/10.20435/pssa.v13i1.686Palavras-chave:
malformação congênita, adaptação psicológica, cuidadoresResumo
Casos de crianças com malformações congênitas aumentaram após a epidemia de infecção pelo vírus Zika, resultando em impacto e sobrecarga emocional para cuidadores. O objetivo deste estudo foi analisar a sobrecarga emocional e o enfrentamento da malformação congênita por cuidadoras parentais. Doze cuidadoras, pacientes da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responderam aos instrumentos: Protocolo de Dados Gerais, Questionário “Momento da Notícia”, Escala de Enfrentamento de Problemas e Escala de Impacto da Sobrecarga sobre Cuidadores (Zarit Burden Interview Scale). Estratégias de “Busca por práticas religiosas” e “Focadas no problema” foram as mais adotadas pelas cuidadoras, que apresentaram nível de sobrecarga emocional leve a moderado. Conclui-se que a malformação congênita deve ser considerada como um importante estressor para a família.
Referências
Amorim, M. M. R., Vilela, P. C., Santos, A. R. V. D., Lima, A. L. M. V., Melo, E. F. P., Bernardes, H. F. . . . Guimarães, V. B. (2006). Impacto das malformações congênitas na mortalidade perinatal e neonatal em uma maternidade-escola do Recife. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 6(Suppl. 1), 19-25. doi:https://doi.org/10.1590/S1519-38292006000500003
Barata, A. L. S. R. B., Santos, J. S., Costa, J. M., Barbosa, L. N. F., & Santos, E. P. (2019). Impacto da microcefalia no subsistema fraterno por meio do teste da família: Estudo de caso. Revista da SBPH, 22(1), 154-171. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151608582019000100009&lng=pt&tlng=pt
Barros, S. M. M., Monteiro, P. A. L., Neves, M. B., & Maciel, G. T. S. (2017). Fortalecendo a rede de apoio de mães no contexto da síndrome congênita do vírus Zika: Relatos de uma intervenção psicossocial e sistêmica. Nova Perspectiva Sistêmica, 26(58), 38-59. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-78412017000200004
Barros, V. C., Santos, J. F. C., Lima, L. A., Fonseca, D. L., & Lovisi, M. L. (2013). Depressão e apoio social em gestantes de fetos com malformações atendidas em um hospital materno-infantil público de referência no Rio de Janeiro. Cadernos Saúde Coletiva, 21(4), 391-402. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-462X2013000400006&script=sci_abstract&tlng=pt
Benute, G. R. G., Nonnenmacher, D., Evangelista, L. F. M., Lopes, L. M., Lucia, M. C. S., & Zugaib, M. (2011). Cardiopatia fetal e estratégias de enfrentamento. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 33(9), 227-233. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v33n9/a02v33n9.pdf
Boaventura, L. C., Borges, H. C., & Ozaki, A. H. (2016). Avaliação da sobrecarga do cuidador de pacientes neurológicos cadeirantes adultos. Ciência & Saúde Coletiva, 21(10), 3193-3202. Recuperado de http://www.redalyc.org/pdf/630/63047756022.pdf
Bulhões, C. S. G., Silva, J. B., Moraes, M. N., Reichert, A. P. S., Dias, M. D., & Almeida, A. M. (2020). Repercussões psíquicas em mães de crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus. Escola Anna Nery, 24(2), e20190230. doi:https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2019-0230
Cunha, A. C. B., Smith, J. A. B., Akerman, L. P. F., & Souza, V. F. (2017). Discutindo sobre estresse e enfrentamento da prematuridade por cuidadores. Temas em Educação & Saúde, 13(1), 41-58. Recuperado de http://seer.fclar.unesp.br/tes/article/viewFile/9605/6822
Dias, D. S. L., Silva, F. N., Santana, G. J., Santos, S. V., Santos, A. T., Silva, J. M, . . . Alves, I. C. L. D. (2019). Paternidade e microcefalia por zika vírus: Sentimentos e percepções. Revista Enfermagem UFPE OnLine. 13(4), 1040-1045. Recuperado de https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1021091
Félix, V. P. S. R, & Faria, A. M. (2018). Microcefalia e dinâmica familiar: A percepção do pai frente à deficiência do filho. Cadernos de Saúde Pública, 34(12), e00220316. doi:https://doi.org/10.1590/0102-311x00220316
Gomes, A. G., & Piccinini, C. A. (2010). Malformação no bebê e maternidade: Aspectos teóricos e clínicos. Psicologia Clínica, 22(1), 15-38. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/pc/v22n1/a02v22n1.pdf
Luisada, V., Fiamenghi-Jr, G. A., Carvalho, S. G., Assis-Madeira, E. A., & Blascovi-Assis, S. M. (2015). Experiências de médicos ao comunicarem o diagnóstico da deficiência de bebês aos pais. Ciência & Saúde, 8(3), 121-128. doi:http://dx.doi.org/10.15448/1983-652X.2015.3.21769
Luzardo, A. R., Gorini, M. I. P. C., & Silva, A. P. S. S. (2006). Características de idosos com doença de Alzheimer e seus cuidadores: Uma série de casos em um serviço de neurogeriatria. Texto & Contexto – Enfermagem, 15(4), 587-594. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010407072006000400006&script=sci_abstract&tlng=pt
Machado, M. E. C. (2012). Casais que recebem um diagnóstico de malformação fetal no pré-natal: Uma reflexão sobre a atuação do Psicólogo Hospitalar. Revista da SBPH, 15(2), 85-95. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151608582012000200007&lng=pt&tlng=pt
Brasil. (2010). Ministério da Saúde. Indicadores e dados básicos. DATASUS [homepage on the Internet]. Recuperado de http://www.datasus.gov.br/idb2010
Brasil. (2017). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Resumo executivo Saúde Brasil 2015/2016: Uma análise da situação de saúde e da epidemia pelo vírus Zika e por outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Brasília. DF: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/resumo_saude_brasil_2015_2016.pdf
Mensorio, M. S.; Kohlsdorf, M.; Costa Junior, Á. L. (2009). Cuidadores de crianças e adolescentes com leucemia: análise de estratégias de enfrentamento. Psicologia em Revista, 15(1), 158-176. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/per/v15n1/v15n1a10.pdf
Misquiatti, A. R. N., Brito, M. C., Ferreira, F. T. S., & Assumpção Júnior, B. (2015). Sobrecarga familiar e crianças com transtornos do espectro do autismo: Perspectiva dos cuidadores. Revista CEFAC, 17(1), 192-200. Recuperado de http://www.redalyc.org/pdf/1693/169338408022.pdf
Nascimento, I., Gomes, R., Vieira, S. N. S., Guedes, T. P., Santana, G. J., & Silva, F. N. (2019). Vírus Zika e microcefalia: A mãe frente o diagnóstico do filho. Revista InterScientia, 7(1), 54-65. doi:https://doi.org/10.26843/interscientia.v7i1.918
Oliveira, P. S. de., Lamy, Z. C., Guimarães, C. N. M., Rodrigues, C. B., Silva, A. A. M. da., Simões, V. M. F., & Sousa, P. S. (2019). Experiências de pais de crianças nascidas com microcefalia, no contexto da epidemia de Zika, a partir da comunicação do diagnóstico. Cadernos de Saúde Pública, 35(12), e00226618. doi:https://doi.org/10.1590/0102-311x00226618
Organização Pan-Americana de Saúde. (1984). Prevenção e controle de enfermidades genéticas e os defeitos congênitos: Relatório de um grupo de consulta. Washington (US): OPAS. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000074&pid=S14138123201200040001700002&lng=pt
Pante, F. R., Madi, J. M., Araújo, B. F., Zatti, H., Madi, S. R. C., & Rombaldi, R. L. (2011). Malformações congênitas do sistema nervoso central: Prevalência e impacto perinatal. Revista da AMRIGS, 55(4): 339-344. Recuperado de http://amrigs.org.br/revista/5504/0000072184miolo_AMRIGS4_art_original_malformaes_congnitas.pdf
Panzini, R. G., Maganha, C. R. N. S da., Bandeira, D. R., & Fleck, M. P. (2011). Validação brasileira do Instrumento de Qualidade de Vida/espiritualidade, religião e crenças pessoais. Revista de Saúde Pública, 45(1), 153-165. doi:https://doi.org/10.1590/S0034-89102011000100018
Pontes-Fernandes, A. C., & Petean, E. B. L. (2011). Sobrecarga Emocional e Qualidade de Vida em Mães de Crianças com Erros Inatos do Metabolismo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 27 (4), 459-465.
Ramos, T. C. L., Hoffmann, V. M. B., & Regen, M. (1985). As dificuldades em transmitir a notícia: Pesquisa junto a pais de pacientes portadores de Síndrome de Down. Revista Brasileira de Deficiência Mental, 18, 47-69. doi:http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000200021
Roecker, S., Mai, L. D., Baggio, S. C., Mazzola, J. C., & Marcon, S. S. (2012). A vivência de mães de bebês com malformação. Escola Anna Nery, 16(1), 17-26. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452012000100003
Sá, S. A. A. G. de, Galindo, C. C., Dantas, R. S., & Moura, J. C. de. (2020). Dinâmica familiar de criança com a síndrome congênita do Zika vírus no Município de Petrolina, Pernambuco, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 36(2), e00246518. doi:https://doi.org/10.1590/0102-311x00246518
Santos, S. R., Dias, I. M. Á. V., Salimena, A. M. O., & Bara, V. M. F. (2011). A vivência dos pais de uma criança com malformações congênitas. Revista Mineira de Enfermagem, 15(4), 491-497. Recuperado de http://saudepublica.bvs.br/pesquisa/resource/pt/bde-22146
Scazufca, M. (2002). Brazilian version of the Burden Interview scale for the assessment of burden of care in careers of people with mental illnesses. Revista Brasileira de Psiquiatria, 24 (1), 12-17. doi:https://doi.org/10.1590/S1516-44462002000100006
Seidl, E. M. F., Tróccoli, B. T., & Zannon, C. M. L. C. (2001). Análise Fatorial de uma Medida de Estratégias de Enfrentamento. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 17(3), 225-234. doi:https://doi.org/10.1590/S0102-37722001000300004
Silva, E. H. P., Girão, E. R. C., & Cunha, A. C. B. (2016). Enfrentamento do pai frente à malformação congênita do filho antes e depois do nascimento. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 16(1), 180-199. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180842812016000100011&lng=pt&tlng=pt
Souza, J. R., & Seidl, E. M. F. (2014). Distress e enfrentamento: Da teoria à prática em psico-oncologia. Brasília Med, 50(3), 242-252. Recuperado de http://pesquisa.bvsalud.org/controlecancer/resources/lil-702927
Tavelin, C. M., Cunha, A. C. B., Abel, R., & Ribeiro, M. C. P: (2020). Atenção psicológica à gestante infectada por zika vírus: Revisão integrativa da literatura e das políticas públicas nacionais. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 11(1), 224-242. doi: https://doi.org/10.5433/2236-6407.2020v11n1p224
Teixeira, M. G., Costa, M. C., Oliveira, W. K., Nunes, M. L., & Rodrigues L. C. (2016) The epidemic of zikavirus-related microcephaly in Brazil: Detection, control, etiology, and future scenarios. American Journal of Public Health, 106 (4): 601-5. doi:https://doi.org/10.2105/AJPH.2016.303113
Vasconcelos, L., & Petean, E. B. L. (2009) O impacto da malformação fetal: Indicadores afetivos e estratégias de enfrentamento das gestantes. Psicologia, Saúde & Doença, 10(1), 69-82. Recuperado de http://www.redalyc.org/pdf/362/36219059006.pdf
Vicente, S. R., Paula, K. M. P., Lopes, A. M., Muniz, S. A., Mancini, C. N., & Trindade, Z. A. (2016). Emotional impact and maternal coping of congenital anomaly of babies in the NIC. Psicologia, Saúde & Doenças, 17(3), 454-467. doi:https://doi.org/10.15309/16psd170312
Zarit, S. H., Orr, N. K., & Zarit, J. M. (1985). The hidden victims of Alzheimer's disease: Families under stress. New York: New York University Press. Recuperado de http://www.scirp.org/(S(351jmbntvnsjt1aadkposzje))/reference/ReferencesPapers.aspx?ReferenceID=1533464
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os artigos publicados na Revista Psicologia e Saúde têm acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.